A pandemia, e o amor, estão no ar. Que tal aproveitar o Dia dos Namorados para reviver (ou viver pela primeira vez) uma experiência inspiradora daquelas que só a Sétima Arte pode proporcionar? Listamos 10 apaixonantes joias raras do cinema para aquecer o coração de todos que, custe o que custar, não deixam de acreditar nessa “pequena coisa louca” chamada amor.
Antes do Amanhecer (1995)
Como nasce o amor? Trazer esse momento para as telas num formato quase documental certamente foi o que inspirou o diretor Richard Linklater (Boyhood). Em Antes do Amanhecer, sua câmera acompanha de forma atenta um encontro casual entre Jesse (Ethan Hawke), um jovem americano, e a estudante francesa Celine (Julie Delpy), que se conhecem num trem que percorre a Europa. Através de uma conversa aparentemente despretensiosa, testemunhamos troca de olhares, tímidos sorrisos e outras sutilezas que revelam o alvorecer de um forte sentimento. O longa ganhou ainda duas continuações formando uma trilogia cultuado por milhares de fãs.
Encontro Marcado (1998)
Como assim você nunca assistiu Encontro Marcado?! Estrelado por Brad Pitt, o filme mostra um daqueles deliciosos romances impossíveis. E bota impossível nisso! A trama coloca Pitt no papel da Morte aparecendo para buscar o magnata William Parrish (interpretado por Anthony Hopkins). Ao fazer um acordo de passar alguns dias com William, o personagem acaba se apaixonando por sua filha Susan (Claire Forlani). Seu roteiro traz uma premissa bem original e ainda brinda o espectador com cenas memoráveis (a da lanchonete é perfeita!) e um clímax arrebatador.
Ghost – Do Outro Lado da Vida (1990)
Já que estamos falando de amores do além, eu já imendo com Ghost – Do Outro Lado da Vida, um verdadeiro clássico do gênero. Na trama, Sam (Patrick Swayze) é assassinado, mas continua na Terra por possuir ainda assuntos inacabados. O personagem precisa proteger sua amada Molly (Demi Moore) da mão de bandidos e pra isso conta com uma médium charlatã (Whoopi Goldberg, vendedora do Oscar pelo papel). Um romance de arrancar lágrimas que emociona até hoje. Ah, e com direito a inesquecível “Unchained Melody” do The Righteous Brothers pra embalar esse amor.
Diário de uma Paixão (2004)
Amores impossíveis sempre rendem boas histórias. Aqui temos uma delas, com a paixão inusitada entre o introspectivo caipira Noah (Ryan Gosling) e a rica jovem Allie (Rachel McAdams). Adaptada da obra de Nicholas Sparks, a história de amor entre Noah e Allie, mesmo repleta de clichês, é muito bem conduzida pelo diretor Nick Cassavetes (Um Ato de Coragem) e conta com uma ótima química entre Gosling e McAdams. Para dar ainda um caráter épico ao romance, sua enredo atravessa décadas. Inspiração perfeita pra você que, apesar das adversidades, não deixa de acreditar que o amor pode tudo.
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004)
Se pudesse, você seria capaz de deletar da memória um amor que não deu certo? Essa premissa foi utilizada em Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, do diretor francês Michel Gondry (Rebobine, Por Favor). No longa, Clementine (Kate Winslet) se submete a um tratamento experimental apagando todas as dolorosas lembranças que carregava de seu antigo companheiro Joel (Jim Carrey). Ao descobrir, Joel busca o mesmo tratamento. Entrecortado por diversos momentos vividos pelo casal, o longa roteirizado por Charlie Kaufman (Quero Ser John Malkovich) reforça de forma genial a importância das lembranças, assim como sugere que grandes histórias de amor são difíceis de serem apagadas.
Apenas uma Vez (2007)
Vencedor do Oscar de Melhor Canção Original pela sensacional “Falling Slowly”, Apenas um Vez é uma produção irlandesa obrigatória para todos os românticos de carteirinha. Dirigida por John Carney (da série Modern Love, da Amazon), o longa nos apresenta a um talentoso músico de rua da Irlanda (Glen Hansard, ex-vocalista da banda The Frames) que ganha a admiração de uma imigrante tcheca (Markéta Irglová, pianista e compositora) e, mutuamente, um encontra no outro forças para crescer, com a música sedimentando a cumplicidade dos dois. Aqui você ganha um presente em dobro: um sensível filme sobre encontro e, de quebra, uma trilha sonora magnífica que não vai mais sair da sua playlist.
Ela (2013)
Theodore (Joaquin Phoenix) é um cara solitário que, depois que se separou de sua ex, virou uma pessoa extremamente introspectiva. O ano não sabemos ao certo, mas a história se passa num futuro onde as pessoas são completamente dependentes da tecnologia (algo que não é muito diferente dos dias de hoje). Nesse cenário, o personagem de Phoenix instala um novo sistema operacional em seu computador que ganha o nome de Samantha (voz de Scarlett Johansson) e atende todas as suas expectativas românticas, fazendo com que ele se sinta completamente apaixonado. Dirigido por Spike Jonze (Adaptação), o longa foi indicado a Melhor Filme no Oscar 2014 e faz pensar, entre outras coisas, sobre o que exatamente é esse sentimento que chamamos de amor.
Me Chame pelo Seu Nome (2017)
É especial quando o cinema reproduz com tanta verdade um sentimento nas telas. Me Chame pelo seu Nome (leia a crítica) é um exemplo perfeito disso. Sua história nos leva para uma região bucólica da Itália nos anos 80, onde o jovem Elio (Timothée Chalamet) é surpreendido com um amor avassalador por Oliver (Armie Hammer), aluno de seu pai que passa algumas semanas na casa de veraneio da família. Propondo se debruçar sobre um espaço de tempo de descobertas na vida de um jovem, o diretor Luca Guadagnino surpreende todos nós com um filme da mais pura sensibilidade.
Nasce uma Estrela (2018)
Estrelado por Bradley Cooper e Lady Gaga, Nasce uma Estrela é provavelmente um dos últimos grandes romances a serem lançados nos cinemas. Adaptado já algumas vezes para as telas, o longa de 2018 reconta a história do decadente cantor Jackson Maine e da estrela em ascensão Ally. A atuação dos protagonistas é perfeita (com destaque para Cooper que, além de dirigir o filme, entrega sua melhor performance da carreira), fazendo a gente ficar completamente envolvido com o drama do casal. Como mencionei na crítica publicada no Cosmo, “muitos filmes se propõem a falar de amor, mas poucos conseguem um nível tão intenso de conexão com a plateia”.
Retrato de uma Jovem em Chamas (2019)
Premiado como melhor roteiro no Festival de Cannes 2019, esse é pra fechar a lista com juras de amor eterno. Século 18, França. A artista Marianne (Noémie Merlant) é contratada por uma condessa para pintar o retrato de sua filha Héloïse (Adèle Haenel) sem que ela saiba. Isso por que a jovem está relutante a posar para o retrato, pois sabe que ele será enviado a um nobre em Milão que pode vir a casar com ela contra sua vontade. Com Marianne fingindo ser sua dama de companhia, as duas se aproximam e, aos poucos, surge um mútuo sentimento capturado de forma sublime pelo olhar da diretora Céline Sciamma. Prepare-se para compartilhar uma experiência única sobre a força da memória e a capacidade de manter a chama de um grande amor para sempre.