Antes de tudo, gostaria de deixar claro que esta autora NÃO ODEIA O ZACK SNYDER! Não o considero deus, não gosto de todos os seus trabalhos, alguns são muito bons. Eu não simpatizo é com fandom mesmo (#Pas). Também aviso que este texto contém MUITOS SPOILERS de Army of the Dead: Invasão em Las Vegas, não que faça muita diferença para esse filme, mas vai que você não quer eles, então tá avisade. Bora lá.
Filmes de zumbi: como tudo começou
Durante a invasão dos EUA aos países do Caribe (tudo começa com os estadunidenses fazendo merda, é incrível), eles ouviram as histórias do povo invadido sobre a sua crença de que os mortos podem voltar à vida – e aqui estamos falando do início do século XX.
Ao contrário de outros seres fantásticos, como vampiros e lobisomens, os zumbis não tiveram uma estreia literária, ao menos, não em livros, pois faziam parte de reportagens e artigos científicos. Alguns autores até escreveram, mas não era acerca dessas criaturas e sim das crenças e dos costumes haitianos.
A década de 1930 é chamada de “A era de ouro” do horror cinematográfico, pois foi quando começaram a despontar vários longas com os temas sobrenaturais, com todas as criaturas que conhecemos tão bem hoje em dia. Porém, há uma enorme vírgula nessa história quando se trata de zumbis: o racismo. Nessa época (rindo por dentro de maneira irônica), o povo dos EUA (brancos, claro) ainda acreditava em sandices relacionadas aos negros, como eles forçarem uma miscigenação racial ao estuprarem mulheres brancas (o que é hilário quando se pensa que no Brasil a prática de sexo “entre raças” era incentivado para clarear a população) – e sabemos que tudo isso é só invencionice deles. Os estadunidenses adoram ser vítimas.
Ou seja, o primeiro filme lançado sobre a temática zumbi foi Zumbi Branca e o plot gira em torno de uma mulher (branca) que era perseguida por um feiticeiro haitiano que queria transformá-la em uma morta-viva e escravizá-la sexualmente. Ora, ora Batman, que surpresa. Aliás, ainda teve outro longa da mesma época, chamado A morta-viva que tinha um enredo bem parecido, mas tentaram disfarçar o racismo.
Em 1954, um cara chamado Richard Matheson lançou um livro de contos, o famoso Eu sou a lenda, em que, apesar de aqui as criaturas agirem mais como vampiros do que como zumbis, a história inspirou um certo George Romero, e assim nasceu A noite dos mortos-vivos, em 1968. Foi quando o que conhecemos hoje em dia como zumbis realmente tomou forma: criaturas famintas, canibais (ou seja, se desvinculando dos mortos-vivos haitianos, que não comem carne humana), cuja causa de seu renascimento é “científica”, temos um grupo de sobreviventes e coisas assim. Claro que os críticos estadunidenses quiseram associar os zumbis aos traumas deles relacionados à Guerra do Vietnã, ao assassinato do Marthin Luther King Jr. e tal, e Romero até endossou, mas não pegou muito. A plateia queria mesmo era ver as cenas gore e a violência gráfica.
Durante à década de 1970, os filmes zumbilescos viraram febre, sendo sempre assustadores, com um fundo crítico social. Aí veio os anos de 1980 e sua pegada zoeira, surgindo longas com temáticas mais engraçadas de zumbis, como A volta dos Mortos-Vivos, Alien Dead, Kung Fu Zombie, The Evil Dead, Fome Animal… Ah, e essas criaturas passaram a ter apetite por cérebros, e não somente por carne humana.
Já na década de 1990, vieram os famigerados jogos de zumbis, sendo a franquia Resident Evil a mais famosa. Reza a lenda que o atentado do 11 de setembro tem a ver com a volta triunfal desses mortos-vivos ao cinema, pois, de repente, a população teria passado a enxergar uma ameaça apocalíptica como algo plausível e real. E sabemos que, depois daí, os zumbis ganharam seu espaço nos nossos corações e temores e “vivem” até hoje, sem pausas.
