O quarto episódio de A Última Fronteira (The Last Frontier), série policial do Apple TV+ estrelada por Jason Clarke, expande o universo da trama ao apresentar novos fugitivos e aprofundar a caçada por Havlock, o mentor dos eventos que desencadearam o caos na prisão do Alasca. Intitulado “Sonho Americano”, o capítulo alterna entre ação, suspense e manipulação, explorando o lado psicológico de personagens que tentam sobreviver em um ambiente sem regras.
Recapitulação do episódio 4 de A Última Fronteira
O episódio abre com duas fugitivas — Kitty e Vivian — tentando sobreviver em meio à natureza selvagem. O tom já é tenso desde os primeiros minutos: Kitty está com a perna presa em uma armadilha de urso, e Vivian obriga uma mulher que encontra no caminho a ajudá-la. Quando a mulher tenta reagir e saca uma arma, a dupla não hesita e a mata, revelando logo de início que são perigosas e experientes em fuga.
Depois de eliminar a policial, as duas invadem sua casa, pegam suprimentos e se preparam para seguir viagem. A série, então, alterna o foco para Frank Nordhoff (Jason Clarke) e Sidney, que começam a agir de forma mais coordenada após os eventos dos episódios anteriores. Eles acreditam que Havlock ainda está vivo, apesar da falta de provas. Enquanto isso, a equipe de ciberinvestigação segue monitorando a invasão à conta do XenoGate, mas sem avanços concretos.
Havlock, de fato, continua ativo. O episódio o mostra isolado e metódico, preparando os próximos passos de um plano que parece se estender muito além do que as autoridades imaginam. Sua presença, ainda que indireta, mantém o suspense e reforça a sensação de que cada novo acontecimento é parte de algo maior.
O núcleo principal, no entanto, está centrado em Kitty e Vivian. A primeira é apresentada como uma assassina em série — uma “viúva negra” que matou três maridos, um noivo e um viúvo no Maine, acumulando mais de 4 milhões de dólares em bens roubados. Vivian, por outro lado, é uma vigarista e estrategista que manipula situações a seu favor. Juntas, formam uma dupla perigosa, unida por conveniência e ganância.
Na tentativa de escapar, as fugitivas decidem buscar apoio logístico na empresa Aero Excursions, especializada em passeios turísticos. Frank e Sidney descobrem a conexão ao rastrear transações financeiras suspeitas e encontram um dos pilotos, Slade, que acaba sendo cooptado por Kitty em troca de dinheiro para abastecimento e fuga. O episódio usa esse ponto para introduzir uma sequência de tensão crescente, em que os investigadores tentam prever os próximos movimentos das criminosas.

Paralelamente, Sarah enfrenta seu próprio drama ao tentar se reconectar com Luke, mas a situação foge do controle quando o jovem se envolve em um acidente de carro ao lado de um detento. A subtrama serve para reforçar o clima de incerteza e o alcance do caos fora do ambiente prisional.
Enquanto os investigadores seguem as pistas, Langley decifra uma das mensagens enviadas por Havlock através do XenoGate. O destinatário é Armen Zhdanko, especialista em malware e segurança digital, possivelmente contratado para auxiliar no roubo de um arquivo sigiloso conhecido como Arquivo 6. Essa descoberta amplia o escopo da narrativa, indicando que a conspiração tem ramificações internacionais.
O episódio chega ao clímax quando Vivian é capturada após ser abandonada por Kitty, que foge com Slade. Frank e Sidney negociam com Vivian em troca de informações, e ela revela o plano de fuga de Kitty — que pretende decolar de uma pista clandestina ao norte da cidade, em um local chamado Farmer’s Loop. A perseguição culmina com Kitty ferida e prestes a morrer, pedindo para ser deixada na floresta. Frank, fiel à sua ética, decide levá-la viva, reforçando o contraste entre sua moralidade e a brutalidade do ambiente em que atua.
Pouco depois, Frank descobre que Vivian vinha manipulando toda a situação. Ela havia denunciado a própria parceira para escapar e pegar o dinheiro sozinha, tendo inclusive roubado o cartão SIM usado nas transações. Mesmo assim, Frank e Sidney optam por libertá-la em troca de informações sobre Havlock, que, segundo ela, planeja resolver “assuntos inacabados com um velho amigo” em Fairbanks. O tal contato é Vincent Thiago, um mensageiro que chegou à cidade pouco antes do acidente que deu início à série.

Crítica do episódio 4 de A Última Fronteira
O quarto capítulo mantém o formato de “episódio de garrafa”, focando em novos personagens enquanto expande discretamente o enredo principal. A trama de Kitty e Vivian funciona como um espelho moral da história de Frank: ambas são sobreviventes que usam a inteligência e a manipulação para se manter vivas, mas com objetivos completamente diferentes.
A construção do episódio é eficiente ao equilibrar ritmo e informação. A alternância entre o drama das fugitivas, a investigação de Frank e Sidney, e as movimentações de Havlock impede que a narrativa perca fôlego. Além disso, o roteiro investe em pequenas revelações que ampliam a rede de conexões entre os personagens, sugerindo que o acidente inicial pode ter sido orquestrado como parte de um plano global.

O episódio também reforça o tema recorrente da série: a fronteira moral entre justiça e sobrevivência. Frank continua agindo como um homem de princípios em meio à desordem, mas o universo ao seu redor se torna cada vez mais imprevisível. A decisão de poupar Kitty, mesmo após tudo o que ela fez, resume o conflito interno do protagonista.
O que o episódio 4 prepara para os próximos capítulos da série AppleTV+
Com “Sonho Americano”, A Última Fronteira avança de forma consistente, explorando tanto os desdobramentos da rebelião quanto os laços que unem os criminosos fora da prisão. O episódio termina com mais perguntas do que respostas, reforçando que a trama de Havlock e do misterioso Vincent Thiago será o centro dos próximos capítulos.
Entre novos personagens, manipulações e uma teia de conspirações que se torna cada vez mais complexa, o quarto episódio mantém a tensão e prepara o terreno para um confronto que promete redefinir o papel de Frank Nordhoff dentro dessa última fronteira.