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Preacher (3ª Temporada) | Crítica

Série baseada nos quadrinhos Vertigo, Preacher entrega sua melhor temporada até o momento

Quando Preacher indicou que ia adaptar o arco “Até o Fim do Mundo” na sua nova temporada eu me animei, pois esse é o meu arco favorito da série de quadrinhos, recheado das conhecidas bizarrices mas também muita emoção e drama. Mais uma vez, a série não foi muito fiel ao material original mas acabou entregando uma ótima temporada. Confira nossa crítica com alguns spoilers.

A terceira temporada de Preacher inicia com Jesse (Dominic Cooper) e Cassidy (Joe Gilgun) carregando o corpo sem vida de Tulipa (Ruth Negga) para Angellville, o terreno da família de Custer. Lá eles encontram sua avó (Betty Buckley) e seus capangas TC e Jody, Jesse faz um pacto para fazer Tulipa voltar a vida e acaba preso novamente no lugar de onde fugiu quando mais novo.

Como falei, a temporada pega inspiração da saga “Até o Fim do Mundo” com todo o arco da avó de Jesse que matou seus pais. No material original existe muito rancor e um sentimento de vingança vindo de Jesse para com sua avó, mas não percebi muito isso aqui. Eu gostei da ferramenta narrativa que prendeu Jesse na casa, além disso ele está sem seus poderes desde a temporada passada quando Herr Starr tirou parte da sua alma. A temporada também desenvolveu melhor a personagem da Madame L’angelle, mostrando como eles faziam para ganhar a vida.

Por falar em Herr Starr e o Graal, eles continuam sendo, de longe, a melhor coisa da série. Toda a bizarrice do All Father e do descendente de Jesus estão ainda muito divertidos. Os soldados do Graal também entregam as cenas de ação mais bem feitas da série, em especial uma que acontece logo no início contra uns monges budistas. A aliança dúbia entre Jesse e Starr faz bem mais sentindo nessa temporada e a solução parcial para vencer o Graal no final é bem criativa. Finalmente estamos vendo um Jesse que se impõe mais, diferente do bundão que vimos nas temporadas passadas. Pip Torrens traz um Herr Starr comicamente bizarro, alguém que age sério em meio às situações ridículas que o envolvem.

O Cassidy de Joe Gilgun continua ótimo, apesar de ter sido meio desfavorecido nessa temporada. O personagem foi jogado de um lado para o outro e acabou tendo uma quest secundária enquanto Jesse e Tulipa resolviam os problemas centrais da série. O núcleo dos vampiros é engraçado mas meio desconectado da história, servindo mais para desenvolver o personagem de Cassidy. Já Tulipa foi bem melhor usada nessa temporada, eu sempre achei ela deslocada da história e com motivações fracas, mas pudemos ver mais da personagem e entender melhor suas motivações. Uma das coisas mais divertidas foi ver sua competição/vingança contra Featherstone (Julie Ann Emery) e as suas interações durante as missões do Graal.

Algo que também curti muito foi a expansão do universo da série, trazendo também o Inferno para a equação. Enquanto o quadrinho focava mais no Céu e na Terra, eu gostei de ver Satan e seus capachos tendo importância dentro da trama. Além disso temos o ótimo Hitler de Noah Taylor, ou seria melhor Hilter, tentando criar uma nova Alemanha Nazista dentro dos Estados Unidos. Todo esse núcleo “infernal” ainda traz personagens legais como o Cara de Cu e o Santo dos Assassinos, rostos conhecidos das temporadas passadas. A temporada termina com Hilter tomando o lugar de Satan, espero que ele ainda possua um papel importante na próxima temporada.

Em questão de cinematografia, Preacher ainda mantém seu estilo “videoclipe” de filmagem. A fotografia da série é bonita e surreal, trazendo sempre um ar de que aquilo não deve ser levado a sério. Inclusive é a forma como recomendo você assistir Preacher, aceite-a como a série de comédia de humor negro que ela é. Apesar de possuir seus momentos dramáticos e personagens mais tridimensionais, ela é pra ser tratada como um entretenimento barato e bizarro. Algumas cenas de ação são desinteressantes mas existem outras com decisões de direção bem criativas.

Eu ainda tenho meus problemas com a série, alguns momentos em que ela se leva a sério demais ou entrega algumas falhas de roteiro com decisões muito bobas. Mas acredito que a obra encontrou seu lugar e entregou a melhor temporada até o momento. A nova temporada ainda não foi confirmada mas estou empolgado para ver o Graal e sua sede de vingança contra Jesse Custer. A saga de libertar Cassidy é uma das mais legais das hqs e espero que consigam adaptar de uma forma zuada e divertida como vem sendo.

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