A fórmula zumbi
“O filme de zumbi, tal como o conhecemos hoje, é um gênero ou subgênero do cinema de terror criado no final dos anos 1960 por George Romero. Seu filme A Noite dos Mortos-Vivos (1968) é cultuado como o inaugurador do gênero e inspiração para dezenas de obras. O enredo, que é mantido praticamente inalterado nos filmes atuais, é bastante simples: os mortos voltam à vida por motivos inexplicáveis (ou com explicações diversas: radiação, armas químicas, vírus etc.), devoram ou contaminam os humanos com suas mordidas e instauram o caos, obrigando os sobreviventes a se refugiarem.“ (Teixeira, Marcus do Rio. Por que será que gostamos tanto dos filmes de zumbis?, Campo Psicanalítico de Salvador – 2013)
Essa é a premissa inicial, nada muito ambicioso. O que as pessoas costumam procurar nesse gênero é o gore, é a angústia da tentativa de sobreviver, ou talvez ter a esperança da vitória humana sobre a morte. Vários podem ser seus motivos. Há longas que traçam paralelo com racismo (como já citado), com chacinas, com críticas sociais, e há os que acham que zumbis não necessitam de pano de fundo filosófico e o importante é a violência, a sanguinolência exagerada, a criatividade na hora de fazer com que os personagens morram das maneiras mais cruéis e instigantes, de forma que o público até mesmo se divida entre torcer para o protagonista ou não.
Por exemplo, o filme Fome animal, de Peter Jackson, é uma ode ao filme de zumbi, que mistura o absurdo com o engraçado, explorando temas reais, como um filho que é passivo e se submete a uma mãe abusiva, com situações inusitadas e para lá de engraçadas, como a icônica cena do padre no cemitério (para mim, ninguém conseguiu superar esse momento até hoje).
“Segundo o próprio Romero, os zumbis são uma metáfora da classe trabalhadora, enquanto os humanos encastelados em prédios luxuosos representam a burguesia.” (Teixeira, Marcus do Rio. Por que será que gostamos tanto dos filmes de zumbis?, Campo Psicanalítico de Salvador – 2013)
Em alguns casos, como o citado acima sobre Romero, há um exagero na tradução do significado do que é ser zumbi. Claro, a classe trabalhadora é comumente associada a esses seres, já que somos obrigados a trabalhar de forma automática apenas para pagar as contas, quase como se não houvesse pensamento racional por detrás. Contudo, os mortos-vivos não pregam o exercício de enriquecer alguém, e mesmo que os seres humanos “encastelados” pudessem ser a burguesia, eles sobrevivem de maneira precária, com medo diário e convivendo perpetuamente com o luto. Em suma, existem leituras muito complexas sobre a criatura zumbi, comparando até mesmo a criação desses seres com o medo humano da velhice e da degradação do corpo! Seriam esses temas pertinentes em filmes sobre mortos-vivos que andam ou correm atrás de carne humana ou cérebros, sendo movidos exclusivamente pela fome?! Fica a seu critério.
“Talvez o principal problema dessa leva recente de filmes de mortos-vivos, da qual Dia dos Mortos é um exemplo, é a diluição dos temas mais interessantes propostos por essas obras, como a crítica à sociedade e suas instituições, nos levando a repensar nossos comportamentos e identificar claramente os problemas de um mundo desumanizado, por vezes apresentado como decadente na melhor tradição distópica.” (Noboa, Igor Carastan. ZUMBIS, MORTOS-VIVOS, REDIVIVOS: Os “Novos” Monstros Do Horror.)
Sim, filmes de zumbi traduzem bem a sociedade distópica, em que há um futuro pós-apocalíptico, ou até mesmo o acontecimento deste apocalipse. Em Madrugada dos Mortos, por exemplo, de Snyder, a protagonista acorda com o mundo colapsando. Em Zumbilândia, Columbus não faz ideia do que está acontecendo até ser atacado pela vizinha gostosa e sobreviver às duras penas. Em Todo mundo quase morto, de Edgar Wright, ele brinca com a ideia do que provavelmente aconteceria se um apocalipse zumbi calhace de ocorrer na Inglaterra. Cada um desses filmes tem uma visão diferente e brincam com temas diversos relacionados ao gênero, porém, todos têm em comum a seguinte coisa: a violência. E, convenhamos, é a parte mais divertida.
