A nova série documental da HBO Max, PCC: Poder Secreto, já está disponível na plataforma para contar a trajetória da maior organização criminosa do Brasil e da América do Sul. Dirigida por Joel Zito Araújo e baseada no livro de Gabriel Feltran, “Irmãos – Uma História do PCC”, a série adota uma perspectiva interna do PCC, com acesso a ex-integrantes da facção e familiares que tiveram a vida atravessada pelo Primeiro Comando da Capital.
Mas como essa história evoluiu?
1985 – 1992: A “época das guerras” nas periferias de São Paulo, contexto de origem do PCC. A lei do mais forte em um sistema prisional superlotado, somada à chegada massiva da cocaína às favelas, produz uma guerra entre traficantes e justiceiros nas ruas de São Paulo. A expansão do “mundo do crime” gera reação estatal. A eclosão do maior massacre de prisioneiros da história do Brasil (Carandiru, 1992) foi decisiva para a criação do PCC.
1993: O surgimento do PCC, o Primeiro Comando da Capital, no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté. O Estado não dá atenção à movimentação dos presos e inaugura uma nova política prisional, expansionista e interiorizada. Fundado em 31 de agosto de 1993, o PCC usa dessa política para crescer no sistema, em guerra contra facções rivais e representando “o lado certo da vida errada”.
1995 – 2000: PCC elimina inimigos internos, domina as principais prisões, instaura a paz entre a população prisional e passa a ser cantado – no ritmo e na poesia do rap – nas ruas de São Paulo.
2001: A “Megarrebelião” emerge como a primeira grande demonstração de força do PCC para a sociedade; uma série de revoltas conjuntas atinge simultaneamente 29 presídios do Estado de São Paulo.
2002: O ideal de igualdade. Uma revolução interna modifica o PCC. A facção cresce e o Estado prepara uma ofensiva. A esposa de Marcola é assassinada a mando de Geleião, líder e fundador da facção. A população carcerária apoia Marcola e decreta a expulsão de Geleião. O PCC reconfigura seu funcionamento e passa a operar como uma sociedade secreta. O lema passa a ser “Paz, Justiça, Liberdade e Igualdade”.
2006: Os “Ataques do PCC” e os “Crimes de Maio”. O Governo de São Paulo decide transferir cerca de 800 integrantes do PCC ao RDD (cadeias de segurança máxima). O PCC reage à medida e anuncia o “Salve Geral”. Começa uma guerra urbana, com dezenas de ataques armados e simultâneos contra as polícias, em todo o estado de São Paulo. Viaturas da polícia militar, delegacias e prédios públicos são alvejados. Motins ocorreram em mais de 70 prisões em todo o Estado. As forças policiais reagem com ataques na periferia. Cerca de 500 civis e 70 agentes de segurança morrem em apenas uma semana. São os dias mais sangrentos da história recente de São Paulo.
2016: A morte do “Rei da Fronteira”. O PCC assassina o bilionário Jorge Rafaat Toumani na fronteira do Paraguai, após mais de uma década atuando em segredo na região, em coalizão com o Comando Vermelho e empresários paraguaios. A facção atinge uma escala sem precedentes no tráfico internacional de drogas. Meses depois, é rompida a harmonia com o Comando Vermelho, disparando uma guerra imprevisível entre as duas principais facções do Brasil. A disputa envolve mercados ilegais globais.
2017: Massacres em prisões e recorde de homicídios no país. Começa uma série de motins nas prisões do Norte e Nordeste, e guerras entre traficantes e forças de segurança ganham as manchetes no ano mais violento da história do Brasil, em que se registram oficialmente 63 mil homicídios.
2018 – 2021 : O governo isola aqueles que são considerados “a cúpula” do PCC nos presídios federais; a pandemia restringe visitas. O mais conhecido “irmão” da facção, Marcola, vê o cerco se fechar e quer revelar uma parte desconhecida da história secreta da irmandade que ele ajudou a criar. Isso aterroriza o Estado; mais uma guerra interna entre os membros respeitados da facção ameaça sua unidade.
O que prevalecerá? O “certo” ou o “dinheiro” do mundo do crime?
A nova série documental PCC — PODER SECRETO chega hoje com exclusividade à HBO Max em quatro episódios com duração de 45 minutos cada.