Gêmeo Maligno Gêmeo Maligno

Gêmeo Maligno

Os últimos anos têm sido interessantes para o gênero terror. Muito desse interesse chega com obras abordando suspenses psicológicos como Corra!, A Visita, Sobrenatural, A Bruxa, Hereditário, e temas que fazem parte da vida das pessoas, como luto. E o luto é a base central de Gêmeo Maligno, novo filme de Taneli Mustonen.

Na trama, Rachel (Teresa Palmer) é uma mãe vivendo o luto de um trágico acidente onde um de seus gêmeos perdeu a vida. Para reconstruir a família, Anthony (Steve Cree) muda com a esposa e seu filho sobrevivente para a cidade onde cresceu, na Europa. Mas, o que era para ser um recomeço, acaba se tornando um pesadelo para Rachel quando percebe que seu filho age diferente e forças malignas buscam dominá-lo. Nada é o que parece e ela terá que lutar para desvendar o que está acontecendo.

A história é simples, nada que qualquer pessoa que já tenha visto um punhado de outros filmes do gênero não reconheça. Com a perda do filho, um casal que tenta recomeçar em um local diferente do que já está habituado encontra problemas para retomar sua vida, e a construção do ambiente é essencial para que tudo ocorra de acordo com o suspense.

Gêmeo Maligno

O texto de Aleksi Hyvärinen e Mustonen, roteiristas de Gêmeo Maligno, apresenta, vagamente, como o casal era anterior ao acidente. A perda da criança deixa Rachel (Palmer – que está muito bem no papel) mais apreensiva com a segurança de seu outro filho, sempre preocupada com o que ele está fazendo, enquanto o pai (Cree) é distante e indiferente ao que está acontecendo em casa – até certo ponto.

Entrando em um terror psicológico mais visual, o filme coloca diversas pistas sobre sua história que, no começo, não se encaixam. A direção e o roteiro buscam dar dicas do que o espectador vai encontrar no final de tudo. O que me incomoda um tanto, pois toda construção da trama, até determinada parte, é colocada em questão em seu final, gerando algumas interrogações quanto ao que aconteceu a personagem de Teresa Palmer.

O diretor de fotografia, Daniel Lindholm, capta legal todo o ambiente no entorno da família e da casa, mas não é o suficiente para envolver o espectador com o que está acontecendo. Na real, as viradas que Mustonen apresentam para a gente até diminuem o filme, deixando todo o trabalho um tanto anêmico, até mesmo frouxo.

Depois de uma hora e meia de duração, Gêmeo Maligno se torna mais um filme que se autossabota na tentativa de não parecer tão clichê quanto milhares de outras produções do suspense e do terror que temos.