Série do AppleTV+ criada por Vince Gilligan e estrelada por Rhea Seehorn entrega mais um espetacular capítulo
O episódio 3 de Pluribus, série de ficção científica criada por Vince Gilligan para o AppleTV+, aprofunda os conflitos de Carol Sturka e amplia a compreensão do funcionamento da misteriosa mente coletiva que domina o planeta. Intitulado “Granada” (assista aqui), o capítulo combina flashbacks, inquietação emocional e um encerramento explosivo — literalmente — para mostrar até onde vai o imperativo dos Outros e o quanto Carol está disposta a tensionar seus limites.
A seguir, o resumo do episódio 3 de Pluribus e a explicação do que acontece em “Granada”.
O que aconteceu antes da União: Carol e Helen na Noruega
“Granada” começa com um salto no tempo para 2617 dias antes da União, apresentando Carol e Helen em uma viagem à Noruega. O objetivo da estadia é celebrar um marco na carreira de Carol, mas rapidamente fica evidente que apenas Helen está empolgada com o passeio no hotel de gelo. Enquanto Helen tenta praticar norueguês e aproveitar a aurora boreal, Carol está mais preocupada com o desempenho de seu novo livro nas listas de mais vendidos.
O flashback reforça o contraste emocional entre as duas e recupera a relação que continua guiando Carol mesmo após o evento global que transformou a humanidade.
O retorno a Albuquerque e a busca por outros imunes
Após a abertura, o episódio avança para três dias depois do despertar de Carol como imune, quando ela retorna a Albuquerque após a tensa reunião com os outros sobreviventes que conseguem se comunicar em inglês. No avião, Carol interroga Zosia sobre o restante da lista de imunes espalhados pelo mundo. A informação revela quem são as pessoas que, como Carol, estão fora da mente coletiva — de um pescador idoso na Sardenha a uma criança no Lesoto.
Entre esses nomes está Manousos Oviedo, no Paraguai, o único que se nega a interagir com os Outros. Carol tenta contatá-lo, mas suas ligações resultam em xingamentos e desligamentos imediatos. É seu primeiro indício de que pessoas isoladas podem reagir de modo imprevisível ao controle global.
O peso da ausência de Helen e a tentativa de se afastar dos Outros
Ao chegar em casa, Carol tenta afastar Zosia e os demais, mas descobre que até suas correspondências têm sido coletadas pelos Outros. Um dos envelopes traz o nome de Helen, reacendendo a dor da perda. A situação piora quando Carol recebe um presente enviado por Helen antes da União — gesto que confirma que o coletivo tem acesso irrestrito às memórias de todos.
Na primeira grande imposição de limites do episódio, Carol exige que os Outros apaguem completamente Helen de suas mentes, deixando claro que apenas ela tem o direito de lembrar da companheira. O pedido tensiona a relação entre Carol e a mente coletiva, que sempre tenta agradá-la, mas nunca confrontá-la.

A busca pela autonomia: supermercado, comida e o desejo de ficar sozinha
Um dia depois, Carol recebe uma bandeja de café da manhã deixada pelos Outros na porta. Ela rejeita a oferta e decide sair para abastecer sua própria casa. Ao chegar ao supermercado, encontra o local praticamente vazio — os recursos foram concentrados para eficiência. Em poucos minutos, dezenas de Outros restauram o Sprouts ao seu estado original, em uma sequência sincronizada que reforça o poder de coordenação absoluta do coletivo.
A cena aprofunda o tema central do episódio: até que ponto a felicidade imposta elimina a autonomia? Carol continua tentando ser autossuficiente, mas os Outros parecem incapazes de deixá-la sozinha.
O pedido da granada e o gesto literal dos Outros em Pluribus
No auge da frustração, Carol comenta sarcasticamente ao telefone que sua vida seria resolvida com uma granada. Os Outros, incapazes de interpretar corretamente a ironia, entendem aquilo como um pedido literal.
Mais tarde, Zosia aparece na porta de Carol segurando exatamente o objeto citado. Surpresa e sem coragem de expulsá-la no meio da noite, Carol a convida para beber algo. A cena se transforma em um diálogo importante sobre o “imperativo biológico” dos Outros e o desejo de assimilar todos os imunes.
É nesse momento que Carol expressa, pela primeira vez, a pergunta que define boa parte do arco deste episódio: por que a vida dela precisa ser protegida ou corrigida por eles?

A explosão e as consequências
Em tom de provocação, Carol começa a brincar com a granada, convencida de que o objeto é falso. Ao puxar o pino, porém, Zosia reage instintivamente: arranca o explosivo das mãos de Carol, o atira pela janela e se joga sobre ela. A explosão destrói o caminhão de Carol e lança estilhaços em direção à casa, deixando Zosia ferida.
A cena marca o primeiro momento em que a mente coletiva não consegue proteger a todos — e também demonstra que Carole pode, sim, causar danos reais dentro desse sistema “perfeito”.
No hospital, Carol exige respostas: até onde vai o limite dos Outros? Por que eles são incapazes de negar qualquer solicitação sua, mesmo que destrutiva? A conversa sugere que há algo programado ou enraizado na nova consciência coletiva que impede qualquer oposição direta.
O que o episódio 3 de Pluribus revela
“Granada” aprofunda três pontos-chave da série:
-
Os Outros não possuem liberdade plena — sua missão de “zelar pela felicidade” é absoluta.
-
Carol é um elemento imprevisível — e pode explorar as brechas dessa nova realidade.
-
Zosia está se tornando o elo emocional mais complexo da trama, dividida entre a mente coletiva e um sentimento genuíno de preocupação por Carol.
Com um final literal e simbolicamente explosivo, o episódio 3 aponta que Carol está prestes a testar ainda mais os limites da mente coletiva — e talvez descobrir até onde a humanidade pode ir quando tenta impor felicidade total.