Qual lição podemos tirar disso?
Que dá para você fazer um filme sério de zumbi, com muitas camadas, plot twists e o que for. Não é difícil, se você conhece o ser humano. E essa é uma regra para qualquer tipo de narrativa, seja literária, seja cinematográfica: é necessário saber como funcionam as pessoas. Ora, Zumbilândia trata de luto de maneira objetiva e clara, e ainda consegue ser engraçado, sabendo aproveitar bem os momentos.
Como diria Calligaris: “Em todos os fins do mundo que povoam os devaneios modernos, alguns ou muitos sobrevivem (entre eles, obviamente, o sonhador), mas o que sempre sucumbe é a ordem social. A catástrofe, seja ela qual for, serve para garantir que não haverá mais Estado, condado, município, lei, polícia, nação ou condomínio. Nenhum tipo de coletividade instituída sobreviverá ao fim do mundo. Nele (e graças a ele) perderá sua força e seu valor qualquer obrigação que emane da coletividade e, em geral, dos outros: seremos, como nunca fomos, indivíduos, dependendo unicamente de nós mesmos.”
E, de acordo com pesquisas, essa situação de fim de mundo não traz o melancolismo esperado. Na verdade, é quase aguardado com ansiedade e animação. Muitos personagens desses filmes de zumbis se encontram ao se soltarem de suas amarras sociais e poderem meter o louco sempre que quiserem. Então, me responda, aqui e agora: como, COMO, alguém consegue estragar a fórmula zumbi?!
Army of the Dead: Invasão a Las Vegas
Snyder armou essa armadilha muito bem-feita com Army of the Dead. Eu adorei Madrugada dos mortos, até pensei que o cara ia trazer um novo filme incrível de zumbis, mas acho que subiu à cabeça que ele precisa ter enredos complexos e inovadores para fazer sucesso (o que não faz sentido, porque não tem dado muito certo as ideias dele, realzão aí). Nada de errado com isso, exceto que ele falhou miseravelmente em um gênero cinematográfico que não exige muito para que o espectador ame. Vide o filme já citado, que tem uma cena tosquíssima do cara que é mordido e é curado ao amarrarem um pano branco em cima!
Começamos com um exército para lá de estúpido e um carro com um casal recém-casado que foi feito pelos criadores dos primeiros filmes do 007 (que, para quem não sabem, explodiam por todo e qualquer motivo). Para contrabalancear essa estupidez, temos um zumbi inteligente, que caça e morde propositalmente para criar outros como ele. Novamente, nada de errado aí. Não sou contra zumbis inteligentes, e cago para a ideia científica de que não faz sentido, visto que estão mortos. Se é um filme de mortos-vivos, pra mim, tudo é válido. Ou quase. Vocês repararam que esse zumbi gênio estava com farda do exército? Será que ele foi um experimento? Se sim, por que o plot principal gira em torno do governo querer uma amostra dele se ele teria sido feito por eles? Muitos questionamentos para dez minutos de filme.
Enfim, temos o caos em Las Vegas, com cenas de abertura que envolvem machismo (monte de zumbi mulher com peito de fora), burrices sem tamanho – pois, sério, tem uma horda de zumbis reunida e você solta soldados de pára-quedas em cima? SÉRIO?! Eu sei que estadunidense é burro, mas porra… Enfim, o filme começa a mostrar que a população é mais esperta e vai apresentando os protagonistas, que conseguem descer o cacete nos zumbis sem piedade, momentos adoráveis, real. Até a cena em que uma dessas pessoas que tava matando os bichos não consegue chegar na segurança da barreira que o governo constrói e a filha vai atrás dela, e, ao invés da mulher chutar a filha pra menina não morrer, ELA ABRAÇA A CRIANÇA E AS DUAS MORREM JUNTAS!!!!!! Alguém chame o conselho tutelar.
