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Noite Infeliz

Desde que atuou em Stranger Things como o adorável xerife Jim Hopper, David Harbour vem conquistando nossos corações com seu carisma e boas atuações, com personagens tão carismáticos quanto ele – como Hellboy (dizem que o filme é ruim, mas que ele tá 10/10). Dessa vez, o nosso queridinho hollywoodiano deu vida a ninguém menos que o Papai Noel em Noite Infeliz, mas, ao invés de um bom velhinho simpático distribuidor de presentes, esse novo Papai Noel é ranzinza e amargurado. Ah, e beberrão.

Abrindo o filme já com uma cena do personagem num bar, criticando a nova juventude e enchendo a cara, Papai Noel ganha a nossa atenção. Paralelo a isso, somos apresentados à família Lightstone, uma família influente, podre de rica, cuja matriarca não é uma pessoa muito boa, que só pensa em negócios – o que não seria um problema – e não liga muito para os próprios filhos e netos, com exceção de Trudy, a mais nova do bando e uma criaturinha adorável, superinteligente e que o filme não estragou colocando comportamentos que não condizem.

Em clara homenagem a filmes famosos de Natal, como Esqueceram de Mim e Duro de Matar, o plot gira em torno de um Noel desacreditado na humanidade, cansado de ser um bom velhinho, e o sequestro dos Lightstones, em que um grupo criminoso, liderado por John Leguizamo no papel de sr. Scrooge, que mata todos os funcionários da mansão e deixa a família reunida na sala enquanto abrem o poderoso e seguro (ou não tão seguro) cofre. Coincidentemente, Papai Noel estava justamente naquela casa quando a coisa toda acontece, e ao ver a pequena e fofa Trudy em perigo, acaba não resistindo e vai em busca de salvá-la dos bandidos.

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Noite Infeliz é um clichezão natalino misturado com o que há de melhor em filmes de ação, com cenas de lutas muito boas, bem coreografadas e um tanto quanto gore. Se tiver estômago fraco, você vai ter que fechar os olhos algumas vezes. Você se apega à menina Trudy, que é muito fofa, e cujas ações ajudam o Papai Noel a acabar com os sequestradores e a se reencontrar como o velhinho natalino. O relacionamento de velho ranzinza e criança adorável, que é muito esperta e possui um coração tão bom que o salva da vida miserável que estava tendo, é aquele de sempre, mas nos conquista pela interação paternal e engraçada que eles têm, como um trechinho em que discutem sobre qual o melhor termo para mandar alguém tomar no cu. Simplesmente muito bom.

Os outros personagens são réplicas clichês de tudo, recheando a história com a matriarca coração de gelo, a filha cabeça de vento, o neto influencer, o filho preferido, o bandido russo, a bandida loira que luta com facas, o psicopatinha, o chefe que trata todo mundo mal, mas que é muito inteligente… Enfim, todas as coisas que se pode ter, e puseram sem medo. É um filme que obviamente sabe o que tá fazendo, brincando com tudo isso, e mais, deram um excelente background pro Papai Noel para justificar o sangue frio dele para matar outros. Precisava? Não, mas e daí? Foi muito bom. Às vezes o longa dá uma pecada em se levar muito a sério, mas nada que você não possa ignorar, principalmente quando chega uma próxima cena irada ou engraçada.

A trilha sonora, que eu preciso comentar, brinca bastante com as músicas, encaixando aquela coisa natalina junto com músicas meio épicas, quando necessário. Não é nada que dê para lembrar bem depois que passou o filme, mas na hora, fazem uma boa diferença.

Noite Infeliz veio para nos divertir como a boa comédia de ação bem-feita que é. Pode ser assistido por toda a família, mas abaixo dos trezes já tem que ser com consentimento de pai e mãe devido às cenas mais pesadas de morte.

O filme já está nos cinemas, agora é só correr para o abraço.