Toasterball é um esporte que passou do ponto

Pra mim, bons party games precisam conseguir fazer duas coisas muito bem. A primeira delas é ter uma proposta diferente e chamativa o suficiente para atrair a atenção das outras pessoas que eu convidar para jogar, mesmo que essa definição mude — por exemplo, nos anos de 1990, era um jogo de tabuleiro do Mario, e só algumas décadas depois, já podia ser uma briga de genitálias masculinas cartunescas. Toasterball já faz isso muito bem: afinal de contas, quem não quer ver como funciona um jogo de tênis no qual todos os participantes são torradeiras?

O problema está na segunda coisa que bons party games precisam ter: serem fáceis de aprender para partidas rápidas, transformando frustração em momentos engraçados. Toasterball não tem controles difíceis de assimilar (você só usa os dois gatilhos para tudo, incluindo jogar torradas, mover-se e pular), mas conseguir fazer qualquer coisa com eles é um verdadeiro pesadelo.

Mesmo em uma partida sem jogar contra a CPU, eu fiquei quase uma hora pulando e falhando em acertar a bola. Ao mesmo tempo em que as poucas opções de movimento das torradeiras parecem não fazer nada, elas também não são fáceis de controlar e gols contra viram a norma. A ideia de adicionar novas regras para cada saque é bem interessante, mas quando já está difícil fazer o básico, entender a loucura aleatória dos modos vira mais uma tarefa árdua de cumprir.

No entanto, Toasterball tem seu charme. O jogo é bem colorido, as torradeiras têm nomes e pseudopersonalidades, e até os diferentes estágios, mesmo que não tragam nada diferente mecanicamente, quebram a monotonia. É uma pena que ele não ofereça nenhum outro modo além do tênis comum e suas variações, que seriam bem-vindos para jogadas mais rápidas com novatos.

Se eu tirasse umas semanas e treinasse de verdade, provavelmente entenderia todas as nuances de Toasterball e viraria um streamer famoso só fazendo truques com a minha torradeira. Mas quando olho pra um jogo com essa alma de party game e as minhas 4 primeiras horas são de pura frustração tentando fazer uma dúzia de pontos… fica difícil querer jogar mais. Se você gostou do conceito e está a fim de aprender como não deixar sua torrada queimar, vai ter um bom lugar pra isso, mas eu acho que vou ficar com meu pão de forma do jeito que tá mesmo.

Toasterball está disponível para PC na Steam e no Nintendo Switch.

*Uma cópia do jogo foi gentilmente cedida ao CosmoNerd pelo time de desenvolvimento para a produção deste texto.