Ótimo jogo da The Outer Zone leva o jogador a uma jornada de luto, sobrevivência e aceitação
É sempre um prazer ter a oportunidade de ressaltar o quão envolvente pode ser um jogo minimalista, desde a sua proposta até a equipe que fica à cargo do desenvolvimento do game – e esse é o caso de Death Howl, que chega ao Steam pelo trio da The Outer Zone (que irá lançar o jogo para consoles em 2026). Confira a nossa crítica/review do jogo.
Death Howl é um soulslike com construção de deck, ou seja, espere neste subgênero de RPG de ação batalhas baseadas em turnos e cartas que desafiarão você das mais variadas formas, mas sempre na base da boa e velha dinâmica de punição e aprendizado. A densa história do jogo da conta de Ro, uma mãe de uma tribo xamânica que se recusa a aceitar a perda de seu filho. Em um ato desesperado, ela desce ao mundo espiritual para lutar por uma segunda chance.
Uma mãe em busca do filho: a história de Death Howl
Subitamente, nos vemos envolvidos com o drama de Ro, que busca desesperadamente salvar seu filho da morte. No entanto, sua trajetória se mostra tão desafiadora que constantemente nos questionamos como sua caminhada irá terminar.
A primeira impressão é a de que de fato ela possui chances de salvar o filho, ao passo que vamos percebemos que a coisa é muito mais profunda e complexa no mundo espiritual, e a possibilidade de que esse inóspito universo irá reclamar a sua alma também se torna cada vez mais crível.
E antes de falar da árdua jornada proporcionada por esse soulslike, vale antecipar que Death Howl trabalha bastante as questões do luto, sobrevivência e aceitação.
Construção dos mundos e o visual

A proposta de visual minimalista casa perfeitamente com a construção dos mundos do jogo, no qual os desenvolvedores tiveram a perspicácia de considerar as mais variadas condições geográficas e climáticas em sua elaboração, o que vai influenciar em boa medida na forma como o jogador deve organizar o seu deck.
Jogabilidade
O gameplay de Death Howl funciona muito bem com a proposta, permitindo de modo macro que os jogadores viagem pelos cenários contemplando seu visual minimalista num primeiro momento, para depois permitir que o mesmo agilize sua caminhada através de pontos de salvamento que também servem como portais para teletransporte.
A vertente RPG de Ação ganha vida a partir que o player utiliza as almas dos inimigos derrotados para ganhar pontos e fazer upgrades em suas capacidades de acordo com a região na qual está se desenvolvendo a história. Desses inimigos, também caem itens que servirão para a manufatura de novas cartas.

Pensar na adaptabilidade por cada mundo apresentado é um dos grandes trunfo do pessoal da The Outer Zone para este game, pois fica nítido toda a dedicação na elaboração dos nomes de cada região, seu visual e as diferentes propostas e combinações que levarão os jogadores e horas de dedicação.
Um outro bom destaque vai para o tempo de gameplay: se você busca uma experiência rápida e rasa, Death Howl não é uma boa para você pois acabará se vendo envolvido o suficiente para passar horas do seu dia pensando em melhores estratégias para derrotar determinada horda de inimigos ou então em como solucionar alguma quest igualmente desafiadora. Após muitas horas de jogo, eu mesmo não havia nem arranhado as diversas e animadoras possibilidades que a narrativa oferece.
Crítica/Review: vale à pena jogar Death Howl?
Uma impactante experiência que une a reflexão sobre luto e aceitação com a organização de batalhas com decks numa proposta minimalista, Death Howl utiliza suas ferramentas de modo coeso para entregar uma experiência sensível intuitiva mesmo para jogadores inexperientes, pois, como todo bom soulslike, o aprendizado também mora na punição.