A partir deste domingo (16/1), vai ao ar na TV Cultura a série inédita Amazônia: entre a vida e a morte. Em parceria com o Amazon rainforest journalism fund e o Pulitzer Center, a produção mostra a situação no novo polo de desmatamento na Amazônia. A região, na divisa dos estados do Acre, Amazonas e Rondônia, é chamada de Amacro. A produção dividida em quatro episódios é exibida a partir das 16h30.
A equipe comandada pela premiada repórter Laís Duarte viajou de Porto Velho, em Rondônia, à cidade de Lábrea, no Amazonas, pela rodovia BR 319. A estrada é polêmica porque corta mais de cem terras demarcadas e unidades de conservação. A rodovia está sendo reasfaltada, obra que recebe duras críticas dos ambientalistas e povos indígenas da região.
Entre os entrevistados, destaca-se a ambientalista Ivaneide Bandeira. Ela vive numa espécie de bunker, cercada de grades e câmeras, por causa das constantes ameaças de morte que recebe.
A série mostra que a taxa de desmatamento na Amazônia legal brasileira teve um aumento de quase 22% em um ano, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse é o maior índice de devastação da maior floresta tropical do mundo desde 2006, segundo as medições do projeto que monitora a destruição na Amazônia legal, o PRODES. A equipe de reportagem testemunha que a destruição da floresta é motivada pela extração de madeira ilegal, muitas vezes em terras públicas, para dar lugar a pecuária e a soja.
Em Lábrea, cidade onde termina a Rodovia Transamazônica, segundo o IBGE no censo de 2010, 3330 pessoas se autodeclararam indígenas. Lá, a equipe entra em regiões de matas recuperadas e protegidas pelos indígenas. Desde 2011, eles contam com a ajuda da ONG Operação Amazônia Nativa para adotar o Sistema Agroflorestal -iniciativa que produz alimentos sem prejudicar o meio ambiente.