Episódios de Black Mirror Ranqueados do Pior ao Melhor

Black Mirror explodiu a cabeça de muitos com seus contos pessimistas e realistas sobre a tecnologia nas nossas vidas. Agora com o lançamento da quarta temporada na Netflix, vamos relembrar os outros episódios ranqueando eles do pior para o melhor. Mas é bom lembrar que até os episódios mais fracos da série estão muito acima da média e que também esse post está cheio de SPOILERS.

Metalhead

Apesar do visual bonito e clima tenso, Metalhead é o episódio mais fraco de Black Mirror. Principalmente por trazer praticamente 0 discussão e análise crítica sobre um tema futurista. Todo o clima de exterminador do futuro é bem legal, principalmente usando aqueles robôs que parecem ser tirados de um comercial da Boston Dynamics. Mas praticamente não existe história e fica difícil se conectar com o que está acontecendo.
Nota: 2.8
Confira nossa crítica aqui.

Rachel, Jack and Ashley Too

Um dos episódios mais polêmicos de Black Mirror. Eu entendo, talvez tenha existido uma vontade de simular uma comédia adolescente de sessão da tarde aqui. Se o objetivo era fazer um filme fútil e ruim, Charlie Brooker conseguiu. Os personagens são caricatos e exagerados, algumas tecnologias não fazem sentido e o episódio ainda termina com um número musical vergonhoso e uma comédia esquisita. Até mesmo as discussões que o episódio trazem já foram feitas diversas vezes de forma melhor na própria série.
Nota: 2.9

Man Against Fire

O episódio mais fraco da série possui uma ótima discussão social mostrando o uso da tecnologia no meio militar. Os soldados aqui vêem os seus inimigos como monstros para perder total a humanidade, fazendo um paralelo perfeito com a questão dos imigrantes e grupos minoritários, que raramente são visto como gente. O problema do episódio é que ele possui uma direção e narrativas fracas, muitas vezes sem ritmo e até previsíveis demais.
Nota: 3.14
Confira nosso review aqui.

Smitherens

Infelizmente, a quinta temporada de Black Mirror não foi tão boa assim. A queda começa com esse episódio. Uma história manjada, com uma direção simplória, atuações exageradas, dramalhão e discussão rasa. Existe um ritmo interessante e todo o clima de refém te deixa interessado no que vai acontecer. Mas com pouco tempo já matamos tudo sobre a história e ficamos nos perguntando se a discussão e reflexão que o episódio traz é aquilo mesmo, de tão raso que é. Para nosso desespero, o episódio é isso mesmo. Estamos acostumados com questões mais complexas e reflexões mais profundas, e por isso esse episódio é tão desapontador.
Nota: 3.2

Be Right Back

Nesse episódio, uma mulher que perdeu o marido usa um sistema para trazer ele de “volta” usando uma inteligência artificial que usa as informações online dele para criar uma interação mais próxima do original. Ele começa somente como uma voz ligando e depois vira praticamente um android com quem ela vive. O tema principal aqui é sobre a perda e a (in)capacidade de seguir em frente, a personagem principal não consegue superar a morte do marido, principalmente porque está grávida dele, e por mais que pareça que esse novo simulacro é uma ofensa e uma blasfêmia à memória do seu amado, ela não consegue se livrar dele mantendo-o na casa escondido das visitas e apresentando para a filha depois que ela nasce. O que eu não gosto muito aqui é que a história é meio simples demais e que esse conceito já foi melhor trabalhado no filme Her, mas ainda sim, ótimo episódio!
Nota: 3.54

Playtest

Eu fico bastante dividido nesse episódio porque, por um lado, gosto muito do tema que remete a experiência do usuário e game design, mas por outro lado ele é o episódio que menos traz questões sociais. O segmento funciona como um filme de terror onde um homem sofre o cão que o diabo amassou em uma realidade virtual. A direção é muito eficiente mas a falta de carisma do personagem principal e a falta de discussões mais severas e reflexivas deixam esse episódio mediano.
Nota: 3.76
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Arkangel

Dirigido por Jodie Foster, Arkangel é um episódio de Black Mirror sobre os medos e dificuldades de ser uma mãe. Existem discussões interessantes sobre nossa percepção sobre violência e os perigos de sermos privados da exposição à ela. Mas em diversos momentos o episódio se perde em um dramalhão de mãe e filha com um fim desinteressante.
Nota: 3.77
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The Waldo Moment

um debate político com um personagem animado na tela

Outro conto que também tem uma mensagem bem simples mas que nós do Brasil podemos nos identificar muito. A história é sobre um comediantes que possui um avatar virtual de desenho animado controlado por ele em tempo real que acaba concorrendo em uma eleição e tem bastante popularidade por causa do seu humor crítico e nilismo, apesar do seu criador não gostar de política. Quando vi esse episódio lembrei logo do Tiririca, alguém que angariou votos das massas por trazer um discurso de anti-voto ou voto de protesto. Apesar de ser um episódio bem simples eu curto essa semelhança com a vida real e também o final, onde o protagonista se encontra em um futuro distópico e o Waldo é usado como propaganda política em diversos países, como se tivesse havido uma “terceirização” dele.
Nota: 3.79

