A estreia da 9ª temporada de 9-1-1, exibida na quinta-feira pelo canal ABC e disponível no Disney+ no Brasil, marca um novo começo para a equipe do 118. Intitulado “Eat the Rich”, o episódio funciona como um recomeço emocional e criativo após a morte de Bobby Nash, personagem central da trama. A série opta por um tom mais leve e até absurdo em alguns momentos, sem deixar de lado o luto coletivo que ainda paira sobre os personagens. Confira a crítica e recapitulação do episódio 1 da nova temporada:
Recapitulação do Episódio 1 da Temporada 9 da série 9-1-1
A morte de Bobby e o novo rumo da equipe 118
A narrativa se passa seis meses após os eventos do final da oitava temporada. O quartel agora leva o nome de Bobby, e a ausência do capitão é sentida em cada diálogo. Chimney (Kenneth Choi) assume o comando interino, mas evita fazer o exame para se tornar capitão oficial, por receio de desrespeitar a memória do amigo. A liderança improvisada, porém, mantém a equipe unida.
Hen (Aisha Hinds) e Eddie (Ryan Guzman) formam uma nova dupla de paramédicos, despertando o ciúme de Buck (Oliver Stark), que se sente excluído. As tensões internas geram momentos de humor, típicos da série, que sempre equilibrou tragédia e leveza com eficiência. A dinâmica entre os personagens é um dos pontos altos do episódio, mostrando que a química entre os 118 segue intacta mesmo após a perda de seu líder.
Emergências bizarras e o humor característico da série
Como de costume, 9-1-1 entrega situações de emergência fora do comum. A primeira envolve o bilionário da tecnologia Tripp Houser (Mark Consuelos), engolido por uma baleia durante um passeio de barco — um resgate que mistura o absurdo com a inventividade típica da série. Em seguida, o grupo enfrenta um incidente em um ônibus escolar, no qual todos os passageiros desmaiam por envenenamento causado por anticongelante.
Sem recursos médicos adequados, Hen e Athena (Angela Bassett) improvisam usando bebidas alcoólicas para neutralizar o veneno, em uma das sequências mais memoráveis do episódio. Essa combinação de situações inusitadas e soluções criativas reforça a identidade da produção: um drama de emergência que não teme flertar com o surreal.
Hen, Tripp e a missão espacial
O episódio também introduz o arco que levará parte da equipe ao espaço — algo que havia sido prometido nas campanhas promocionais. Após ser salvo pelo 118, o bilionário Tripp agradece oferecendo a Hen uma viagem ao espaço, com direito a escolher um acompanhante. A personagem inicialmente convida Karen (Tracie Thoms), mas ela recusa devido a um conflito profissional com a empresa de Tripp.
Hen então precisa decidir quem levará consigo, o que provoca uma competição cômica entre Chimney, Eddie e Buck. As tentativas de suborno e as piadas entre os colegas aliviam o clima pesado deixado pela morte de Bobby, enquanto revelam a insegurança emocional que paira sobre todos. No fim, a decisão de Hen cria um elo inesperado com Athena — e é assim que a policial acaba confirmando sua participação na missão espacial, abrindo o caminho para o arco de maior escala da temporada.
Athena tenta se reconectar após a perda
O episódio reserva um olhar sensível para Athena, que lida de forma silenciosa com o luto. O salto temporal mostra que ela se afastou da família e dos colegas desde a morte do marido. A personagem evita comparecer à cerimônia que dedica o quartel a Bobby, preferindo focar em uma operação policial que acaba sendo frustrada pelo FBI.
Em casa, ela descobre que Harry abandonou os estudos e culpa injustamente May, até que o filho a confronta dizendo que ela “deixou de ser mãe” após a morte de Bobby. A sequência reforça o isolamento de Athena, que parece incapaz de seguir em frente. Seu encontro com uma vítima de infecção bacteriana — uma mulher que também se fechou para o mundo após uma tragédia pessoal — funciona como espelho de sua própria condição emocional.
Hen surge como contraponto ao lembrar Athena de que ela ainda tem uma rede de apoio. Em um momento de virada, a policial decide aceitar qualquer oportunidade que a vida oferecer — e é justamente esse impulso que a leva, ironicamente, a embarcar em uma missão fora da Terra.
Um novo tom para 9-1-1: crítica do episódio 9×01
Com “Eat the Rich”, 9-1-1 encontra equilíbrio entre o luto e a reinvenção. A ausência de Bobby é reconhecida sem que a série perca o ritmo. O humor absurdo, as situações extremas e os dramas pessoais continuam presentes, agora com um frescor narrativo que aponta para um ciclo de reconstrução.
A série ainda aposta na ousadia — seja levando suas personagens literalmente ao espaço, seja explorando a solidão e a superação de quem ficou para trás. A 9ª temporada começa reafirmando o que 9-1-1 faz de melhor: transformar o caos em catarse, misturando emoção, ação e humanidade em doses que só ela sabe equilibrar.