A essa altura, já é seguro transitar pela internet sem o medo de tomar spoilers de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. Primeiro, porque quem queria ver já viu (mesmo levando em conta a pandemia e as dificuldades financeiras). Segundo, que é mais fácil aceitar um spoiler depois de tanto tempo de um produto lançado. O fato é que a cena pós-créditos do filme foi uma das melhores notícias que o MCU poderia ter recebido nos últimos meses e, ao mesmo tempo, mais um atestado de incompetência dos executivos da Sony Pictures, dona dos direitos de uso do chamado Aranhaverso nas telonas, uma vez que, além do teioso, temos filmes de outros personagens saindo como Venom, Morbius e até Kraven.
Sobre o longa recém-lançado em si, muito já foi dito, então vou me limitar a dizer que trata-se de uma deliciosa viagem pelas três gerações do herói nos cinemas. Uma diversão legitima e única, apesar de algumas falhas que precisam ser criticadas. Não foi muito o caso da nossa crítica, que classificou o filme como quase perfeito, mas tem bastante conteúdo registrado pela internet.
Voltando à cena pós-créditos de Sem Volta para Casa… com Venom!
Só para relembrar, o que acontece na cena pós-créditos de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é que vemos Eddie Brock (Tom Hardy) alcoolizado enquanto conversa com Venom, seu outro “eu”. Ali, ele chega à conclusão de que precisa ir visitar esse “tal de Homem-Aranha” mas, quando decide por fazer isso, logo é enviado de volta para o seu universo pertencente: o dos filmes de 2018 e 2021.
Desse modo, fica estabelecido que esse aranha e esse Venom não estão no mesmo balaio, mas um fragmento do simbionte alienígena acaba ficando por ali, indicando que no futuro teremos o icônico personagem como vilão de Peter Parker, mas através de um outro receptáculo (talvez um outro Eddie Brock).
A popularização do Venom, personagem criado por Todd McFarlane, atingiu níveis impressionantes e sua forçada inserção no famigerado Homem-Aranha 3 (2007) de Sam Raimi (curiosamente, diretor do vindouro Doutor Estranho no Multiverso da Loucura) só ajudou a piorar algo que já estava ruim. Ao observar que filmes de vilão seriam uma tendência de mercado, a Sony Pictures acertadamente (do ponto de vista da grana) tratou de promover um projeto solo do Protetor Letal, lançado em 2018 sob uma chuva de críticas negativas e uma parcela de entusiastas do viés galhofa na história estrelada por Tom Hardy e dirigida por Ruben Fleischer.
O que veio depois com Venom: Tempo de Carnificina só confirmou que não há nada ruim que não possa piorar, e mesmo que você possa não considerar o Homem-Aranha de Tom Holland a melhor versão do personagem, era de causar arrepios (nível sentido-aranha) a possibilidade dele ter que combater vilões tão mal desenvolvidos como esses do Aranhaverso da Sony. Corrobora com essa visão o fato de terem desistido de colocar o personagem na batalha final de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, notícia vinculada ainda hoje aqui no Cosmo pelo Márcio (saiba mais). E olha que Venom 1 e 2 se saíram muito bem nas bilheterias com US$ 856 milhões e US$ 501 milhões (tempos de pandemia), respectivamente.
Sendo assim, considero essa cena pós-créditos um tremendo acerto do Marvel Studios, pois é passada uma régua sobre um assunto que há tempos era especulado: a bendita aparição de Tom Holland num filme desses vilões. Se aparecer, não vai ser algo pra valer.
Como fica o Aranhaverso da Sony depois disso?
A contradição à minha fala fica por conta da presença do Abutre (interpretado por Michael Keaton) no trailer de Morbius, indicando que nesse filme específico a trama possa se ambientar no MCU. Acho difícil a Marvel permitir isso, então prefiro acreditar que se trata de uma versão variante do personagem num projeto ambientado no Aranhaverso da Sony.
E vocês, o que acharam da cena? Ansiosos para ver os próximos vilões do aranha na telona? Conte-nos nos comentários 🙂