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Candy

Recém-adicionada no catálogo do streaming Star+, a minissérie Candy dá luz a um fato verídico ocorrido nos EUA, mais precisamente no Texas, no dia 13 de junho de 1980. Mais do que colocar holofotes num chocante caso de assassinato, a produção também consegue destacar um trabalho digno de elogios por parte de Jessica Biel e Melanie Lynskey, que interpretam Candy e Betty, respectivamente.

Na trama, temos a história da estadunidense Candy Montgomery (Biel), que matou friamente sua amiga Betty Gore (Lynskey) e ficou conhecida como “assassina do machado”. Candy é mãe, dona de casa e parece ter tudo o que é socialmente esperado: um bom marido, dois filhos e uma linda casa. Ela tem, inclusive, o cuidadoso planejamento e execução dos “pequenos pecados”. Mas quando a pressão do desconforto começa a crescer dentro dela, suas ações pedem por um pouco de liberdade.

A estrutura narrativa é uma das coisas responsáveis por manter o público entretido nos acontecimentos, uma vez que só decide expor o ato em si no último episódio. Antes disso viajamos para antes e depois da morte de Betty para entendermos melhor não o como, mas o porquê do crime. Decisão acertada, uma vez que qualquer pesquisa rápida, ou mesmo a sinopse fornecida, já nos deixa cientes sobre quem matou quem.

Como mencionei, quem mais brilha nesta produção são as mulheres que, além de se encaixarem muito bem nas personagens (méritos para a maquiagem), evidenciam o quão são boas atuando. Jessica Biel usa lições aprendidas após se destacar na primeira temporada de The Sinner (disponível na Netflix) e mostra muito bem uma figura complexa e, assim como em The Sinner, ela participa do seriado como produtora executiva. Já Melanie Lynskey brilha também por passar por alterações físicas complicadíssimas, dessas que rendem aplausos de seis minutos a Brendan Fraser no Festival de Veneza.

Mesmo não justificando a grande maioria de seus atos (e nem deveria, diga-se de passagem), a minissérie da Star+ expõe mulheres esmagadas por imposições sociais. A pressão para exercer o papel de boas mães, zeladoras do lar e um exemplo religioso para a comunidade joga seus desejos primordiais para escanteio (no caso de Candy), ou trazem à tona uma dependência emocional absurda (Betty).

A tradução disponível no serviço, feita por Anette Libman, merece uma puxada de orelha para alguns erros pontuais que podem confundir o espectador como no início do 2º episódio, quando a narrativa na tela avisa que veremos cenas de 2 anos antes do assassinato: “antes” em inglês é “before” e na legenda encontramos erroneamente a palavra “depois” na tradução. Isso causa problemas, pois não há como a personagem Betty estar presente em cenas que ocorrem após o seu assassinato.

Candy vale a pena?

Sim, o jogo da narrativa torna interessante a descoberta pelo contexto do crime, sem tomar de fato partido em relação de onde parte a veracidade dos fatos. Se quiser saber com mais detalhes sobre o crime que aconteceu no Texas, clique aqui.