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I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston

Whitney Elizabeth Houston nasceu em Newark (Nova Jérsei) em 9 de agosto de 1963, e desde criança recebeu aulas de canto e piano de sua mãe, Cissy, que era cantora de Gospel e Soul e chegou a ganhar 2 Grammys. Aos 11 anos começou a cantar no coral da igreja que frequentava, e, mais tarde, passou a acompanhar a mãe em algumas turnês, onde, ocasionalmente, se apresentava como backing vocal – isso por volta de 1977. Em 1983, foi descoberta por Clive Davis e, assim, sua vida como a maior cantora de sua geração começou.

Whitney é conhecida como A Voz, um título muito merecido. Ela bateu os recordes de Elvis Presley e The Beatles, tendo sete hits consecutivos em 1º lugar nas paradas da Billboard. Também é dona do álbum de trilha sonora mais vendido de todos os tempos (O guarda-costas), e  o disco permaneceu 20 semanas consecutivas em #1 no Top 200 da Billboard. Para terminar de coroar a rainha, ainda recebeu duas indicações ao Oscar pelas canções originais I Have Nothing e Run to You. Não obstante, detém o recorde de ser a mulher mais premiada em uma edição do American Music Awards – em um único ano -, com oitos vitórias, incluindo a categoria de Prêmio de Mérito, sendo homenageada no mesmo ano! Aqui dou ênfase para “mulher”, pois em geral geral, ela empatou com Michael Jackson. Pra fechar com chave de ouro, você encontra o santo nome da gata no Guiness Book por ser a artista feminina mais premiada de todos os tempos, com mais de 400 prêmios.

Não é à toa que quiseram trazer a sua história para as telonas. I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston conta um pouco sobre a vida da cantora, compositora, atriz, produtora, supermodelo e empresária estadunidense, focando principalmente na parte musical. O termo “um pouco” aqui é essencial, pois o roteiro navega por momentos cruciais da história Whitney Houston da forma mais rasa e rápida possível, deixando algumas questões, como os abusos sofridos pelo ex-marido Bobby Brown, no ar. O filme é basicamente carregado pela poderosa e incrível atuação de Naomi Ackie no papel da cantora, e que, sinceramente, venceria facilmente todas as competições de lip sync de Rupaul’s Drag Race. Ela nos convence com incrível facilidade a entrar com ela na história, e o resto do elenco não deixa a desejar, apesar de não ter muito espaço para brilhar.

Aliás, eu resumiria o filme como a história da música dela, especificamente os hits, pois o foco ficou mais na descoberta e a produção das canções mais badaladas de Whitney, exibindo-as com performances incríveis nos shows mais marcantes e importantes de sua carreira como cantora. Infelizmente, a direção não parece se decidir entre nos deixar mergulhar na atuação maravilhosa de Naomi, focando em seu corpo, seu rosto, nela, e ficar passeando pelo cenário, ora mostrando a reação do público, ora só mexendo pra lá e para cá, exibindo, sei lá, os músicos que estão cantando com ela, ou fazendo cortes para mostrar a família assistindo. Não houve aquela espetacularização que merecia, enfraquecendo um pouco essas cenas, que deveriam nos emocionar. Claro, se souber a letra, você vai querer cantar junto – quem não quereria? Faltou imersão para que eu me sentisse como um dos espectadores na plateia – ao invés de ser apenas uma pessoa assistindo a apresentação por meio de uma tela (que foi o que aconteceu).

Os diálogos são bem expositivos, não sei dizer se pela falta de tempo em tela para abarcar todos os fatos marcantes da vida de Whitney Houston, ou simplesmente pelo roteiro não muito bom (que eu chuto que seja mesmo, porque é o mesmo roteirista de Bohemian Rhapsody). Existem cenas que necessitavam de uma discussão mais profunda, mais dramática, mas tudo acaba rapidamente para pular para a próxima música. É uma espécie de recorte entre as canções mais famosas e pedaços curtos, rasos, da sua vida íntima. Vários fatores de sua vida influenciaram a sua carreira, mas nada disso é explorado com satisfação – a exemplo de seu problema com drogas. A diretora parece tímida na hora de apresentar o uso de entorpecentes pela cantora e os vícios em outras drogas ao longo da sua vida. Em alguns momentos do filme eu fiquei confusa se estavam mostrando Whitney drogada, ou se ela estava apenas cansada de mais um show da turnê, não fica claro. Não tô dizendo que é pra mostrar ela se drogando, apenas para que haja clareza.

Apesar de tudo, essas transições do longa não são bruscas, são bem mais suaves do que eu esperava. Amei que abordam o fato de que Whitney Houston, apesar de não ter se assumido, era bissexual, sem medo de mostrar o quão feliz ela foi com a sua parceira Robyn Crawford, interpretada por Nafessa Williams, que posteriormente se tornaria sua assistente executiva, além de serem melhores amigas.

Afinal, o filme é tão ruim assim?

Não. De fato, o filme não é ruim, ele é um bom filme e vale muito a pena ver a atuação de Naomi Ackie, os shows e a trilha sonora maravilhosa. Se você é fã da cantora, talvez se frustre um pouco. Se não conhece a vida dela, pode servir de introdução para esse universo maravilhoso que são as músicas de Whitney Houston e, quem sabe, se apaixonar conosco por essa figura tão amada.