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Vikings e o caminho para Valhalla (6ª temporada – Parte 1)

Quem me acompanha nas redes sociais, sabe como sou um apaixonado por culturas medievais e mitos nórdicos. Mas devo admitir que demorei a ver a primeira parte da sexta temporada de Vikings, que se aproxima do fim, tendo agora em sua jornada só mais 10 episódios que irão fechar essa temporada, totalizando 20 episódios.

Mas explico minha demora. Apesar de sempre esperar empolgado pelo lançamento de cada episódio, devo admitir que a saída de Trevis Fimmel, o inesquecível Ragnar Lothbrok, tirou bastante a magia da série. Mantendo tramas mornas, que não empolgavam tanto. E a quinta temporada foi bem aquém do que eu esperava.

Eis que a facilidade de estar a um streaming de distancia, afinal, assim que terminou sua exibição pela FOX PREMIUM, a Netflix disponibilizou a primeira parte da jornada dos guerreiros nórdicos, pois o criador da série, Michael Hirst, fechou contrato mais uma produção: Valhalla. A serie irá se passar 100 anos após os acontecimentos mostrados em Vikings e o declínio desses guerreiros.

 

E nessa temporada, foi a hora de dar adeus, inclusive a personagens que marcaram sua jornada desde o inicio da trama. Desculpem, quem não viu ainda a primeira parte da sexta temporada de Vikings, que está disponível na Netflix, irá receber spoilers. Sugiro que peguem seus escudos e façam uma maratona, e depois, voltem aqui.

Foi a hora de dizermos adeus a Lagertha (Katheryn Winnick), a primeira esposa de Ragnar, e uma lenda entre as escudeiras, que buscou no fim de seus dias um refugio para viver da terra, sendo esquecida. Mas uma heroína não é esquecida. E pelas decisões de seus filhos, acaba tendo que retornar às armas para defender seu território de antigos integrantes do bando de Ivar, que foram derrotadas na última temporada e expulsos de Kategat, tendo que viver com a marca da desonra em seus rostos. Mas não foi em batalha que ela viu seu fim, foi nos braços de outro filho de Ragnar Lothbrok.

Para entender o que aconteceu na quinta temporada de Vikings, tem texto contando tudo e o fim inusitado de Ivar, o Desossado (Alex Hogh Andersen), que acabou no meio do império de Kiev Rus ou o Reino de Oleg, o Profeta (Danila Kozlovsky), em uma trama entre irmãos, loucuras e conquistas.

 

Bjorn (Alexander Ludwig), Rei de Kattegat, ouve o clamor do Rei Harald (Peter Franzé) que está preso após os eventos da batalha contra Ivar, enganado pelo Rei Olaf (Steven Berkoff) que o mantém cativo, mas Olaf tem planos maiores. Ele pensa na unificação dos povos Escandinavos, e propõe que Bjorn seja esse este rei. Uma eleição é feita, e o antigo prisioneiro Harald consolida-se como vencedor da disputa eleitoral e torna-se o rei Harald Bluetooth, o governante de todos os povos escandinavos e séculos mais tarde, homenageado em um sistema de  tecnologia de comunicação sem fio.

Nesse meio tempo, Hvitserk (Marco Ilso) está completamente perdido em meio a devaneios, sentindo-se culpado pelos crimes cometidos por Ivar. Ele se afunda cada vez mais em alucinogénos, pensamentos suicidas e loucura. Seu irmão Ubbe (Jordan Patrick Smith) tenta ajudar ao máximo o irmão perdido, mas além de governar Kategat, no lugar de Bjorn, Ubbe sente que algo não está correto com Floki, que viajou para uma nova terra, junto com outros moradores da região. A chegada de Kjettill (Adam Copeland), que sabe muito bem o destino de Floki, atiça a curiosidade de Ubbe, que decide viajar até a fantástica terra desconhecida.

O fim da escudeira

Lagertha consegue sobreviver ao ataque liderado pelo proscrito White Hair (Kieran O’Reilly). As mulheres do assentamento recebem o apoio da atual esposa de Bjorn, Gunnhild (Ragga Ragnars – Sim, este é o nome da atriz. Ela é ex-nadadora recordista e seu pai chama-se Ragnar, e seu sobrenome é Ragnarsdóttir, ou seja, “filha de Ragnar”). Gunnhild fica ferida e perdas tomam seu caminho. Lagertha, em um enfrentamento incrível com White Hair, derrota o guerreiro e, mesmo ferida, busca energias para ir até Kattegat contar o que aconteceu ali. Em sua chegada noturna, ela é atacada pelo febril e delirante Hvitserk, que cumpre a profecia do Vidente, onde um filho de Ragnar seria seu algoz. A guerreira esta morta.

Lagertha tem um grande velório viking, umas das cenas mais poderosas de todas as temporadas. A importância dessa personagem para a série, para a cultura pop, é única. E sua jornada para Valhalla foi em grande festim, com as Valquírias ao seu lado.

 

Assim, Bjorn está cercado, inimigos por todos os lados, e seu irmão, Ivar, que agora vive em meio à corte de Oleg, é uma das grande chaves para a conquista dos territórios nórdicos. Alianças são refeitas, e reis caídos tornam-se aliados para a defesa de algo que já está perdido. O embate entre Ivar e Bjor é inevitável, e o filho delirante de Ragnar está ao lado do desossado. Hvitserk, após assassinar Lagertha, é lançado à própria sorte, e o destino o leva aos braços do odiado irmão, os dois resolvem por mais uma vez, enfrentar Bjorn.

Durante todo o conflito, existe uma guerra de palavras. Bjorn e Ivar, um na mente do outro. Contando suas conquistas e derrotas e todo o ódio que nutriam. Hora um é vencedor, hora o outro. E em um desfecho que nos deixa incertezas, Ivar é o vencedor, e Bjorn cai inerte, depois de um golpe de espada que vara sua barriga, e não sabemos o que os Deuses reservam ao personagem.

O ator Alexander Ludwig chegou a dar a seguinte declaração: “Eu vou te dizer o seguinte: ele não vai sem lutar. E, esteja ele vivo ou não, você vai ver uma versão de Bjorn na próxima temporada, de alguma forma”.

O fato é que a primeira parte da sexta temporada de Vikings nos mostrou que ninguém está seguro e que o fim está próximo. Coisas terríveis irão acontecer daqui para frente, e em uma temporada que me fez acreditar que o plano de Hirst era coeso desde o inicio, afinal, ele assina o roteiro de todos os episódios até aqui, mostra que o meio termo entre narrativa histórica e lendária, mudando alguns fatos e personagens, tendem a trazer bons frutos, e o Valhalla nos espera.