Crocodille

O episódio não traz muitas tecnologias interessantes e nem mesmo uma discussão sobre elas como é de praxe em Black Mirror. Em vez disso, ele mostra mais nossa relação com essas novas tecnologias e como elas podem mudar alguns detalhes da sociedade. Eu gosto bastante do clima noir detetivesco do episódio usando uma analista de seguradora como investigadora. No mais, ele possui um clima tenso interessante e é uma boa adição aos episódios da série.
Nota: 3.8
Confia nosso review aqui.

The Entire Story of You

Talvez essa posição seja polêmica, pois já vi algumas listas colocarem esse episódio como o primeiro lugar. Aqui somos introduzidos ao “grão” um dispositivo que fica na cabeça das pessoas que permite que elas gravem o que estão vendo e possam salvar pra ver depois. No conto acompanhamos um casal que está tendo problemas com ciúmes e isso se agrava por causa do poder do “grão”, o interessante aqui é que somos introduzidos a um universo novo que mudou completamente as interações das pessoas por causa do dispositivo e também traz uns questionamentos legais, pois ficamos muito tempo pensando como seriam outras ocasiões com o uso desse objeto. É aqui que não curto muito o episódio, ele foca somente nesse recorte do uso do aparelho em uma história que acho até meio boba, pois o personagem principal claramente tem problemas de ciúmes bem sérios e com ou sem o grão provavelmente o casal teria o mesmo final. O final com ele tirando o dispositivo poderia ser mais impactante mas não senti muito, apesar do clima de derrota do final ser bem pesado e apresentado pro telespectador.
Nota: 4.23

Hated in the Nation

Uma das principais evoluções da terceira temporada foi que cada episódio tinha um gênero de filme diferente. Nesse caso o episódio funciona como um ótimo Thriller policial com cenário cyberpunk. O segmento traz diversas discussões que vão desde a vigilância do governo, passando por problemas ecológicos e, principalmente, o poder do que falamos nas redes sociais. É um dos episódios mais longos mas ainda possui um ótimo ritmo cheio de tensão, o único problema que acho são os efeitos especiais meio toscos da nuvem de abelhas.
Nota: 4.45
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Shut Up and Dance

Um dos episódios mais desgraçados da série traz um jovem tendo que fazer missões para que não vazem seus nudes. Até aí tudo bem, o problema é quando descobrimos no final do episódio que passamos esse tempo todo torcendo pra um pedófilo safado. A ótima direção super tensa e a ótima atuação do protagonista fazem desse episódio muito visceral e impactante. O final nos faz questionar sobre nossas decisões morais e ainda fecha com um Radiohead só pra cortar os pulsos.
Nota: 4.58
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Black Museum

Black Museum segue o estilo de White Christmas contando mini contos dentro de um mesmo episódio. Surpreendentemente, todos os contos são muito bons e desesperadores, no melhor estilo Black Mirror. Da mesma forma que o episódio de Natal, aqui temos histórias interessantes contadas por um personagem que acabam se ligando no final completo. Além disso, é importante ressaltar que é um final bem catártico.
Nota: 4.59

White Bear

Talvez o episódio mais bizarro no seu início, somos apresentados a uma mulher que acorda em um futuro extremamente estranho, onde ela é perseguida por assassinos e algumas pessoas ficam somente filmando com o celular enquanto ela foge para não morrer. No final descobrimos que aquilo é somente uma tortura para uma criminosa que foi cúmplice no assassinato de uma criança e isso explode nossas cabeças. Esse conto é uma experiência incrível, pois no começo parece ser o que possui o futuro mais louco e desconexo, até estranhamos por que não é do feitio da série apresentar realidades assim tão absurdas, mas no final temos a revelação que aquilo não tem nada de fantasia, mas é somente mais uma vez o ser humano fazendo o que sabe fazer de melhor: sendo escroto. O que mais assusta aqui é que é bem fácil imaginar esse cenário em um futuro próximo, essa mistura de punição com diversão e mídia é algo bem fácil de acontecer, o soco na cara é que você parte de uma ideia de vírus que destrói o mundo para uma realidade bem próxima de nós, onde o mal vem de dentro e não de fora.
Nota: 4.6

