Dispatch (2025) - Crítica Review do Jogo da adhoc studio Dispatch (2025) - Crítica Review do Jogo da adhoc studio

Dispatch (2025) | Crítica do Jogo | Steam e PlayStation 5

Dispatch, game lançado para PS5 e Steam em seis episódios, chegou ao público como uma experiência híbrida entre jogo de gerenciamento, série animada e narrativa interativa. Criado pelo AdHoc Studio, formado por antigos desenvolvedores da Telltale, o título rapidamente conquistou espaço entre jogadores interessados em histórias episódicas, ritmo televisivo e personagens marcantes. confira a nossa crítica do jogo:

Ambientado em um mundo onde heróis e vilões fazem parte do cotidiano, o jogo acompanha Robert Robertson III, herdeiro do legado de Mecha Man. Após perder seu traje mecânico em um confronto com o vilão Shroud, ele abandona temporariamente a carreira de herói e assume um cargo administrativo como despachante na Rede de Despacho de Super-Heróis. Ali, passa a comandar o Time Z, uma equipe formada por ex-vilões que tenta reconstruir a reputação enquanto atua em missões urbanas.

Do que se trata Dispatch, game da AdHoc Studio

Uma estrutura de série animada com humor e ritmo semanal

O formato episódico é uma das bases da proposta. Lançado em um cronograma curto, com capítulos semanais, Dispatch imita a estrutura de uma sitcom de super-heróis. Esse ritmo ajuda a manter a narrativa em constante movimento e favorece o engajamento do público, que acompanha a evolução das relações dentro da equipe. O jogo funciona como uma série animada interativa, com humor que alterna entre piadas diretas, ironias e momentos escatológicos que podem dividir o público.

A força de Dispatch está principalmente no elenco. As vozes de Aaron Paul, Jeffrey Wright, Laura Bailey, Matthew Mercer e nomes conhecidos da internet, como MoistCr1TiKaL e Jacksepticeye, sustentam o carisma dos personagens. O Time Z reúne figuras como Invisigal, Flambae, Sonar e outros heróis e vilões reabilitados que carregam suas próprias falhas, habilidades e conflitos. A dinâmica entre eles cria o tipo de tensão narrativa que lembra produções como The Boys e Invincible, ainda que com um tom mais leve.

Gerenciamento, decisões e a sensação de ser “o homem na cadeira”

Na parte jogável, Dispatch mistura elementos de simulador de gerenciamento com escolhas narrativas. Como despachante, o jogador envia membros do Time Z para missões espalhadas pela cidade. Cada personagem possui atributos, sinergias e habilidades específicas, exigindo decisões rápidas conforme surgem emergências no mapa.

Esse sistema ganha profundidade à medida que o jogo avança, introduzindo sinergias, limites de performance, descanso obrigatório e demandas que ultrapassam a capacidade do time. A sensação é a de administrar uma equipe real, onde decisões equivocadas podem causar acidentes, falhas em missões ou desgaste emocional do grupo. Há ainda momentos de ação conduzidos por Quick Time Events (QTEs), usados com parcimônia para manter o ritmo televisivo da experiência.

Dispatch - Análise do game lançado em seis episódios na Steam e PS5

No entanto, o título herda também limitações do modelo Telltale: diversas escolhas dão a impressão de conduzir a um mesmo caminho, ainda que o jogo ofereça finais distintos. Há subtramas românticas e decisões importantes, mas algumas parecem inevitáveis, o que reduz a sensação de agência em certos pontos. Apesar disso, os momentos verdadeiramente decisivos — como reorganizar a equipe ou optar por um novo recruta — demonstram o impacto das escolhas quando usadas com mais peso.

Visual, direção e o apelo como série animada

Um dos destaques de Dispatch é sua apresentação. A animação é fluida, o design dos personagens é marcante e a direção das cenas lembra séries contemporâneas de grande público. Há um cuidado evidente na construção visual, o que reforça a ideia de que o jogo poderia facilmente existir como uma produção televisiva. A trilha, com influências de synth-pop e faixas independentes bem selecionadas, complementa o tom cômico e dramático da história.

Dispatch (2025) - Crítica Review do Jogo da adhoc studio

Crítica/Review de Dispatch

Um experimento curioso entre TV e videogame

No balanço final, Dispatch funciona melhor quando abraça seu lado de série animada interativa. Como jogo baseado em escolhas, apresenta limitações perceptíveis; como simulador de gerenciamento, encontra um espaço mais sólido. Mas é na relação entre os personagens, no texto espirituoso e no formato episódico que a experiência realmente se destaca.

Sem a pretensão de reinventar o gênero, Dispatch entrega uma temporada envolvente, divertida e centrada na convivência de um grupo improvável. É um experimento híbrido que mostra como a narrativa episódica ainda pode render boas histórias quando guiada por ritmo, carisma e um elenco bem construído.