Homem-Aranha: De Volta ao Lar pode significar uma transição bastante perigosa para a Marvel em relação aos seus ídolos
Desde a concepção do MCU com Homem de Ferro (2008), a Marvel Studios adquiriu um problema muito difícil de ser contornado (e que persiste até os dias atuais): como encontrar mais atores que se identifiquem tanto com um personagem, da mesma forma que Robert Downey Jr. conseguiu ao dar vida a Tony Stark?
Claro que, no início, isso não foi uma preocupação. A prioridade era dar o gás necessário ao universo expandido com filmes individuais de Thor e Capitão América, afim de complementar os heróis apresentados e culminar em Os Vingadores (2012), um sucesso estrondoso. Mas o cachê de Robert Downey Jr. ficou cada vez maior, a ponto de negociar participação na bilheteria dos filmes, sem contar na sua influência nas tomadas de decisões, que também cresceu. Diversas tentativas foram feitas de emplacar novos heróis com essa liga inestimável de idolatria. Chris Hemsworth ainda é muito questionado, enquanto Chris Evans conseguiu tirar o estigma de Johnny Storm (playboy) atribuída a ele, se firmando como um Capitão América pleno. Mas ainda falta algo, e o mesmo vale para os talentosíssimos Paul Rudd e Benedict Cumberbatch, que iniciaram muito bem em Homem-Formiga e Doutor Estranho.
A passagem de Tom Holland e Laura Harrier pelo Brasil nos últimos dias foi algo muito positivo nesse sentido. Os fãs puderam ver muito mais da personalidade do novo Peter Parker de Homem-Aranha: De Volta ao Lar através do incrível evento promovido pela Sony (com apoio do site Omelete) no Auditório Ibirapuera, além da coletiva de imprensa mais cedo no Grand Hyatt São Paulo. Muito mais do que algumas perguntas foram respondidas nesses lugares.
Cresce cada vez mais a sensação de que Sony e Disney acertaram em cheio no acordo de inserir o aranhaverso no MCU. Claro que podemos ser traídos pela expectativa, mas até agora o material divulgado em trailers tem agradado a maioria esmagadora dos fãs, desde os mais nostálgicos até os mais recentes. Méritos para a pontual introdução do personagem em Capitão América: Guerra Civil.
Aparentemente Tom Holland tem, no mínimo, o mesmo potencial carismático em relação ao intérprete de Tony Stark. E com a vantagem de ser muito mais novo. Durante as duas oportunidades de ver o ator no Brasil, ficava a incrível sensação de estarmos ouvindo não apenas um ator jovem e promissor, mas o próprio Peter Parker interagindo com as pessoas. Desde a visita ao Beco do Batman (travessia da Vila Madalena, bairro boêmio de São Paulo), o que rendeu diversas piadas, até o manjado momento de tanto ele quanto Laura ganhar uma camisa da seleção brasileira de futebol, o que realmente se queria por parte dos fãs e jornalistas é ver logo Homem-Aranha: De Volta ao Lar, tamanha era a imersão ao universo do teioso.
Infelizmente, a própria parceria com a Sony pode ser o que irá pesar contra a Marvel nessa conversa toda. Aparentemente, o contrato firmado inclui apenas dois ou três filmes desse novo Homem-Aranha no MCU. Após isso, só Odin sabe.
Ganha contornos de ironia, então, Tony Stark estar em Homem-Aranha: De Volta ao Lar. Não que esperemos uma significativa passagem de bastão, até porque o próprio Homem de Ferro vai precisar lidar com bastante coisa em Vingadores: Guerra Infinita. Mas o que pode acontecer é que, o ator / personagem que pode tomar o lugar do gênio, bilionário e filantropo na Marvel (em termos de idolatria), trata-se de alguém que fará parte da concorrência num futuro próximo.
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