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Pirate Outlaws | Crítica

O gênero de jogos deckbuilding roguelike ganhou muita fama com o ótimo Slay the Spire. Depois dele, tivemos vários jogos que se inspiraram para trazer uma experiência parecida. É o caso de Pirate Outlaws, jogo da Fabled Games que ganha versão para consoles em 2023.

É impossível falar sobre o jogo sem mencionar Slay the Spire, porque as familiaridades são muitas. Então fica mais fácil descrevê-lo comparando com o mais famoso. Em Pirate Outlaws o jogador vai construir seu deck em uma estrutura de roguelike passando por batalhas, eventos, chefes e outros desafios. O sistema de combate segue a filosofia de sempre saber o que o oponente vai fazer para então decidir como vai jogar as cartas da sua mão. A principal diferença é o sistema de munição. Nele, algumas cartas usam balas e outras não, servindo como principal recurso do jogador. A forma de recuperar essa munição é através também de cartas, gerando um esquema do jogado ter que balancear bem cartas para ganhar munição, cartas que não precisam de munição e as mais fortes que geralmente são as que gastam.

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Outra diferença com Slay the Spire que eu particularmente não gostei é que existe um maior fator de aleatoriedade nas cartas e efeitos. Enquanto no famoso deckbuilding o fator sorte é quase inexistente nos efeitos, aqui existem alguns que acabam usando muito a chance. Por exemplo, a habilidade de esquivar faz com que você tenha 50% de chance de não levar o próximo dano e o status Bêbado faz com que seu próximo ataque tenha 50% de chance de causar dano dobrado ou não causar dano. Essa dependência de aleatoriedade nos efeitos, somado com a sorte que já é envolvida com a compra de cartas e desafios, acaba tornando o jogo um pouco frustrante e injusto em certos momentos.

Por falar em frustrante, Pirate Outlaws segue uma filosofia bem clássica de roguelike  em que o jogador vai repetir muitas missões e fazer várias runs para vencer os chefes e liberar mais conteúdo. Apesar de achar a evolução um pouco lenta no começo, o jogo possui uma variedade bem grande de personagens e cartas para desbloquear e diferentes modos de jogo. Para quem gosta de um deckbuilding, o jogo acaba sendo uma ótima pedida pois a sua quantidade de conteúdo e rejogabilidade é enorme. Os personagens diferentes aqui não mudam tanto assim a dinâmica de jogo como em Slay the Spire mas mesmo assim trazem uma variedade legal e uma diferença de gameplay suficiente para criar baralhos diversos. Outra pequena crítica que tenho é que pelo menos até onde joguei eu não consegui desenvolver muitas sinergias interessantes entre as cartas e habilidades passivas dos personagens. Mas como o jogo sempre está liberando mais cartas, acredito que a complexidade e variedade das estratégias vai ficando melhor com o tempo.

Pirate Outlaws é uma ótima pedida para os viciados em deckbuilding que querer perder horas da vida jogando nos consoles. O jogo não traz muitas ideias novas mas é um jogo competente com toneladas de horas e conteúdos para desbloquear. Apesar de não trazer ideias novas e não ter um estilo artístico muito característico ou interessante o jogo é bastante competente nas suas mecânicas e vai oferecer uma experiência longa, difícil e divertida para os fãs do gênero.