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Jovens de Cascavel (CE) usam cordel para falar sobre feminismo nas escolas

A literatura de cordel é um patrimônio cultural brasileiro e, no nordeste, a tradição carrega imensa força popular. Pensando na importância dessa cultura, estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual de Educação Profissional Edson Queiroz, em Cascavel (CE), tiveram a ideia de criar o “Dice – Será que a sociedade ainda não entendeu?”, iniciativa que visa a produção de cordel feminista para fomentar o diálogo sobre a equidade de gênero e criar atividades sobre feminismo na escola e na comunidade. O projeto foi um dos finalistas da premiação nacional Desafio Criativos da Escola de 2019.

A ideia surgiu depois que alunas que sofriam com o machismo na escola decidiram mudar essa realidade. Unidas, criaram um projeto com o objetivo de promover reflexões sobre a cultura machista, bem como ajudar a entender os diversos papeis da mulher na sociedade. A iniciativa, batizada de “Dice” – deusa grega da justiça – se pautou em diversas ações realizadas tanto na escola quanto fora dela. Uma delas foi a organização de rodas de acolhimento, que propunham conversas sobre as dificuldades de ser mulher, além de trazer atividades que incluíam diálogos, discussões sobre músicas machistas e bate-papos. O sucesso foi tão grande que, desses encontros, surgiu uma apostila que mostra como identificar o machismo e formas de combatê-lo.

Como resultado, o “Dice” quebrou estereótipos científicos adicionando a produção acadêmica feminina dentro das aulas de sociologia e filosofia. Como o mundo da produção teórica é masculinizado, por sugestão das próprias alunas foram inseridos nomes de mulheres que marcaram a história para serem trabalhadas no currículo em sala de aula, tais como Hannah Arendt, Angela Davis, Viviane Mosé, entre outras pesquisadoras. As meninas também conquistaram uma importante mudança no calendário escolar: ao invés de só se falar sobre mulheres em 8 de março (Dia Internacional da Mulher), elas conseguiram estender o tema “feminismo” para todo o ano. Atualmente, o projeto segue combatendo os pré-conceitos, uma vez que vencer a cultura do machismo ainda é um grande desafio.

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