Os Aventureiros – A Origem é diversão garantida para a criançada

Que o Luccas Neto é a Xuxa dessa geração não há dúvidas. Claro, a Xuxa é muito superior, mas não é uma competição. O rapaz é youtuber, ator, diretor, empresário, cantor, escritor e roteirista brasileiro. Como criador do Luccas Toon, ele se estabeleceu como um dos maiores nomes do entretenimento infantojuvenil na internet.

Aos 31 anos, ele agora interpreta um personagem adolescente – uma vibe bem Tom Welling em “Smallville” – no seu primeiro filme nas telonas. Até então, todas as suas produções ficavam exclusivamente na internet. Porém, Luccas disse que sentiu falta de produções brasileiras para toda a família nos cinemas e, ao longo de cinco anos, se preparou para lançar “Os Aventureiros – A Origem”. Neste filme, ele traz personagens icônicos que já o acompanhavam em suas outras produções.

A história se passa durante uma excursão escolar em um planetário (ou algo parecido) com Luccas (interpretado por Luccas Neto), seus amigos Jéssi, Vitória, Pedro e sua irmãzinha Gi. Sendo um rapaz muito dado a aventuras um pouco irresponsáveis, fato apontado por suas amigas, ele os leva até uma porta proibida para o público, descobrindo um laboratório abandonado. No meio da sala há uma máquina enorme, e agindo como um bom adolescente, Luccas vai futricar em tudo e acaba ativando o aparato, enviando-os acidentalmente para outra dimensão.

Assim, o grupo acaba parando na Cidade da Alegria, um local pacífico, mas com uma ameaça pairando sobre ela, em que uma profecia indicava que quando chegasse o momento certo, os escolhidos chegariam de outra dimensão para encontrar as Pedras do Poder e salvá-los. Incrédulos, Luccas e seus amigos vão atrás do cientista que construiu a máquina para ajudá-los a voltar para casa, e a partir daí, acabam caindo em uma história mais complexa e perigosa, em que somente o poder da amizade pode salvá-los.

Para crianças pequenas, esse filme é muito bom. Luccas Neto tem, em sua equipe, psicopedagogos, psicólogos infantis e outras pessoas que o ajudam a construir uma história que tanto possa educar as crianças em valores positivos quanto mostrar aos pais que o seu conteúdo é benéfico, ganhando a confiança dos responsáveis legais do seu público, que apoia a sua prole em assisti-lo. Logo, o filme é colorido, com muitos exageros, atuações propositalmente “infantis”, com diálogos simples, explicativos, que qualquer criança pequena consiga acompanhar facilmente – sem subestimar as suas capacidades.

E quando falo de criança, é de crianças de até 10 anos, no máximo. Na pré-estreia do filme aberta ao público infantil, a garotada de dois a seis anos chegaram a fazer xixi nas calças de emoção ao conhecer o seu ídolo.

Claro, o longa não é tão perfeito assim. Por exemplo, há uma pitada de bullying com Gi, a irmã mais nova de Luccas, em que todo mundo a chama de criancinha, bebezinha, e ela sempre pede para pararem com isso, mas o seu sofrimento acaba sendo entretenimento e fonte de piada, para no fim essa raiva toda que ela guarda servir para algo maior. Os clichês aqui são explorados ao máximo, mas, apesar disso, Luccas Neto sabe dividir a tela com seus companheiros, não roubando completamente os holofotes.

Tudo na história é caricato, com vários toques de exagero, um visual cheio de cores e uma clara inspiração em “Power Rangers”. No geral, apesar do filme não ser para um público adulto, que possivelmente vai se entediar na frente das telonas, ainda é algo que os pais podem levar em paz suas crias, para se divertirem tranquilamente, sem a preocupação de algum conteúdo considerado como inapropriado. E Luccas lançou numa boa época, as férias, proporcionando assim um alívio para os progenitores que não sabem o que fazer com os filhos nessa época do ano.