Beleza. Começa o filme, em que o personagem do Dave Bautista, Ward, é abordado pelo Scorpion (aqui você tem que ter assistido a pataquada que é o novo Mortal Kombat para saber que é o mesmo ator) para fazer um serviço para ele: ir até um cassino e resgatar milhões de dólares. Como recompensa, pagará 50 milhões ao protagonista, que topa. Agora, vamos ao plano sem sentido: por que diabos ele bolou tudo isso se o que ele queria era uma amostra dos zumbis “rei” e “rainha”? Por que simplesmente não pagou esse povo, já que é podre de rico e tem o apoio do governo, para simplesmente fazer isso?! Teria sido muito mais interessante, e sabemos que humanos fazem qualquer coisa por dinheiro. Ainda mais em um “apocalipse zumbi” (porque, nesse caso, só a cidade de Las Vegas foi afetada).
De repente temos um subplot em que uma mãe, com duas crianças, resolve que vai voltar à cidade para tentar pegar dinheiro nos cassinos, correndo risco de vida, de deixar seus filhos à mercê do sistema podre de adoção, para conseguir uma grana extra. Eu entendo o apelo, mas bicha? Sério, cadê o conselho tutelar?! Spoiler: ela desaparece subitamente depois de ser resgatada, na cena final. E nesse subplot está envolvida ninguém menos que a filha de Ward: Kate, que não fala com o pai faz alguns anos, porque ele estava vivendo o luto da morte da esposa que, aliás, foi ele quem teve que matar. Então a filha, revoltada, pois o pai não conseguiu ficar do lado dela do jeito que ela queria, se manda e vai se tornar voluntária para ajudar o pessoal da área de quarentena que fica do lado da barricada de Las Vegas.
E por que isso é importante? Porque virou o plot do protagonista se reconciliar com a filha que resolveu ir atrás daquela mãe ao invés de cuidar dos filhos dela, como a mulher pediu. Foda-se as crianças, vamo se enfiar nessa expedição suicida e tentar encontrar uma pessoa que possivelmente já morreu (spoiler: não morreu). Não dá meia hora de missão e ela já solta um “É, acho que ela morreu, não tem como ela ter sobrevivido…” É um gênio essa menina. Entretanto, lá pro final, para complicar a trama, ela muda de ideia e vai atrás da mulher. Dez pontos para a Grifinória pela audácia.
Esse tipo de incoerência narrativa me arranca demais de Army of the Dead. DEMAIS. Porque é burrice. Só isso. Não precisava disso tudo, a filha poderia querer ir por N razões, como ajudar o pai, pois ambos tiveram um luto separado e ela não pode correr o risco de perdê-lo também. Simples, prático e fácil. Todo mundo engole essa.
No grupo de trouxas formado temos: Ward, que é o Dave Bautista; Dieter, um alemão especialista em abrir cofres, mas que é inútil para todo o resto e serve de “alívio cômico”, que na verdade tem um fundo de misoginia quando é exibido trejeitos “afeminados” e gritinhos escandalosos; Vandehore, que faz par com Dieter no alívio cômico, sendo o personagem sério e fodão (inclusive, rolou um medo de ele ser o primeiro a morrer, já que é negro, só que Snyder tá ligado e colocou o cara para cair no soco com o rei dos zumbis e sobreviver); Peters, que é a piloto de helicóptero; Guzman, um cara porra louca que viralizou na internet matando zumbis; Chambers, amiga fodona do Guzman que teve uma morte BURRA que nunca irei superar; Martin, que é o segurança do Scorpion e você sabe que ele tá ali pra fazer alguma merda contra todo mundo e morrer da forma mais estúpida possível (sempre tem desses); Maria Cruz, mulher fodona, mas que serve SUBITAMENTE E TIRADO DO CU como par romântico pro Ward; Coyote, outra mulher incrível, que conhece todos os paranauê de zumbis de Las Vegas e também tem morte burra; e acho que é isso.
