Em um mundo fedido dominado pelo ecchi desnecessário, um grupo de guerreiras mágicas se levanta para combater as forças sombrias do universo otaku. Estereótipos de corpo, comportamento, boys lixo sendo endeusados, construções fracas de personagem… Todo tipo de vilania era empurrado goela abaixo das otakus sem que ninguém pudesse defendê-las! Uma guerra solitária era travada por cada otaku que não aceitava pratos tão ruins. Porém, a esperança ainda soa nos corações de todas estas guerreiras mágicas.
No meio do nordeste e unidas pelo poder mágico da força do ódio, as molho musas abriram um sushibar para comandar operações de proteção ao público otaku contra devastação mental dos mangás misóginos. Esse é o Molho Shoujo Podcast!
Irashaimase, clientela otaku! Nós somos o Molho Shoujo Podcast! No ano de 2020, juntaremos forças com o CosmoNerd para zelar pela segurança otaku. O nosso podcast vem para tratar de mangás e anime shoujo de forma agridoce com a acidez da análise crítica e o mel da nostalgia e do otakismo. Nós estamos nesta empreitada desde 2018, como podem conferir no nosso site molhoshoujo.com.br, mas agora estamos dando as mãos com o Cosmo para oferecer a vocês um menu mais variado aos otakus fartos de aguentar as mesmas fórmulas. Se você procura um lugar receptivo ao debate e dicas de mangás e animes que te deixem com fome de mais capítulos, o espaço do molho shoujo é lugar certo! Não precisa reservar mesa,é só vir com a gente.
Menú
Entradas:
- Wasabidrop
(episódios de 30 min disponíveis no CosmoNerd)
Prato Principal:
- Podcast
(episódios longos disponíveis no Molho Shoujo )
Sobremesa:
- Editorial Molho Shoujo:
Estão afim de degustar? Confere essa lista de indicações que as molho musas preparam para abrir o apetite de vocês:
Indicação da Bea:
Chihayafuru
Seja bem vindo, Cliente! A indicação de hoje é um anime/mangá que na minha visão tem quebrado vários parâmetros do que se espera de um shoujo e teve sua terceira temporada exibida no outono de 2019: Chihayafuru!
Acho que toda a staff do Molho Shoujo está cansadíssima de me ouvir falar nesse mangá, porque desde que este Podcast começou a única coisa que eu faço da vida é espalhar a palavra da Deusa Yuki Suetsugu em chihayafuru. Mas o que tem de tão diferente a ponto de me tornar uma verdadeira fangirl?
Pra início de conversa, é shoujo de esporte. Na minha experiência como consumidora de mangás e animes, foi o primeiro título focado no público feminino que aborda uma narrativa esportiva como plano principal de ação. Tem romance ? Tem. Tem triângulo amoroso? Tem. Mas em nenhum momento a personalidade da personagem principal é construída por e para isso. Só de olhar o plot já dá para perceber:
Quando um aluno novo, Wataya Arata, chega de Fukui em Tóquio, Ayase Chihaya logo se interessa pela possibilidade de fazer uma nova amizade. Contudo, seus colegas não estão tão animados assim… Arata sofre bullying por ser uma criança calada e ter forte sotaque da sua cidade natal. Ignorando a classe, Chihaya se aproxima do garoto e descobre que ele tem um grande sonho: Tornar-se Meijin, jogador número um, de Karuta,um jogo de memória, estratégia e agilidade que usa como base cartas com os 100 poemas do Hyakunin Isshu. Assustada com a técnica e agilidade com que Arata joga, Chihaya fica decidida a não ter uma derrota completa e usa toda sua força de vontade para pegar pelo menos uma carta. O sucesso na captura da carta faz Chihaya enxergar em si a possibilidade de , através do esforço e dedicação, ser uma jogadora de Karuta e finalmente ter um sonho em que ela possa trabalhar por si própria.
Competitividade, interpretações de poemas basilares na cultura e história japonesa, personagens fortes , comédia e um trabalho impecável na escolha de dubladores e trilha sonora fizeram desse anime um dos poucos mangás que faço questão de acompanhar conforme o lançamento.
Indicação Gabi
Fruits Basket
Não acredito que a minha indicação possa ser diferente de Fruits Basket, pelo menos neste primeiro momento. É um mangá e anime que mostra uma pureza gigantesca dentro do gênero shoujo, cativa até os mais exigentes fãs. A história conta com um remake atual de 2018 e é muito popular desde sua primeira versão lançada em 2001. Em sua primeira versão, acompanhamos apenas parte da história já lançada nos mangás, mas a versão mais recente prometeu uma segunda temporada para este ano.
A história é sobre uma adolescente órfã chamada Tohru Honda. Nos primeiros episódios somos apresentados aos outros personagens principais, Yuki, Kyo e Shigure Sohma, com quem Tohru passará a morar. O melhor detalhe é que os rapazes com quem Tohru divide a casa são, na verdade, amaldiçoados a se transformar em animais do zodíaco chinês quando estão fracos ou quando são abraçados por alguém do sexo oposto que não esteja possuído por um espírito. Muito rapidamente somos imersos no universo de Fruits Basket seus mistérios, suas surpresas, suas emoções mais delicadas e, por esta razão, somos instigados a devorar a série em pouquíssimo tempo. Sem dúvidas é uma das preciosidades do shoujo.
Indicação da Ana Raquel
Spy x Family
Há um tempo, não vejo mais tanto anime devido ao tempo (no caso, à falta dele). Para não sair da otakusfera, fui para o mundinho dos mangás e encontrei vários mimos, sendo esse um deles.
