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What If…? – As infinitas possibilidades do multiverso

Após os eventos do season finale de Loki, fica ainda mais claro que o multiverso será a menina dos olhos da Marvel pelos próximos anos. Assim como as Jóias do Infinito deram o tom da última década do MCU, agora o público terá que se acostumar com uma nova realidade. Ou novas realidades para ser mais específico. Posicionada estrategicamente após a série do Deus da Trapaça, What If…? promete entregar uma breve viagem por esse novo conceito, além de aumentar o leque de atrações originais do Disney+. No entanto, o primeiro episódio ainda não é tão ousado quanto a premissa sugere.

A narração do Vigia (voz do sempre ótimo Jeffrey Wright) serve como introdução ao intuito da série: mostrar vertentes do MCU onde uma simples decisão mudou completamente os rumos da história, alterando tudo que havia sido estabelecido ao longo dos anos. Para o primeiro episódio, conhecemos a realidade onde a interferência do agente da Hidra impediu que Steve Rogers (Josh Keaton) virasse o Capitão América. Para salvar o projeto, eis que Peggy Carter (Hayley Atwell) entra na máquina e recebe o soro do super soldado. Esse é o nascimento da Capitã Carter.

What If…? resolve apostar na segurança em seu primeiro episódio, trabalhando com a dinâmica entre Peggy e Steve, além de revisitar a atmosfera de Capitão América: O Primeiro Vingador. Apesar de algumas mudanças em momentos cruciais, o roteiro de A.C. Bradley não se aprofunda em seus novos conceitos. E nem tem tempo para isso, afinal, dispõe de apenas meia hora para contar toda a história. Imagino que esse será o desafio da série ao decorrer da temporada, equilibrar o tempo com o excesso de novidades em tela. Algo essencial para que o E Se…? não se transforme em E Daí…?

Mas o primeiro episódio de What If…? brilha justamente por focar em Peggy Carter. Apesar de ser uma das personagens mais inteligentes e fortes do MCU, além de participar da fundação da SHIELD, ela nunca teve o merecido destaque em tela. Não podemos esquecer o cancelamento prematuro de sua série solo, eliminando qualquer possibilidade de vê-la em ação por mais tempo. O trabalho de voz de Hayley Atwell entrega entusiasmo, paixão e idealismo. Apesar de pouco tempo, foi gratificante conhecer a Capitã Carter. Vale uma menção honrosa para Steve Rogers como uma versão embrionária do Homem de Ferro.

Além das novidades, o trabalho de direção de Bryan Andrews é bastante competente. Aproveitando toda a liberdade que as animações oferecem, ele entrega cenas de ação fluidas e divertidas. Difícil não esboçar um sorriso com a Capitã Carter fazendo poses clássicas dos quadrinhos enquanto soca nazistas. A cena final também é interessante, carregando as mudanças do passado para o presente. Será que veremos mais da Capitã Carter no futuro?

Em linhas gerais, What If…? começa bem. A ausência de uma maior ousadia narrativa pode ficar restrita apenas ao primeiro episódio, que costuma ser utilizado como porta de entrada para o público. Ainda existem oito realidades a serem exploradas e com elas a expectativa de que finalmente o multiverso mostre todo o seu potencial.