Última temporada de The Fall encerra dignamente as investigações de Stella Gibson na Netflix
Na contramão da tendência atual, The Fall trouxe para os expectadores um formato pouco usado atualmente para seriados. Ao invés da trama episódica, onde cada capítulo corresponderia a um novo crime a ser solucionado, apenas um criminoso e seus delitos fariam parte central das investigações não apenas de uma temporada, mas de todas as três, exclusivas no canal de streaming Netflix.
Para sustentar uma trama tão cadenciada, a responsabilidade em cima do carisma dos atores obviamente aumenta. Ao menos na qualidade todo o cast de The Fall é satisfatório e regular. Os destaques naturalmente são Anderson e Dornan. A primeira traz todo seu charme imponente na pele de uma detetive que está em constante conflito não apenas com os bandidos, mas também com o mundo machista que cerca ela e todas as mulheres. Já Dornan mostra aos que o conheciam apenas pelo insosso 50 Tons de Cinza que ele é sim capaz de grandes papéis.
Paul aparentemente perdeu a consciência de tudo que aprontou nos últimos seis anos de sua vida, o que traz complicações tanto legais quanto investigativas. Antes disso, porém, temos cenas fortes da operação para salvar sua vida após ser alvejado. É uma solução manjada para mostrar uma situação inusitada e colocar à prova o personagem: como uma pessoa pode reagir ao acordar de um coma e estar sob custódia da polícia por graves crimes de que não se lembra ter cometido? The Fall trabalha de modo subjetivo com essa situação e, goste você ou não, essa é uma questão que fica intencionalmente sem resposta (é o maldito pião do Christopher Nolan em A Origem).
Ao final, a sensação é de que não fosse a qualidade da dupla protagonista, essa terceira temporada flertaria com o desnecessário. Mas apesar da correria, The Fall encerra bem suas investigações.
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