Desbloqueando o Chefe Desbloqueando o Chefe

Desbloqueando o Chefe acerta no tom de uma adaptação

O que você faria se depois de falhar em diversas entrevistas de emprego e nunca conseguir permanecer em nenhum trabalho de meio período, um celular falasse para você que dentro dele está a alma de um grande CEO e que te dará muito dinheiro se o ajudar? Parece loucura, não? Mas essa é basicamente a premissa do K-drama divertidíssimo lançado no ano passado, Desbloqueando o Chefe, disponível na Netflix.

O CEO Kim Sun Joo é um homem que todos conhecem e muitos desejam destruir. Seu império chama a atenção e sua inteligência é alvo de muito ódio. E por isso ele se vê em perigo, tendo que correr por sua vida sem saber quem é aquele que quer tanto destruir tudo o que o CEO construiu e tomar para si todas as suas grandes ideias. O que ninguém esperava era que a força de vontade e a teimosia do gênio fossem tão grandes a ponto de sua alma ficar presa em um telefone.

É então que, por acidente, o jovem azarado, mas muito gentil, Park In Sung encontra o celular e os dois começam um pequeno, mas lucrativo e perigoso, contrato. In Sung tomará o lugar do CEO para que as coisas não desandem na empresa, e claro, para encontrar quem teria mandado assassinar Sun Joo. Será que o jovem e o celular possuído serão capazes de tudo isso?

Bom, é isso o que os doze episódios de Desbloqueando o Chefe têm para nos apresentar. Desde o começo ficamos apreensivos com a rápida apresentação dos acontecimentos, e com certeza com muita raiva de certas cenas, que são muito próximas da nossa realidade. Como em uma cena em que In Sung está em uma entrevista de emprego e o entrevistador pergunta se ele tem alguma experiência na área, ao qual a resposta dada pelo jovem é negativa. O entrevistador então fala que, para a vaga, ele precisa ter experiência, e In Sunga responde que para ter experiência ele precisa de uma chance para exercer a função.

Certeza que muitos dos espectadores já devem ter passado por uma situação como essa, de que, para se candidatar a uma vaga, a pessoa precisa de experiência de vários anos, ou outras exigências ilógicas, e esse flerte com a realidade é o que nos aproxima do personagem. Essa aproximação é o que nos fisga, nos prendendo e nos fazendo desejar que tudo dê certo para ele.

Já com o CEO, bom, a sua alma não para um minuto de trabalhar dentro do celular, e é muito bom para In Sung, pois tudo o que ele precisa é atuar. O que não poderia ser mais incrível, pois o jovem azarado sonha em se tornar ator desde criança, mas nunca teve a oportunidade. Grandes desafios se colocam à frente do jovem determinado, e suas ações não passam despercebidas, sejam elas grandes ou pequenas.

Sendo assim, todas as ações do aspirante a ator são questionadas e muitas vezes mal vistas, mas como seu coração é de ouro, mesmo com várias pessoas tentando destruí-lo – e ao CEO -, o destino deixou tudo arranjado para que o que é certo e justo prevaleça e siga o fluxo do bem.

Os dois não podem confiar em qualquer pessoa, e apenas os dois, um jovem e um celular, devem fazer de tudo para manter uma empresa nas mãos certas, encontrar o responsável pela situação do CEO, o corpo dele e uma maneira de trazê-lo de volta ao normal… será que eles conseguem?

Desbloqueando o Chefe tem um elenco maravilhoso, com Chae Jong-hyeop (O mito de Sísifo, The Witch’s Diner), Park Sung-woong (Cães de Caça, Snowdrop), Kim Sung-oh (Kill Boksoon, La Casa de Papel – Coreia) e Seo Eun-soo (Missing: The Other Side).

Baseada em um webtoon homônimo criado por Park Seong Hyun, o drama é classificado como fantasia, mas o tom de comédia reina na tela, com toques certeiros de mistério, ação e ficção científica. Uma ótima surpresa e um drama bonitinho que envolvem quem assiste de todas as formas positivas, mas que deixa um sentimento de vazio e um problema sem desfecho.