As melhores adaptações das obras de Stephen King

Stephen King é uma máquina de criar livros, isso é inegável. As mais de 350 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo colocam sua marca como uma das queridinhas dos engravatados de Hollywood. Só esse ano, por exemplo, quatro adaptações de suas obras caminham entre nós. No cinema, A Torre Negra já estreou e It – A Coisa já está praticamente dobrando a esquina. Na TV, a problemática The Mist e a ótima Mr. Mercedes são as bolas da vez.

Contudo, o grande volume de adaptações das obras do Mestre do Terror geram resultados bastante divergentes. Algumas se transformaram em obras-primas, já outras nunca deveriam ter visto a luz do dia. Por isso, na expectativa pelo novo It e para celebrar seus 70 anos de vida, separamos 7 grandes filmes oriundos da mente de Stephen King. Claro que muitas obras ficaram de fora, mas você pode listar suas favoritas nos comentários.

Carrie, a Estranha (1976)

O livro que mudou a vida e a carreira de Stephen King, transformando-se na primeira adaptação do escritor para a telona. Nas mãos de um inspirado Brian De Palma e do talento de Sissy Spacek, Carrie é um dos pilares do cinema de terror. São tantos momentos marcantes que ressoam até hoje na cultura pop. Trazendo para o nosso Brasil varonil, até Rainha da Sucata buscou inspiração na cena do banho de sangue no baile. Um clássico.

Christine, O Carro Assassino (1983)

John Carpenter e Stephen King formaram uma dupla poderosa que deu origem a esse exemplar genuíno do que foram os anos 80. Carpenter, criador da franquia Halloween e percursor do subgênero slasher, havia enfrentado um período turbulento com o fracasso de Enigma do Outro Mundo. Apesar das diferenças com o livro, o talento do diretor aliado a um elenco poderoso da época – Keith Gordon, John Stockwell, Alexandra Paul e Harry Dean – transformaram a história de um Plymouth Fury 1958 assombrado em algo interessante de assistir.

Louca Obsessão (1990)

Muito antes de roubar a cena em American Horror Story, Kathy Bates levou o Oscar por sua brilhante atuação nesse thriller psicológico. Interpretando a lunática Annie Wilkes, ela infernizou a vida do escritor Paul Sheldon (James Caan). A direção de Rob Reiner, captando de forma perfeita toda a tensão e desespero da relação entre os protagonistas, transformou Louca Obsessão em um marco. Curiosamente, Stephen King confessou anos depois que a figura de Annie é uma metáfora ao vício em cocaína que ele enfrentava na época. Kathy ainda trabalhou em outra adaptação da obra do Rei: Eclipse Total.

O Nevoeiro (2007)

Frank Darabont (guarde esse nome) transformou O Nevoeiro, conto presente no livro Tripulação de Esqueletos, em um dos grandes filmes de terror dos últimos anos. Fugindo de clichês, o diretor orquestra uma viagem pela deterioração da mente humana e do conceito de sociedade diante de um evento devastador. Dando aos monstros lovecraftianos criados por King uma função muito maior do que protagonizar cenas chocantes. Sem contar o final devastador, que arrancou elogios do próprio escritor. O que é um feito e tanto, se levarmos em conta que ele nunca digeriu a versão cinematográfica de O Iluminado.

À Espera de um Milagre (1999)

Apesar de um certo elemento sobrenatural, À Espera de um Milagre se destaca justamente por seu aspecto emocional e delicado. Tanto que pode ser difícil para alguns acreditar que se trata de uma adaptação de Stephen King. Originalmente lançada em seis volumes, a história do chefe penitenciário Paul Edgecombe e do misterioso prisioneiro John Coffey arrancou lágrimas até do espectador mais durão. Palmas para as atuações viscerais de Michael Clark Duncan e Tom Hanks. Além da direção certeira dele, Frank Darabont.

Um Sonho de Liberdade (1994)

Um dos melhores filmes já realizados na história do cinema tem sua origem justamente num conto de Stephen King. Publicado no livro Quatro Estações e originalmente batizado como Rita Hayworth e a redenção de Shawshank, Um Sonho de Liberdade venceu vários desafios para conquistar crítica e público. O elenco é encabeçado pelas atuações brilhantes de Tim Robbins e Morgan Freeman. E ganha um doce quem acertar o nome do diretor… ele mesmo: Frank Darabont. Em sua melhor forma, ele amplia os aspectos do conto original, acrescentando camadas essenciais aos personagens.

Conta Comigo (1986)

Se Um Sonho de Liberdade é o melhor filme dessa lista, Conta Comigo é o que mais emocionou Stephen King. Aqui o escritor utiliza de forma soberba sua maior característica: a capacidade de contar grandes histórias sobre amizade e infância. O diretor Rob Reiner conseguiu absorver toda a essência da obra original para criar o supra sumo dos anos 80 sobre amadurecimento e transição das fases da vida. Durante uma entrevista a Rolling Stone, Stephen King contou o quanto ficou comovido com o longa. “Foi tocante. Acho que assustei o [diretor] Rob Reiner. Quando o filme acabou, o abracei cheio de lágrimas porque aquilo era muito autobiográfico”.