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Disque Amiga Para Matar – 2ª Temporada (Netflix) | Crítica

Disque Amiga Para Matar (Dead to Me) teve sua primeira temporada estreando na Netflix há um ano, trazendo uma história consistente que se apoia no talento e entrosamento de Christina Applegate e Linda Cardellini, estrelas da série. Agora, os assinantes do serviço já podem conferir a segunda temporada que, entre erros e acertos, continua trabalhando a pitoresca história da dupla.

Os novos episódios começam a partir do exato momento onde os anteriores pararam, com Jen (Applegate) ligando para Judy (Cardellini) após ter matado Steve Wood (James Marsden), que havia invadido sua casa em busca da ex. A partir daí, Jen, apoiada numa justa motivação para não se entregar às autoridades sob a alegação de legítima defesa, tenta ocultar o ocorrido com a ajuda de Judy, o que não será algo fácil. Agora, Steve é dado como desaparecido e há muitas pessoas em busca do seu paradeiro, como seu irmão Ben.

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Alguns spoilers pontuais a seguir

Se você ficou cativado pela qualidade de Applegate e Cardellini em seus papéis como eu fiquei, vai ser mais fácil de aceitar algumas forçadas de barra do roteiro, como o fato de Steve ter um irmão gêmeo idêntico (Ben, que naturalmente é interpretado por Marsden). É algo que (além de manjado) desafia nossa suspensão de descrença em alguns momentos, mas conforme os episódios passam esse fator negativo vai sendo amenizado. Principalmente por ser na reta final que a narrativa atinge a melhor qualidade da proposta da trama. Já outro acaso forçado do roteiro, que é a detetive Ana Perez (Diana Maria Riva) morar junto com o novo par romântico de Judy, ao menos serve para tornar a personagem mais interessante dentro da série, estabelecendo uma conexão mais sólida com o núcleo principal de personagens.

Isso porque Disque Amiga Para Matar tem sua estrutura emocional girando em torno da maternidade, e essa temática vai escalonando até atingir seu ponto máximo no último episódio, fazendo uma mescla legal entre o que é emotivo e o humor ácido com pinceladas de pautas progressivas. Um ótimo progresso de Liz Feldman (criadora do programa), que já tinha trabalhos excelentes como roteirista na sitcom “2 Broke Girls“.

Como mencionado, Christina Applegate e Linda Cardellini continuam arrasadoras tanto individualmente quanto em dupla. Há uma inversão de trauma entre elas, e isso acaba sendo um elemento de desafio para o relacionamento das duas. Jen está profundamente assombrada pelo assassinato que cometeu, enquanto agora é a vez de Judy lamentar a morte da pessoa amada. Essa dinâmica é o que há de melhor na série.

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Natalie Morales na 2ª temporada da série. Créditos: Netflix

Ao mesmo tempo, novas tramas vão sendo costuradas e novos personagens dão as caras. A maravilhosa Natalie Morales (Santa Clarita Diet) dá as caras como Michelle Gutierrez, uma figura cativante que pode ganhar muito mais destaque no futuro. Apesar de ser irmão gêmeo de Steve, o Ben interpretado por James Marsden consegue se destacar, entregando uma personalidade bastante diferente do babaca pretensioso visto na primeira temporada.

Mesmo deixando um tremendo gancho para uma eventual sequência, a 2ª temporada de Disque Amiga Para Matar conseguiu escapar de um caminho equivocado para encerrar seus episódios de forma digna, misturando bem a comédia com o drama. Dentre tantas opções, é um programa divertido dentro do catálogo Netflix que não busca inventar a roda, mas consegue contar uma história agradável.