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Santa Clarita Diet – 3ª Temporada (Netflix) | Crítica

3ª e última temporada de Santa Clarita Diet não justifica o cancelamento pela Netflix, que mais uma vez deixa seu público na mão com uma boa série não concluída

Mais uma temporada de Santa Clarita Diet está disponível na Netflix e, infelizmente, essa é a terceira e última, pois o programa foi cancelado. A partir disso, precisamos avaliar, além da qualidade desses novos episódios, se vale a pena o espectador logar no streaming para terminar a história da família Hammond, sem o perigo de ter um final sem fechamento.

Nesse sentido, a resposta é sim e não: Há coisas que ficam em aberto no final, ao passo que há um desfecho bacana para a trama episódica da terceira temporada.

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Um ponto negativo é a dificuldade dessa 3ª temporada em conversar com o desfecho da 2ª, onde Anne (Natalie Morales) descobre parte do segredo de Joel (Timothy Olyphant) e Sheila (Drew Barrymore) e, cega pela fé religiosa, interpreta que foi Deus quem enviou Sheila para salvar a humanidade. Foi um ótimo gancho deixado mas que não foi muito bem abordado nos episódios que seguiram, tanto que a própria Anne some de modo abrupto na série, deixando essa vertente sem conclusão ou devido desenvolvimento.

Ao invés disso, os roteiristas optaram por levar a discussão para o dilema de Joel ser ou não transformado em morto-vivo, para poder viver pela eternidade com sua esposa. A questão surge em vários momentos em clima de discussão de relacionamento nos momentos mais inconvenientes, proporcionando passagens bem-humoradas. No entanto, nada que mereça maiores elogios.

Abby (Liv Hewson) continua sendo uma personagem bem explorada em Santa Clarita Diet, com mais doses do impacto que é ser filha de um casal disfuncional que, além de vigilantes, preparam o defunto para a refeição. Ela quer a todo custo entrar para o time, mas há uma justa resistência de Joel e Sheila em relação a isso. Essa parte da série serve para tratar sobre o relacionamento familiar, e na dificuldade dos pais entenderem o momento certo de confiar mais nos filhos.

Há também uma expansão de zumbis pela cidade, levando para outro campo um certo embate ideológico entre o casal protagonista. Sheila acredita que as pessoas podem ser boas mesmo na condição de morta-viva, e acaba sucumbindo à tentação de transformar outras pessoas. Já Joel quer controlar a epidemia e garantir que apenas Sheila seja a morta-viva do pedaço, e para isso busca se tornar um Cavaleiro da Sérvia, uma ordem que caça zumbis pelo mundo desde muito tempo.

As aparições especiais de Nathan Fillion como Gary continuam sensacionais nessa despedida. No geral, Santa Clarita Diet continua entregando ótimos momentos de comédia e interessantes analogias com o mundo real, usando a temática zumbi como ferramenta.

A melhor comédia da Netflix foi cancelada por falta de audiência. Pra quem gostava da série, fica o gosto amargo da conclusão sem concluir, onde o sentimento de alguns espectadores não tem influência perante a expectativa de lucro de uma empresa, por mais “desconstruída” que ela seja na sua comunicação. Mais respeito aos fãs poderia ser demonstrado com um episódio de despedida, para concluir o que ficou em aberto, mas não são todas as séries que possuem o engajamento de Sense8.