Escrito por Enéias Tavares, A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison é uma excelente obra brasileira Steampunk
Por Luke Muniz
Começo este texto já admitindo algo, fiquei um tanto intimidado a fazer este review com palavras tão simplórias, tendo em vista de que o autor da obra em questão é um verdadeiro gentleman. Mas deixando isto de lado, vamos lá!
O livro a seguir, trata-se de uma obra SteamPunk. E se você, amigo, caiu aqui de paraquedas e não sabe o que isto significa, darei uma breve introdução do que é.
STEAMPUNK
É um subgênero da ficção que se popularizou no final dos anos 80 e início dos anos 90. São obras ambientadas no passado, onde os aparatos tecnológicos modernos ocorreram mais cedo do que na história real, mas foram obtidos com a ciência já disponível naquela época. Ex: computadores de madeira, aviões a vapor. Basicamente, tecnologias a vapor.
A LIÇÃO DE ANATOMIA DO TEMÍVEL DR. LOUISON
A narrativa é contada através de relatos/cartas/gravações (lembra da tecnologia antes da hora? pois é) que oscilam em diversos tempos, e temos diferentes pontos de vistas de vários personagens. Da meretriz ao chefe da polícia. A partir daí, tudo começa a ficar ainda mais interessante e imersivo. Vemos o aprofundamento da história de vários ângulos.
A história flerta muito com o ocultismo e práticas místicas, conceito presente em obras do gênero, mas aqui apresentadas de formas bem sutis. Conhecemos essa parte da história através do grupo que se intitula o Pathernon Místico.
A escrita é um tanto rebuscada e varia de acordo com o personagem que está falando. Apresenta também a grafia da época, ex: photografia, phidelidade. Nas primeiras páginas do livro, há um nota explicativa sobre o motivo disso. É sensacional!
Como professor e amante da literatura, Enéias faz diversas referências e pega emprestado personagens da nossa vasta literatura brasileira, tais como: Noite na Taverna, O Cortiço, O alienista.
O cenário é bastante palpável, mesmo sendo um steampunk conseguimos nos identificar bastante pelo fato de se passar em nossa terra, no Brasil. Para quem é de Porto Alegre, então, deve ter sido fantástica a experiência de ler o livro. A história em si não depende do subgênero da qual ela faz parte, e sim, o subgênero se faz um complemento dela, e este fator se transforma em um ponto bastante positivo, tendo em vista de que a narrativa não depende de um único só elemento, mas de tudo o que compõe a trama.
Enquanto eu lia, me senti muito dentro dos romances de Sir Arthur Conan Doyle, em uma das aventuras de Sherlock Holmes, pois lembra muito, então, se você não conhece steampunk, mas conhece Sherlock Holmes, já é um ótimo motivo para que você, leitor, leia esta obra. No mais, eu encerro este review com a seguinte frase e deixando um link para caso vocês queiram comprar o livro.
O SteamPunk brasileiro rima com Enéias Tavares.
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