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Spy X Family

No mês de setembro, a Editora Panini trouxe um interessante mangá para seu catálogo de publicações que foi Spy X Family, criado por Tatsuya Endo, lançado pela Shounen Jump no Japão. Fazendo uma mistura de aventura com espionagem, este título possui grande potencial de entreter você nas próximas horas de leitura.

capa do mangáA trama contempla um dos mais brilhantes agentes secretos em atividade, Twilight, que, ao receber sua mais nova missão (chamada de Operação Strix), também se vê diante do maior desafio na bem-sucedida carreira: formar uma família. De poucos amigos e uma vida solitária (mas nutrindo um nobre sentimento mesmo assim), o espião acaba se deparando com uma configuração familiar pra lá de inusitada, onde sua esposa é uma assassina profissional e sua filha possui o dom de ler mentes.

Emulando boas tramas de espionagem, Tatsuya Endo consegue manter uma dinâmica sustentada em alguns pilares como a identidade secreta, com cada um dessa família inusitada não sabe os segredos do outro. A obra também arranha questões como abandono, solidão e sentimento de fazer o certo, além de pautas contemporâneas como liberdade das mulheres e necessidade de uma sociedade menos machista onde não seja um absurdo um homem fazer certos trabalhos domésticos, por exemplo.

Mas tudo isso é contado de forma bem leve e a autora mantém uma narrativa agradável que não deixa o leitor na mão ao longo do processo. Os desenhos seguem a cartilha do que se exige do gênero, mas também traz bastante riqueza nos cenários urbanos e fluidez em suas sequências, sincronizando bem as ações da história com o roteiro, tornando a narrativa gráfica um dos diferenciais para o devido aproveitamento de Spy X Family.

O roteiro em si não entrega nada de extraordinário, mas essa não é uma obra que se propõe a isso, aparentemente. O grande lance aqui é mostrar personagens carismáticos, daqueles que todo leitor desejaria ser amigo ou nem tanto.

Quem é quem na trama

Como dissemos, o protagonista é construído como o clássico rapaz talentoso e solitário, que aprende ao longo da vida ser uma pessoa alheia aos sentimentos do próximo. Por isso, a ideia de ter que formar uma família o apavora de início, mas é seu profissionalismo que o faz seguir a missão com determinação. Aos poucos, ele vai percebendo o quão é difícil a sua tarefa. Essa dificuldade não provém da sua filha telepata ou da esposa assassina, mas sim do fato que muitas vezes é muito difícil manter a boa convivência com QUALQUER família.

Para adotar sua filha, Twilight vai até um negligente orfanato, inicialmente com a ideia de adotar um menino. É a partir desse ponto que conhecemos o fofíssima Anya, uma criança doce e sem muito sucesso em se firmar nos orfanatos, pois ela sempre acaba se isolando por não ter aprendido ainda a lidar com as suas habilidades. No entanto, ela consegue usar isso ao seu favor e chama atenção do protagonista que busca uma criança inteligente. Quase todas as aparições de Anya são regadas de ternura e você rapidamente se afeiçoa à personagem, ao passo que também sente suas dores por ela ser uma criança carente em todos os sentidos. Para compensar essa dose de tristeza, a autora coloca nela também muitas passagens de humor, fazendo dela o principal elo entre espectador e obra.

Yor, a esposa, é uma bela mulher que mantém em segredo uma vida de assassina profissional. Ela chega depois da filha por uma questão pontual, pois, para ingressas a criança numa respeitável escola, Twilight precisaria de uma família completa nos moldes tradicionais conservadores. Apesar da sórdida e secreta profissão, Yor aparenta ser uma pessoa com certo senso de justiça e isso (junto com uma obra do acaso) acaba aproximando a moça do rapaz. Mas ela possui seus próprios interesses nesse jogo. O principal é usar esse matrimônio de fachada para trabalhar mais tranquilamente.

Destaque também para alguns coadjuvantes que entregam um humor pontual e muito bem vindo para a história, como é o caso de Frankye o “elegante” Henry.

Com preço sugerido de R$ 22,90, a edição da Panini Comics para este mangá possui capa cartão e 216 páginas de um arco que termina com muita história a ser contada ainda. Porém, já é um bom começo para você se familiarizar com esses novos rostos.