Fifteen Million Merits

Outro episódio bem bizarro e que mostra um futuro que talvez seja o mais avançado de todas as histórias. Somos apresentados a um cenário onde as pessoas vivem em complexos e pedalam para gerar energia, a única diversão possível vem das telas e sua única ascensão social vem de um Reality Show que custa super caro e poucos conseguem vencer. O personagem principal usa todo seu dinheiro para ajudar uma jovem cantora e ela acaba sendo deturpada pelo sistema, futuramente ele tem o mesmo fim. Esse conto possui tantas críticas sociais e tantos paralelos com nossas vidas que fica difícil listar todos: diversão instantânea, falta de contatos socias, a mídia deturpando as pessoas, o fato que o nosso sistema pega tudo que é bonito e transforma em moeda de troca, dentre outros. Também é um episódio que não explica muito sobre aquela sociedade e nos deixa muito confusos, talvez isso seja uma falha, pois é muito fácil você jogar várias coisas para criar um futuro e não explicar elas direito, mas curto muito as metáforas apresentadas e o sentimento de merda que permeia a obra.
Nota: 4.62

The National Anthem

O primeiro episódio de Black Mirror não tem nada de ficção científica ou cyberpunk, mas seria caso tivesse sido lançado a uns 10 anos atrás. Aqui vemos um terrorista que sequestrou a filha do Primeiro Ministro e promete que vai matá-la se o mesmo não fizer sexo com um porco em rede nacional, o episódio segue com muita tensão enquanto a equipe do governo procura um jeito de driblar isso e perseguir o criminoso, enquanto isso a mídia também se mete e acaba deixando tudo público mesmo antes de acontecer, no final o coito ocorre e acompanhamos a população assistindo. O mais legal desse conto é que é muito crível, você se sente no lugar do cara e da população e todo aquele problema da mídia atrapalhar as investigações e também tornar tudo muito público em minutos é algo que reflete muito nossa sociedade. O piloto também é bastante bem dirigido, deixando o espectador grudado na cadeira de tanta tensão, eu acredito que merece o segundo lugar na lista justamente por isso.
Nota: 4.75

Striking Vipers

Em sua quinta temporada, Black Mirror volta a ter somente três episódios mais longos. A temporada já inicia com um pé na porta com um episódio muito bom que discute sobre as diferenças entre o real e virtual. Além disso, existe também uma discussão bem ampla sobre os limites da traição.
Nota: 4.76
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Nosedive

O primeiro episódio da terceira temporada já chega com os dois pés na porta mostrando que agora a série é uma produção cinematográfica mais cara. O segmento é tipo uma comédia romântica perturbada com Bryce Dallas Howard vivendo em uma sociedade em que você é definido por uma nota social. Isso não difere muito da nossa vida em que likes ou seguidores te definem como uma pessoa diferente e isso que torna o episódio tão crível. Toda essa discussão ainda vem com uma ótima direção e uma fotografia linda com paletas de cores pastéis, remetendo ao instagram e toda aquela falsidade.
Nota: 4.78
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USS Callister

O primeiro episódio da quarta temporada trouxe uma ótima paródia de Star Trek da forma Black Mirror de ser. Com uma ótima produção e direção, o episódio mostra Jesse Plemons como um programador frustrado que usa o DNA de seus “colegas” de trabalho de uma forma bem obscura. O episódio traz interessantes questões éticas sobre os direitos e liberdades de inteligências artificiais. Apesar desse tema já ter sido discutido antes, o clima aventuresco da história trouxe uma luz diferente sobre a temática.
Nota: 4.79
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Hang the DJ

O episódio amorzinho da quarta temporada. Hang the DJ possui duas principais camadas muito interessantes. Primeiro ele nos joga em uma sociedade distópica ditada por relacionamentos perfeitos guiados por um aplicativo. Só essa premissa já é boa o suficiente para gerar uma boa história. Mas ao fim existe um plot twist muito legal e perfeitamente colocado para mostrar que aquilo tudo era só uma simulação de várias de outro aplicativo de match perfeito. Genial.
Nota: 4.82
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White Christmas

O episódio de Natal é, ironicamente, o mais perturbador da série. Acompanhamos três contos que se misturam quando 2 homens em uma base no ártico contam suas histórias de vida. O legal daqui é que ele expande a ideia do grão apresentada antes e também meio de liga alguns outros episódios, vemos aqui a tecnologia do Ovo sendo usada de forma doentia torturando inteligências artificiais por eternidades e as consequências de bloquear pessoas na vida real usando o grão. O episódio termina e você fica com um gosto amargo na boca mas bem satisfeito por ver um roteiro e direção tão bem feitos em uma série de TV, existem muitas discussões que podemos ter com esse episódio e outros , mas aqui ficamos somente na lista.
Nota: 4.85

San Junipero

Coincidentemente, o único episódio com final feliz da série consegue ser o melhor episódio da mesma. San Junipero é uma lindeza visual e uma história com muito coração. Acompanhamos a jornada de duas senhoras que se apaixonam em uma realidade virtual onde podem viajar por décadas diferentes. O episódio, apesar de ser muito bonito, ainda traz grandes discussões sobre a consciência humana e o pós-vida que podem ser discutidas por noites e noites em mesas de bar.
Nota: 4.95
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