O Prime Video amplia sua parceria com grandes nomes do suspense ao lançar Lázaro (Lazarus, 2025), nova série criada por Harlan Coben em parceria com Daniel Brocklehurst, vencedor do BAFTA. A produção britânica de seis episódios, estrelada por Sam Claflin e Bill Nighy, mergulha em um terreno familiar ao autor: o cruzamento entre trauma, segredos de família e crimes não resolvidos. Desta vez, no entanto, o tema central é o luto — e como ele pode distorcer a percepção da realidade. Leia a crítica da série:
A trama de Lázaro: quando o luto se mistura ao terror psicológico
A série acompanha Joel “Laz” Lazarus (Sam Claflin), um psicólogo forense que trabalha em uma instituição psiquiátrica de alta segurança. A rotina de Laz é interrompida quando recebe a notícia de que seu pai, Dr. L (Bill Nighy), também psiquiatra, tirou a própria vida. O suicídio ocorre logo após uma ligação misteriosa, que Laz decide ignorar. A tragédia reacende antigas dores: 25 anos antes, sua irmã gêmea, Sutton (Eloise Little), foi assassinada em circunstâncias nunca esclarecidas.
Ao retornar à sua cidade natal, Manchester, Laz tenta compreender os últimos dias do pai. Uma enigmática nota de suicídio — com a frase “ainda não acabou” e o desenho de um banquinho de três pernas — abre caminho para uma investigação pessoal que mistura o passado e o presente. Entre consultas a antigos pacientes do Dr. L, como a instável Cassandra (Sianad Gregory), e memórias fragmentadas da morte de Sutton, Laz começa a duvidar de sua própria sanidade.
O suspense e a fronteira entre o real e o imaginário em Lazarus
Lázaro constrói um mistério que se sustenta na incerteza: até que ponto as visões de Laz são manifestações sobrenaturais ou apenas reflexos de uma mente em colapso? A série adota uma estrutura híbrida, alternando entre investigação policial e terror psicológico, e aos poucos se transforma em uma meditação sobre perda e culpa.
A atmosfera lembra obras como Ecos do Além e A Hora do Pesadelo, nas quais a linha entre sonho e realidade se dissolve. As aparições de espíritos e os delírios visuais do protagonista criam momentos de tensão genuína, especialmente quando os “fantasmas” interagem de forma imprevisível com o ambiente.
As atuações e o tom da narrativa
Sam Claflin entrega uma performance convincente como um homem à beira da exaustão emocional. O ator sustenta o enredo com vulnerabilidade e inquietação, enquanto Bill Nighy, em poucas cenas, confere gravidade à figura paterna cuja morte desencadeia todo o drama. Alexandra Roach (Jenna), Karla Crome (Bella) e David Fynn (Seth) completam o elenco, compondo o círculo de apoio que tenta conter a deterioração mental de Laz.
Ainda que o elenco seja sólido, parte dos personagens secundários carece de desenvolvimento. Algumas subtramas — como a ligação entre o enteado de Bella e Laz — soam deslocadas e diminuem o foco da narrativa principal. A escrita de Coben e Brocklehurst mantém o mistério ativo, mas em certos momentos aposta em reviravoltas excessivas que comprometem a coesão da história.
A estrutura e os temas centrais da série de Harlan Coben
Com seis episódios, Lázaro equilibra investigação e introspecção. O título bíblico não é casual: o retorno simbólico de Laz às lembranças da infância e ao trauma da perda da irmã é uma forma de ressurreição emocional. O luto, o legado familiar e a culpa são tratados como forças que corroem a mente humana.
Coben mantém seu estilo característico — construindo enigmas a partir de dramas pessoais —, mas a série difere de outras adaptações recentes por seu ritmo mais sombrio e introspectivo. Mesmo quando a narrativa se torna excessivamente complexa, há um interesse constante em explorar como o sofrimento molda o comportamento humano.
Crítica de Lázaro: vale à pena assistir no Prime Video?
Um enigma sobre o poder do luto
Lázaro é um thriller que combina investigação e psicologia, explorando as fronteiras entre a vida, a morte e o que permanece no meio delas. Embora o roteiro se perca em algumas camadas e dependa de reviravoltas previsíveis, o resultado é uma obra que mantém o público atento até o último episódio.
Com Coben e Brocklehurst no comando e Sam Claflin no centro de uma narrativa sobre dor e redenção, Lazarus reafirma o interesse do Prime Video em investir em produções britânicas de mistério com assinatura autoral. Todos os seis episódios estão disponíveis no catálogo desde 22 de outubro de 2025.