Seis anos após o lançamento do primeiro Terrifier (2016), o diretor e roteirista Damien Leone trouxe de volta às telas um dos vilões mais perturbadores do cinema de horror recente: Art, o Palhaço. Com duração de 2h18 e orçamento estimado em apenas 250 mil dólares, Terrifier 2 tornou-se um fenômeno inesperado, alcançando o Top 10 de bilheteria nos Estados Unidos e consolidando-se como um dos filmes de terror mais comentados dos últimos anos. Confira a nossa crítica do filme de terror.
A trama de Terrifier 2 e o retorno de Art
A história se passa um ano após o massacre do primeiro filme. Revivido por uma força sobrenatural, Art (David Howard Thornton) volta às ruas na noite de Halloween, acompanhado de uma figura fantasmagórica: uma menina maquiada como palhaça, cuja origem nunca é totalmente esclarecida. Dessa vez, ele passa a perseguir a adolescente Sienna (Lauren LaVera) e seu irmão Jonathan (Elliott Fullam), que herdaram de seu falecido pai um caderno repleto de desenhos macabros conectados às atrocidades de Art.
A narrativa mistura elementos típicos do slasher com toques de surrealismo, explorando a relação de Sienna com a herança deixada por seu pai e seu destino como heroína de confronto direto contra o palhaço assassino. Embora o roteiro traga pistas sobre uma possível ligação sobrenatural entre Art e a família, o filme opta por deixar essas questões em aberto.
Violência extrema e efeitos práticos
O que realmente diferencia Terrifier 2 é sua entrega no quesito violência gráfica. Assim como no primeiro longa, Damien Leone assina também os efeitos práticos de maquiagem, ampliando o nível de brutalidade em cenas de tortura e mutilação prolongadas. O palhaço não apenas mata suas vítimas, mas prolonga o sofrimento em momentos que se aproximam de um teatro grotesco, desafiando até mesmo os limites do chamado “terror extremo”.
Esse excesso de sangue e vísceras tornou-se uma das marcas registradas do filme. Algumas mortes são rápidas e brutais, enquanto outras se estendem em longas sequências de sadismo, com Art explorando cada instante para aterrorizar não só suas vítimas, mas também o público.
A construção da heroína Sienna
Um dos elementos mais discutidos de Terrifier 2 é a introdução de Sienna como contraponto a Art. A personagem começa como uma adolescente comum, mas ao vestir a armadura de anjo guerreiro criada por seu pai, assume uma posição quase mítica dentro da narrativa. Lauren LaVera entrega uma performance sólida, transformando Sienna em uma final girl à altura do antagonista, o que indica que a franquia pode ter encontrado sua própria versão de Laurie Strode ou Nancy Thompson.
A estética do terror anos 80 em Terrifier 2
Além da violência explícita, o longa chama atenção pela estética que remete aos slashers das décadas de 70 e 80. A trilha sonora de Paul Wiley aposta em sintetizadores no estilo John Carpenter, enquanto a fotografia de George Steuber cria atmosferas sombrias com cores saturadas. O resultado é um filme que mistura nostalgia do terror clássico com a ousadia do gore moderno.
Críticas e recepção
Apesar de aclamado entre fãs de horror gráfico, Terrifier 2 divide opiniões. Para alguns, sua duração extensa compromete o ritmo, com subtramas que não encontram resolução. Para outros, o excesso de carnificina transforma a experiência em algo quase paródico, mais próximo de um espetáculo grotesco do que de um filme voltado a sustos tradicionais.
Ainda assim, o longa consolidou Art como um dos vilões mais reconhecíveis da atualidade, com potencial de seguir o caminho de ícones como Freddy Krueger e Jason Voorhees. O desfecho ainda reserva uma cena pós-créditos no estilo das grandes franquias, indicando que Terrifier 3 já está no horizonte.
Crítica de Terrifier 2 (2022): há limites para Art, o Palhaço?
Terrifier 2 é um filme que leva o conceito de slasher ao limite, transformando Art, o Palhaço, em símbolo do terror extremo contemporâneo. Entre exageros narrativos e cenas de violência gráfica quase insuportáveis, Damien Leone entrega uma obra que dificilmente deixa o espectador indiferente. Para os fãs do gênero, é uma experiência que mistura choque, repulsa e fascínio, consolidando o título como um marco dentro do cinema de horror independente.