Se você quer ver uma história de amor proibido, então você pode apertar o play em Pousando no Amor, série coreana disponível na Netflix.
Na história, temos a Yoon Seri, uma chaebol (filha de família rica), que, em um dia de trabalho, acaba sofrendo um acidente que a leva para a Zona desmilitarizada entre as Coreias, mais especificamente na linha da Coreia do Norte. Se isso não fosse o bastante, a ricaça é encontrada por um soldado norte-coreano, o capitão Ri Jeong Hyuk. Como ao encontrá-la, não reporta ao Departamento de Segurança da Coreia do Norte, cabe a ele, e quatro de seus mais próximos colegas de vigia, dar um jeito de mandá-la de volta ao país dela.
Pela sinopse, não dá para notar muito o romance, mas sim um drama envolvendo dois países em um estado dormente de guerra. Porém, à medida que você vai acompanhando o drama, você vê o crescimento dos personagens e de seus sentimentos sobre a situação ao qual o destino os levou.
E a trama não para aí. Em 16 episódios, de em média 1h15m, Pousando no Amor fala sobre a depressão por abandono familiar, por perdas e suicídio de uma maneira delicada e cuidadosa, sem pressionar esses assuntos tão necessários de serem discutidos.
Se costuma se emocionar assistindo filmes e séries, o lencinho não é opcional aqui. Com os episódios passando, você tem uma experiência diferente da maioria das produções que tratam sobre a vida na Coreia do Norte. O cenário de metade dos episódios nos mostra um país que não sabe muito do que acontece fora dali e que também não incorporou, em seu dia a dia, a tecnologia que uniu o mundo. Blecautes, comida escassa e inspeções militares de surpresa fazem parte do cotidiano dos moradores da vila onde mora o capitão e Seri fica escondida.
Como dito acima, metade dos episódios “se passa” na Coreia do Norte, e as situações dos personagens variam de momentos de comédia à tensão, até falha por não conseguirem mandar a sul-coreana de volta. Quando a personagem volta para seu país de origem, a trama dá uma volta, compreensível, que leva os outros a também terem sua experiência no país vizinho.
O desenvolvimento da série foi feito após muita pesquisa. A roteirista Park Jieun foi apresentada a um desertor norte-coreano para que a trama trilhasse por um caminho que levasse o espectador o mais próximo possível da vivência na Coreia do Norte, e também para que não chegassem a ferir ou irritar, de alguma maneira, os seus vizinhos. Os diálogos também foram adaptados para evitar o uso do honorífico Presidente, quando fossem falar sobre os líderes da Coreia do Norte. Durante as filmagens, todo figurino foi cuidadosamente elaborado, como, por exemplo, os broches de identificação dos cidadãos norte-coreanos, que foram feitos para serem utilizados no drama, foram modelados para serem um terço menores que o original.
É interessante e muito bonito acompanhar o desenvolvimento do drama, no qual os produtores, roteiristas e diretores tiveram o cuidado para não ferir ou ofender o país vizinho. O cotidiano que pouco conhecemos nos é apresentado da maneira mais fiel possível, com as informações que foram coletadas daqueles que lá viveram e é uma experiência diferente. Normalmente, quando a Coreia do Norte é apresentada em uma obra, o que temos é a tristeza causada pela separação pós guerra. E se você for como eu, com certeza vai querer ainda mais que a unificação aconteça o quanto antes.
No elenco de Pousando no Amor, temos, como casal principal, os atores Son Yejin (Enfeitiçado, Personal Taste) e Hyu Bin (Desenfreado, Memórias de Alhambra). Yang Kyung-won (Vincenzo), Lee Shin-young (How to Buy a Friend), Yoo Subin (Exit, Start-up) e Tang Joon Sang (A caminho do céu) são os soldados que tentam de várias maneiras mandar a personagem da Son Yejin de volta. E, com uma aparição surpresa e curtinha, mas muito bem-vinda, temos o ator Kim Soohyun (Tudo bem não ser normal), reprisando o personagem Bang Dong-gu do filme Secretly, Greatly.