A segunda temporada de Percy Jackson e os Olimpianos já está disponível no Disney+ e retoma a história um ano após os acontecimentos que encerraram o primeiro arco da série. Agora mais consciente de sua origem como filho de Poseidon, Percy retorna para mais um verão no Acampamento Meio-Sangue, mas o que deveria ser um período de treinamento e convivência entre semideuses rapidamente se transforma em uma nova corrida contra o tempo para impedir os planos de Cronos.
O episódio de abertura já sinaliza que a série não pretende perder tempo. A sequência inicial acompanha Grover Underwood em uma busca solitária pela floresta, evocando diretamente o mito de Pan. O tom muda quando o sátiro é confrontado por figuras misteriosas do próprio acampamento e, logo depois, capturado por uma criatura marinha. A cena funciona como gatilho narrativo para o restante do episódio e estabelece o senso de urgência que guiará a temporada.
Percy desperta desse evento em forma de sonho — ou visão — no último dia de aula, ciente de que, como semideus, suas premonições costumam se concretizar. Ao lado de sua mãe, Sally, ele tenta lidar com a ansiedade do retorno ao acampamento, agora dividido com a presença de Tyson, um ciclope acolhido por Sally. A dinâmica doméstica ajuda a introduzir um novo personagem importante para a temporada, ao mesmo tempo em que reforça o amadurecimento emocional de Percy.
O reencontro com Annabeth acontece de forma pouco convencional, por meio de um táxi místico guiado pelas Irmãs Cinzentas. Juntos, eles correm para o Acampamento Meio-Sangue após Annabeth também relatar um sonho premonitório. Ao chegarem, encontram o local sob ataque de gigantes e descobrem que a barreira mágica foi comprometida. O dano à árvore de Thalia — símbolo de proteção do acampamento — revela que a ameaça é mais profunda e organizada do que parecia inicialmente.
A introdução de Tântalo como novo diretor de atividades adiciona um elemento de humor desconfortável à trama. Subordinado a Dionísio, o personagem representa uma liderança desconectada da gravidade da situação, apostando em competições e distrações enquanto o acampamento corre risco real. Em contraste, Percy e Annabeth rapidamente compreendem que a única saída é partir em uma nova missão, desta vez para salvar tanto Grover quanto a própria estrutura que mantém o acampamento seguro.
Narrativamente, a série se beneficia do fato de não precisar reapresentar seu protagonista. Percy já entende seus poderes, conhece as regras do mundo dos deuses e sabe em quem confiar — ou não. Isso permite que a temporada avance diretamente para o conflito central, inspirado em O Mar de Monstros, segundo livro da saga de Rick Riordan. A transição é fluida e mantém o ritmo ágil desde os primeiros minutos.

O elenco segue bem entrosado, com destaque para Timothy Simons, que imprime um tom caricato e funcional a Tântalo. A série também continua acertando ao tratar seus personagens jovens com mais responsabilidade narrativa, permitindo que cresçam junto com o público.
Crítica: vale à pena assistir a 2ª temporada de Percy Jackson e os Olimpianos?
Voltada para espectadores jovens e crianças, Percy Jackson e os Olimpianos inicia sua 2ª temporada com clareza de propósito, conflitos bem definidos e uma ameaça concreta. O primeiro episódio deixa evidente que a jornada será maior, mais arriscada e emocionalmente mais complexa — exatamente o tipo de evolução esperada para uma série que já estabeleceu seu universo e agora pode expandi-lo.