Cada um possui suas referências quando o assunto é jogos de videogame da infância. Mas o que talvez as novas gerações não saibam é que, há cerca de três décadas, não havia a nababesca oferta de jogos e plataformas que temos atualmente, então nossa diversão como gamers se resumia a obras para consoles como NES e Master System, ou fliperamas espalhados pela cidade. Como toda época de escassez produz sua dose de nostalgia, Bat Boy, desenvolvido pela X PLUS Co., Ltd. e Sonzai Games, chega ao mercado para abastecer essa fome por um passado distante – no caso dos mais novos, um passado não vivido (mas que vale muito a diversão).
A trama dá conta de Ryosuke e seus amigos que, amantes de esportes como baseball, futebol americano e basquete, passam a noite atuando como heróis pelas ruas da cidade, livrando a sociedade de criminosos após o período escolar. Isso até o momento em que o grupo é encurralado por forças malignas de outra dimensão, lideradas pelo Lorde Vicious, sendo afetados por uma espécie de feitiço que acaba conduzindo todos para esse mundo desconhecido, com a finalidade de que eles participem do Torneio das Trevas, uma espécie de olimpíada maligna.
Todos, menos Ryosuke, que com seu instrumento de combate conseguiu rebater o feitiço para longe. Agora, o protagonista, que foi bravamente até esta dimensão sombria para salvar seus colegas e amigos, precisará combater um a um seus novos inimigos e também seus já conhecidos amigos.
Que Mega Man é esse?
Jogos de plataforma 2D remetendo à era 8bit não são nenhuma novidade, e se entrarmos na celeuma do que já existe nesse meio, dificilmente encontraremos novas experiências. O grande lance então, para quem se propõe a desenvolver um projeto do tipo, é garantir a diversão honesta e tentar o diferencial em outros campos.
No caso de Bat Boy, destaca-se a concepção dos personagens, cenários e modo de jogo conceituado nos esportes. Enquanto Ryosuke usa seu bastão de baseball para acertar seus adversários e resolver seus puzzles, temos seus colegas (e por ventura adversários) fardados com as roupas do futebol americano para lhe interceptar, ou então tentando atingir o jogador com bolas de basquete. E por aí vai: a temática esportiva é uma roupagem muito bem encaixada no game.
O jogo clássico que mais parece inspirar o pessoal da X PLUS Co., Ltd. e Sonzai Games é Mega Man, franquia da Capcom, e seu cocriador Keiji Inafune. Tal qual em Mega Man, avançamos de fase em fase coletando recompensas, marcando checkpoints conforme avançamos, mas sempre com vilões temáticos e um certo grau de dificuldade. Porém, ao contrário do menino robô azul, não é possível acertar inimigos com tiros: você sempre espanca seus inimigos na esportividade através do taco de baseball! 🙂
Outra comparação válida é o sistema de fases, em que temos um mapa que nos possibilita jogar uma fase antes da outra, com a opção de revisitar cada cenário para coleta de itens que ficaram para trás. Ainda no mapa é possível acessar pontos para compra de itens que ajudam no progresso e na melhoria da jogatina.
Jogando Bat Boy
A jogabilidade é bastante prática e sem grandes segredos, principalmente se você é gamer de longa data, usando o teclado do seu notebook ou PC, se movimentando pelas teclas W, A, S, D e usando J para golpear, além do ESPAÇO para pular. Só com essa disposição você desenrola diversas fases do jogo, que vai oferecendo teclas para golpes especiais conforme o jogador avança. O problema, entretanto, é para quem chegar praticamente virgem a esse sistema de jogatina devido aos anos usando joystick. De todo modo, você pode adaptar as teclas para as suas necessidades através das configurações (e digo isso por experiência própria).
Veredicto: Bat Boy vale à pena?
Para quem busca um divertido, mas também desafiante jogo retrô, que remeta aos clássicos da era 8bit, Bat Boy é uma ótima pedida, e certamente irá garantir sua atenção por muitas horas – com direito a replays posteriores. Você pode adquirir o jogo através da plataforma Steam clicando aqui.
*Uma cópia do jogo foi gentilmente cedida ao CosmoNerd pelos desenvolvedores para a produção deste texto.