Depois que eles entram em Las Vegas, depois de 50 minutos de filme para “apresentar” os personagens, sendo que não apresenta porra nenhuma e você zero se importa com eles, têm 24h para sair de lá (depois o tempo muda, claro, para dar um tom de urgência, que não existe. Não tem como eles só terem 9 minutos para saírem da cidade e durar meia hora de filme) antes que exploda uma bomba atômica no local, e se já tinha um monte de coisa burra acontecendo, a partir daqui só piora. Martin, ao invés de usar toda a ajuda possível para conseguir o que o seu chefe quer, faz questão de fazer todo mundo morrer só porque sim. Ele começa pela Chambers, que poderia ter sobrevivido, porque ela tava dando um pau nos zumbis, mas todo mundo sai correndo de perto e seu amigão Guzman fica só olhando os bichos pegarem ela até não ter mais jeito e explodir tudo. Sério, você fica lá gritando com a tela: ATIRA NESSES MERDAS! ELA PODE SOBREVIVER! PRA ONDE VOCÊS TÃO INDO?! O QUE TÁ ACONTECENDO?!
Aliás, esqueci de dizer, se tem uma coisa que aqui o Snyder fez bem foi o gore. Tá lindo. Mas voltando, eles conseguem distrair o rei e a rainha zumbi e entrar no cassino, seguido da cena em que descobrimos que a senhora dos mortos-vivos tá grávida. É issaí, meus amigos. A bicha tava grávida. Zumbi transa e quem disser que não… Bem, faz o que quiser. Zumbis não têm regras. E esse fato é importante, porque Martin vai cortar a cabeça dela – que permanece viva mesmo assim, e contar o plano maligno verdadeiro do Scorpion para a Coyote, que caga e anda pra isso, mesmo o cara dizendo com todas as letras que eles querem mesmo é criar o próprio exército de zumbis. Sim, porque isso deu muito certo na primeira vez (tô chutando aqui que foi assim que surgiu o rei).
Aliás, adorei que a rainha zumbi tem todo um visual RPG. A estética do filme é impecável, sabemos que Snyder sabe fazer isso muito bem. Exceto quando envolve a DC, ai ele deixa tudo escuro demais, não sei porque. Enfim.
É óbvio que eles conseguem abrir o cofre, e, nesse meio tempo, tem a conversa de pai pra filha, que admite que o odeia pelos motivos que eu já citei, ai ele fala os motivos deles em uma cena totalmente sem sal, sem drama, sem envolvimento porque, apesar de serem bons atores, os diálogos são sofríveis e tem zero construção. “Mas Becky, é um filme de zumbi!” Ora, porra! Não fui eu quem inventou de criar subtramas. Se foi criado, você precisa ao menos de um esforço mínimo para dar vida às cenas! Depois desse drama forçado, eles vão pra parte em que tiram do cu a atração amorosa entre Ward e Maria, para, em seguida, ela morrer da forma mais inusitada em um filme de zumbi: com o pescoço quebrado. Ah, ela caiu ou o Martin quebrou, ou coisa assim? Não, um zumbi mesmo. Ele foi lá e quebrou o pescoço dela. Você quer inovação @?
No filme, há dois tipos de zumbi: os que foram criados por outros zumbis e os que foram criados pelo rei. Esse segundo grupo é para ser inteligente, mas, além de quebrar o pescoço da Maria, eles só fazem parkour e param em poses descoladas. Aliás, acho que o rei zumbi é filho do Magneto. Ele põe uma máscara de ferro na cara para ninguém conseguir atingir o cérebro dele. Pena que a parte detrás fica totalmente descoberta, mas não temos alguém maroto o suficiente para perceber isso. Novamente, até cair no braço caem com ele. E falando em cair no braço, o alemão fala que se o cofre fechar, não abre mais, mas ele enfia Vandehore lá e se sacrifica para que o outro viva. O que não faz sentido. Como que o cara vai abrir o cofre de dentro pra fora?! Mas não só abre, como sai de lá riquíssimo. Porém, mordido, para dar margem a uma continuação na Netflix.
E acho que nem preciso falar do “plot twist” do pai zumbi que a filha tem que matar neh? Ou que todo mundo morre, menos ela e o Vandehore. Ela, porque tinha que ter esse drama familiar (há teorias de que Snyder quis esse enredo por motivos pessoais), e ele para dizer “hey, que tal uma continuação?”
Acho válida uma continuação de Army of the Dead? Acho. Sempre vou achar válido continuação de filme de zumbi. Só espero que, dessa vez, Snyder lembre do básico. Não precisa de muito para fazer um filme de mortos-vivos funcionar, basta ser criativo. E sabemos que ele pode ser.