Spy x Family é um shounen (que não é de lutinha!!!) da Shounen Jump+, escrito e desenhado por Tatsuya Endou e é a obra mais famosa e aclamada do mangaká até então.
Lançado em 2019, a história gira em torno de Twilight, um espião que trabalha a fim de evitar uma guerra entre Westalis e Ostania. Ele, então, recebe uma missão para investigar um político do país vizinho. No entanto, esse político é uma pessoa muito fechada e só aparece na sociedade nas reuniões escolares do filho dele.
Para poder se aproximar, ele precisa… casar e ter um filho. Twilight, sob o nome Lloyd Forger, adota uma criança chamada Anya e se casa com Yor Briar. O que Lloyd não sabe é que Yor também tem uma identidade secreta: é uma assassina. Então, para ela, o casamento é um ótimo disfarce. Já Anya é uma criança com a habilidade de ler mentes, pois é uma Esper, e, graças a isso, é a única pessoa que sabe o que há de trás dessa grande família tradicional japonesa.
Não é surpresa alguma que ela é alma da história. Enquanto Lloyd tenta completar sua missão, temos outros casos bem pequenos sendo solucionados, Anya tentando se enturmar com o filho do político, os adultos tentando se entender como casal e mais outras surpresinhas.
É, por fim, um mangá de comédia super leve e acessível. Se esse texto não foi o suficiente para despertar seu interesse, espero que as caras da Anya sejam!!!!!!
Indicação da Amanda
Atelier of Witch Hat (kamome Shirahama)
Se você gosta de mundos com bruxos, histórias protagonizadas por meninas inteligentes e corajosas e acredita que desenhar é uma forma de fazer mágica, você precisa ler Atelier of Witch Hat. Com roteiro e arte de Kamome Shirahama, o mangá conta a história de Coco, uma garota artesã que sempre sonhou em se tornar uma bruxa, mas sabia que era um sonho impossível: apenas os nascidos em famílias de bruxos podem fazer isso.
Porém, uma tentativa de realizar magia transforma a vida dela para sempre: sem saber, Coco aplicou um feitiço proibido que estava perdido há muito tempo, destruindo a própria casa e transformando a mãe em pedra.
Coco se torna uma pista importante para decifrar esses feitiços malignos e encontrar quem está por trás deles, mas o pouco nível de compreensão que possui acerca da magia a impede de ajudar nas investigações. E é assim que ela, uma artesã, é convidada a se tornar aprendiz de bruxa.
Além de ter uma das artes mais lindas que já vi em mangás (com inspiração em Art Nouveau e livros ilustrados de contos de fadas), Atelier of Witch Hat também encanta pela maneira como aborda educação. Qifrey, professor de Coco e outras meninas, as ensina magia valorizando o aprendizado empírico, as vivências e individualidades de cada uma e sempre faz o possível para que elas tenham uma boa auto estima e confiem no próprio potencial. Coco e suas colegas também aprendem muito entre si, combinando as habilidades que possuem.
O mangá é publicado no Japão desde de 2016 na revista seinen Morning Two (editora Kodansha) e, no momento (01/2020), possui seis volumes. Os três primeiros já foram lançados pela Panini, que está publicando o mangá no Brasil.
Indicação da Ingrid
Keep Your Hands Off Eizouken! (Masaaki Yuasa)
Minha recomendação desse mês é recente, mas ao mesmo tempo atrasada. Lançado no dia 5 de janeiro, Keep Your Hands Off Eizouken! é um dos pontos altos da temporada de inverno. Adaptado do mangá de Sumito Ōwara pelo estúdio Science Saru e com direção de Masaaki Yuasa (Devilman Crybaby), o anime chegou para o público brasileiro em meio a polêmica: Toda história precisa de um design bonito? O que é um anime bonito? Toda personagem feminina tem que ser bonita?
Mas nada disso é, de verdade, o que deveria estar sendo dito sobre Keep Your Hands Off Eizouken!. O anime passa muito (MAS MUITO MESMO) de ser feio, com visuais muito bem desenhados e animados — as imagens em esboço ou aquarela são de deixar qualquer um feliz da vida — e o design de personagens de Naoyuki Asano (Mob Psycho 100) dá as três protagonistas e o mundo ao redor delas muita personalidade (mérito principalmente do mangaká, mas foi bem traduzido para animação).
Tá, mas sobre o que é esse anime? A história gira em torno de três estudantes do ensino médio: Midori Asakusa, Sayaka Kanamori e Tsubame Mizusaki, que decidem abrir um clube de filme como disfarce para seu verdadeiro objetivo: produzir um anime. Asakusa é uma garota baixinha e tímida, mas com uma imaginação voltada para a aventura e o design de ambientes e máquinas (Miyazaki feelings). Mizusaki é uma jovem modelo e atriz que adora desenhar personagens e sonha em ser animadora, para desespero dos pais. Kanamori não compartilha o amor por animação das amigas, mas vê na empreitada um jeito de ganhar dinheiro, e age como produtora e membro pé-no-chão do grupo.
A história é bastante metalinguística, com muitas referências aos processos de produção de um anime, com direito às já mencionadas imagens em aquarela que representam os mundos que as personagens acabam criando. A amizade das personagens vai sendo muito bem desenvolvida em meio ao processo criativo e às dificuldades de manter o clube. Eizouken é uma grande homenagem à animação e aos profissionais envolvidos, e um anime que vale muito a pena acompanhar.
O anime está disponível no Crunchyroll, com episódios novos a cada Domingo. O mangá está em publicação no Japão, com quatro volumes já lançados, mas sem previsão de lançamento no Brasil.
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