Crítica | Knightfall – 1° Temporada

Série produzida por Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro de Vingadores, Knightfall mostra a saga dos guerreiros Templários em busca do mítico Santo Graal, as contendas com o Papa Bonifácio 8º e muita ação com teorias que deixariam Dan Brown orgulhoso

Com o sucesso de series com temáticas de capa e espada e cunho ficção/histórica como Game Of Thrones e Vikings, o Canal History Channel, já possuindo em seu acervo a já citada serie de Ragnar Lothbrock, resolve apostar em uma produção que, por si só, já é um prato cheio para as teorias conspiracionistas e que pode render (e rende) grandes cenas de batalhas. Vemos muito disso na série Knightfall, serie que aborda um período especifico sobre a história da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente, os Cavaleiros Templários.

Cenas empolgantes e tramas bem elaboradas são o ponto alto da série

Em seu primeiro episódio, já somos levados a um momento de grande importância histórica para os Cavaleiros do Templo, a queda de Acre, que aconteceu em 1291. Os Templários, eram guerreiros constituídos no século XII, com o propósito de proteger os cristão em peregrinação a Jerusalém e serem depositários das maiores relíquias da Cristandade.

É aí que já entramos na trama apresentada nesta primeira temporada de Knightfall, pois neste momento em especifico, a Ordem possui em seu poder, uma das relíquias Cristãs mais importantes, o Santo Graal. A perda de Jerusalém culmina em uma grande batalha, onde cada golpe atingirá seus personagens nos próximos anos, deixando feridas nunca recuperadas e derrotas pesadas para nossos personagens, tendo como maior delas a perda do Graal, que afunda no mar mediterrâneo para sempre. Pelo menos, é o que este primeiro episódio deixa a entender, mas as tramas são mais complexas, e coisas perdidas podem voltar ou mesmo se apresentarem de outras formas.

A trama dá um salto no tempo, de 15 anos, os personagens apresentados na fuga do Acre, estão estabelecidos em um templo na França. O Mestre do Templo, Godfrey (Sam Hazeldine), um dos sobreviventes da fuga de Jerusalém, nos é apresentado como um homem de grande fé e sabedoria, mas que esconde segredos que vão ser a força que impulsionam o personagem principal da série, o Guerreiro Landry du Lauzon (Tom Cullen), um homem cheio de dúvidas, que acaba se tornando Mestre dos guerreiros do Templo, mas esconde em seu coração, um tórrido relacionamento com a Rainha da França, Joana (Olivia Ross).

Mesmo seus monges, fazerem o voto de pobreza, os Templários acumularam muitas riquezas no decorrer dos anos, e acumulam funções de bancários, deixando a igreja e o Rei da França, como grandes devedores da Ordem, o que não deixa o Rei da França Felipe IV (Ed Stoppard) incomodado, pois o mesmo acredita na amizade de Landry e que não suspeita de nada, do relacionamento ardente entre o Templário e sua esposa.

Eis que em meio a traições, manipulações da igreja e do braço direito do Rei Da França, William De Nogaret (Julian Ovenden), Landry acaba recebendo a importante missão, através de mensagens escondidas do antigo Mestre e tutor, Godfrey, que é morto em circunstâncias estranhas, e mostra que o Mestre da ondem tinha grandes planos para Landry, deixando em suas mãos, a missão de reencontrar o cálice perdido de Cristo, que não estava tão perdido assim.

Nada é o que parece, nem mesmo o cálice Sagrado

As dúvidas só aumentam no decorrer dos episódios, e pontos históricos são apresentados e em alguns momentos distorcidos, para a fluidez da narrativa, como a situação dos Judeus na França e em boa parte da Europa. As teorias da conspiração, em torno da relíquia de Cristo, como a união do antigo Mestre do Templo, Godfrey a ordem Sarracena obscura, com o único objetivo de proteger o Cálice, mas será que estamos realmente falando de um cálice? E é bem interessante como as pistas são deixadas nos decorrer dos episódios, e os alicerces da contenda entre a França e a Ordem Templário, é explicada de forma poética, apresentando assim, as dúvidas em volta de todos os personagens, que no fim, querem apenas o poder, alguns de subjugar todos os reinos em torno de suas bandeiras ou crenças, outros apenas o poder de viverem amores impossíveis.

A serie finaliza seus 10 episódios nesta primeira temporada, em grande estilo, com cenas grandiosas e bem coreografadas, com muita ação e batalhas sangrentas, pistas sobre o futuro do que podemos ver e linkar com fatos históricos, como a fática sexta-feira 13 de 1307, que deu origem aos maus agouros do dia, pois foi a data do desaparecimento da Ordem, e que vai ser contada em um trama muito bem empolgante e amarrada.

Apesar de uma narrativa lenta em seu início, Knightfall vai agradar bastante aos amantes do gênero capa e espada, trazendo tramas envolventes e personagens cativantes e curiosos, como o braço direito de Landry, Tancrede, o inconformado Gwain e o dúbio Papa Bonifácio VIII (Jim Carter), com manipulações politicas bem presentes, cenas épicas de batalhas e duvidas que só nos faz querer acompanhar mais da série.

Antes mesmo de finalizar a exibição da primeira temporada, o History Channel renovou a serie para sua segunda temporada, agora é aguardar o retorno de Knightfall.

Knightfall está sendo exibido no Brasil, desde o dia 22/2, no Canal History todas as quintas-feiras, às 21h40.