“O Superman é sobre cor e diversão, ou deveria ser, ao menos para mim”, disse Matthew Vaughn em entrevista à MTV no distante ano de 2010. Na época, ele ainda não havia arrombado a porta da cultura pop com seu trabalhos e o Universo Estendido da DC Comics nem sonhava em passar vergonha. Mas, ainda que o diretor não imaginasse, tal frase possuía um tom quase profético.
7 anos e alguns filmes depois, o Superman talhado por Zack Snyder e seus amigos está cada vez mais distante do idealizado por Vaughn, longe de representar a esperança contida naquele S enorme no peito. Existem aqueles que gostam, mas é necessária muita força de vontade para enxergar algum tipo de exemplo ou ideal na atual encarnação do personagem.
Porém, a notícia de que a Warner Bros. está de olho em Matthew Vaughn para comandar a sequência de O Homem de Aço (a verdadeira e não aquilo conhecido como Batman vs Superman) desperta uma chama no peito. Do tipo que apenas Kal-El conseguia fazer em suas histórias.
Aliás, na época que disse aquela frase, um rumor apontou que Matthew e seu comparsa Mark Millar (a atual dupla de ouro da cultura pop) teriam entrado em contato com a Warner para comandarem o reboot do Superman. Não passou de conversa fiada, mas uma semente foi plantada ali. E parece que chegou a hora de colher os frutos.
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Nesse período, Matthew Vaughn mostrou seu Toque de Midas. Colocou Kick-Ass na lista de melhores adaptações de HQ’s, explorando violência e palavrões antes de Deadpool desfilar sua roupa vermelha pelo cinema. Fez de X-Men: Primeira Classe o melhor filme da última trilogia e um dos melhores da franquia. De quebra, ainda dirigiu o longa mais divertido de 2015: Kingsman.
Um currículo bastante respeitável. E adivinhem só, em todas essas obras temos a mistura perfeita de ação, diversão e profundidade. Não são vertentes que se anulam, basta alguém talentoso para trabalhar com elas. Tire da mente esse pensamento infantil de “filmes cheios de piadas para crianças” e “filmes muito grandes para mentes pequenas”. Isso apenas diminui sua capacidade de analisar o panorama geral. Matthew Vaughn manja do paranauê e sabe o que fazer com o Superman que temos nas mãos.
A Warner, por sua vez, parece despertar antes do trem descarrilhar. Dizem por aí que uma mudança de comando abriu os olhos do estúdio para sua divisão super-heroica. Greg Silverman foi substituído por Toby Emmerich, que corre atrás do tempo perdido. A escolha de Matt Reeves para dirigir The Batman é um fruto dessa troca. A ideia é ter Matthew no grupo, nem que seja para dirigir outro personagem desse universo.
Vaughn também parece interessado na missão, talvez para realizar o sonho de mostrar sua visão do Superman para o mundo. O que já cravo aqui que tem tudo para ser infinitamente melhor do que a construída até o momento. Apesar de ser um alien, o Supinho sempre representou o melhor da humanidade, algo que insistimos em abandonar com o passar das eras.
Sendo assim, merece ser representado da maneira certa, além de uma pilha de músculos, expressões faciais mínimas e a profundidade de uma tampa de garrafa. Claro, temos inúmeras versões do personagem nos quadrinhos e outras mídias. Mas faço minhas as palavras de Matthew Vaughn: O Superman é sobre cor e diversão, ou deveria ser…