Os dois episódios finais de Corrente Implacável, exibido no Disney+, encerram o k-drama histórico com uma sequência de batalhas, traições e sacrifícios que definem o destino de Si-yul, Chun e Choi Eun. Ambientada no fim da dinastia Joseon, a série termina com um misto de tragédia e esperança, amarrando os arcos principais e abrindo espaço para possíveis desdobramentos futuros. Confira a crítica e recapitulação dos episódios 8 e 9:
Recapitulação dos últimos episódios de Corrente Implacável
Episódio 8: o início do colapso
O oitavo episódio marca o ponto de virada na história. Após perder quase tudo, Si-yul dedica-se a um único objetivo: matar Wang Hae, o homem responsável pela morte de sua mãe e símbolo da corrupção militar. Enquanto treina, Mu-deok recupera a carta de Chun — usada como chantagem contra Si-yul —, mas o protagonista já não se importa.
Enquanto isso, Dol-gae humilha Wang Hae e o liberta sob a desculpa de “legítima defesa”, revelando mais uma vez o poder que exerce sobre a estrutura corrupta de Joseon. O episódio também destaca o plano idealista de Tae-seok, Chun e Choi, que trabalham para concluir um mapa do país, ferramenta que poderia restaurar a ordem e acabar com os abusos da elite.
O idealismo, porém, não resiste à traição. Um informante de Dol-gae descobre o plano e o denuncia ao ministro Lorde Oh. O resultado é brutal: Dol-gae recebe ordens para capturar Tae-seok e destruir qualquer prova da conspiração.
O massacre e o sacrifício de Tae-seok e Choi
Durante a noite, Dol-gae envia Wang Hae e um grupo de guerreiros Jurchens para invadir a casa de Tae-seok. A sequência é uma das mais violentas da série. Mesmo em desvantagem, Tae-seok luta até o fim, permitindo que Choi fuja com o mapa. Antes de morrer, ele entrega o documento a Choi e pede que o leve ao magistrado de Ganghwa.
Choi consegue escapar, mas retorna para casa sabendo que está sendo caçado. Ele entrega seus bens à filha, Choi Eun, e ao Chefe Kang, instruindo-os a fugir. Eun tenta resistir, mas o cerco se fecha. Chun chega para salvá-la e enfrenta Wang Hae em um duelo mortal.
No meio da confusão, Choi se tranca em um depósito e queima o mapa — um gesto simbólico que representa a destruição de sua esperança de um Joseon mais justo. Wang Hae acredita que o documento foi perdido, mas o episódio termina com a revelação de que o verdadeiro mapa foi entregue secretamente a Kang ou Eun, preparando o terreno para o desfecho.
Episódio 9: a queda dos corruptos e a redenção de Mu-deok
O nono e último episódio começa com Choi Eun em choque ao ver o incêndio que matou o pai. O Chefe Kang foge com o mapa, mas os soldados de Dol-gae cercam a região, acusando a família de traição. Eun e Kang encontram refúgio com Si-yul, que agora carrega a dor pela morte de Chun.
Enquanto a cidade exibe o corpo de Chun como traidor, Eun implora a Si-yul que ajude a cumprir o legado do irmão e proteger o mapa. Mu-deok, ainda dividido entre a lealdade e o medo, promete arrumar um barco para os fugitivos — mas logo revela suas intenções ao delatar todos a Dol-gae.
A traição, porém, já era esperada. Si-yul antecipa o movimento e muda os planos. Eun, Kang e os bandidos escapam pelas montanhas, enquanto Mu-deok garante sua própria sobrevivência fingindo colaborar com Dol-gae. A ambiguidade do personagem é mantida até o fim: embora tenha denunciado os companheiros, ele também evita entregar o destino final de Eun, cumprindo parcialmente sua promessa.
A morte de Dol-gae e a vingança de Si-yul
Com o fracasso da missão, Dol-gae perde o controle. Ele é repreendido por Lorde Oh e pela Rainha Mãe, que o acusam de incompetência. Quando tenta se redimir, é emboscado e morto por ordem do Capitão Park — seu antigo subordinado, agora promovido a general assistente.
Enquanto isso, Si-yul parte em sua jornada de vingança. Ele invade o acampamento dos Jurchens, mata Acham e enfrenta Yeo-ju, irmã de Acham, em um combate sangrento. Ferido, Si-yul sobrevive apenas para enfrentar Wang Hae em um duelo final.
A luta entre os dois é longa e devastadora. Ambos ficam gravemente feridos, mas Si-yul consegue matar o inimigo, encerrando um ciclo de dor iniciado nove anos antes. Ao retornar, ele ajuda Eun e Kang a enterrar os corpos de Chun, Choi e Mal-bok, em uma cena que simboliza o fim da geração marcada pela guerra e pela vingança.
O final explicado de Corrente Implacável
Nos minutos finais, Choi Eun parte para cumprir a última vontade do pai: entregar o mapa ao magistrado de Ganghwa e, depois, buscar refúgio em Ming. Ela convida Si-yul para acompanhá-la, mas ele recusa. O guerreiro decide retornar à sua aldeia natal, agora livre de sua vingança, mas sem rumo certo.
O episódio termina com uma sequência de fogueiras se acendendo pelo país, sinalizando a iminente invasão japonesa a Joseon — uma previsão feita por Tae-seok e que sugere um novo ciclo de guerra e corrupção.
Assim, Corrente Implacável encerra sua primeira temporada com o conflito principal resolvido — a vingança de Si-yul —, mas sem encerrar o tema maior da série: a luta contra a decadência política de Joseon.
Crítica do final da série coreana Corrente Implacável
Os episódios 8 e 9 entregam o clímax que o público esperava desde o início. A direção de Choo Chang-min mantém o foco na ação e na emoção, oferecendo duelos intensos, reviravoltas e despedidas marcantes. Si-yul, interpretado com força contida, representa a transformação do ódio em resignação, enquanto Choi Eun assume o papel de continuidade moral e política da trama.
Apesar da força dramática, o encerramento deixa lacunas. O K-drama conclui seu arco de vingança, mas a corrupção institucional e as intrigas palacianas permanecem em aberto — um indício de que a história pode continuar em uma segunda temporada. Mesmo com ritmo irregular, Corrente Implacável termina como um retrato sombrio da luta por justiça em tempos de colapso, mostrando que, em Joseon, o poder sempre cobra um preço.