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No dia 27 de março irá completar dois anos desde o fatídico dia no qual Chris Rock, em plena cerimônia do Oscar, tomou um tapa na cara de seu colega de profissão, Will Smith. Você deve se lembrar: o comediante fez uma piada infame a respeito da queda de cabelo de Jada Pinkett Smith, esposa de Will àquela altura, e o ato marcou de vez o público que acompanha (e até o que não acompanha) a premiação.
Quase dois anos se passaram e muita coisa rolou, com cada lado da história contando a sua versão. Da parte de Chris Rock, especificamente, tivemos a notícia de que o astro comandará como diretor um remake hollywoodiano de Druk – Mais Uma Rodada, ótimo filme dinamarquês que acompanha quatro amigos, professores de uma escola, que decidem testar uma antiga teoria: o álcool em nível baixo no sangue abre a mente e faz com que a criatividade aflore. Com isso, eles passam a beber antes do trabalho buscando experimentar se a produtividade irá melhorar.
A despeito de qualquer discussão a respeito dos limites do humor, o diretor e co-roteirista do original, Thomas Vinterberg, tratou com bom humor a notícia de que uma obra sua será reimaginada no cinema, e “ameaçou” Rock dizendo que se ele fizer um filme ruim, vai levar mais um tapa – leia mais aqui.
Juntando essa declaração com o ranço que muitos nutrem por remakes que Hollywood promove de ótimos filmes de fora dos EUA, lembrei da brincadeira do quadro “Frases que valem tapa na cara” d’ O Último Programa do Mundo, programa da TV Quase (a mesma do Choque de Cultura e Falha de Cobertura), na qual Daniel Furlan leva tapas a cara frase manjada, daquelas que ninguém aguenta mais ouvir, é proferida. Se você não conhece, vale à pena:
Ora, se tem algo que ninguém aguenta mais é justamente isso: remakes ruins de Hollywood, que se justificam apenas por uma questão de distribuição de catálogos de streaming, uma vez que o público consumidor de filmes e séries tem ferramentas de sobre para conhecer excelentes produções de qualquer lugar do mundo.
Um exemplo disso é o suspense Boa Noite, Mamãe! (2022), produzido pela Amazon Studios e disponível para os assinantes do Prime Video. Ao invés de se preocupar em comprar os direitos do original, a Amazon preferiu refazer o elogiado filme austríaco de 2014 (de Veronika Franz e Severin Fiala), dando destaque de marketing para algo apenas seu. Comercialmente falando parece adequado, mas quando comparamos as produções a qualidade do lançado antes se sobressai e, mesmo que isso não ocorra, as chances da ideia original prevalecer são sempre maiores em detrimento da reaproveitada.
É como quando uma pessoa opta por comprar uma casa ao invés de pagar aluguel pelo imóvel. Se financeiramente for mais favorável a aquisição definitiva e não o contrato de aluguel (que em algum momento irá expirar), a decisão pela compra é tomada.
Sendo assim, e usando a bem-vinda ideia de Thomas Vinterberg, resolvemos listar três filmes remakes que valem tapa na cara… e o Chris Rock que se cuide!
Spike Lee é um cara renomado, mas claramente precisava pagar boletos quando topou embarcar na refilmagem do clássico filme sul-coreano de 2003, que por sua vez é uma adaptação do mangá homônimo de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi. O original ganhou reexibição nos cinemas recentemente.
Remake de The Wicker Man, filme de 1973 que contou com ninguém menos que Christopher Lee no elenco, essa versão ao menos serviu para render a icônica cena “Not My Eyes” com Nicolas Cage. Divirta-se:
Roland Emmerich pode até majar de filmes catástrofe, mas a verdadeira tragédia é o seu Godzilla estadunidense. Mesmo que você leve em conta que as produções japonesas não contemplem toda a saga com apenas boas produções, o resultado aqui é vergonhoso, produzindo cenas sem sentido algum. Curta se tiver coragem: