Comédia dirigida por Sameh Zoabi, Tel Aviv em Chamas foi premiada no Festival de Veneza
TEL AVIV EM CHAMAS, de Sameh Zoabi, foi exibido na seleção oficial do Festival de Toronto e premiado no Festival de Veneza com o Interfilm Award de Melhor Filme e o prêmio de Melhor Ator na mostra Horizonte para Kais Nashif (Rede de Mentiras, Paradise Now), que interpreta o protagonista Salam. Além disso, foi a escolha de Luxemburgo para o Oscar 2020. O longa chega aos cinemas brasileiros em 19 de março, com distribuição da Pandora Filmes.
Ambientado na Palestina, essa comédia acompanha o jovem Salam, que trabalha como assistente na produção de uma telenovela palestina. Para o diretor, a ideia de um filme que aborda novelas foi natural, pois esses programas de TV são muito rentáveis e populares no Oriente Médio. “O que acho interessante é que as pessoas que assistem novelas consideram esse estilo de diálogo mais convincente que o diálogo e atuação sutil do cinema”.
“Ao utilizar o meio da novela, consegui explorar temas que nunca seria capaz de fazer de outra maneira no cinema. Por exemplo, a cena de abertura, que considero bastante política, quando os personagens palestinos expressam como se sentem em relação à guerra árabe-israelense de 1967 que se aproxima. Eles falam sobre suas esperanças, história e medo da ocupação israelense de Jerusalém”, comenta Zoabi.
Na história, Salam cruza o posto de controle entre as cidades de Jerusalém e Ramala diariamente, para ir trabalhar. Ali, conhece o oficial do exército israelense Assi (Yaniv Biton), que acompanha a novela ‘Tel Aviv em Chamas’ com sua mulher, Tala (Lubna Azabal, de Incêndios e Rede de Mentiras) e que tem suas próprias opiniões sobre o desenrolar da trama. Para crescer profissionalmente, Salam começa a se apropriar das ideias de Assi, ganha a confiança da equipe da novela e vira roteirista. Mas, o final esperado pelo oficial é bem diferente do que pretendem os investidores palestinos do programa e o roteirista árabe precisará encontrar uma saída de mestre para agradar a todos.
“É um grande desafio fazer comédia lidando com a realidade palestina e israelense, pois as pessoas levam a região e o conflito muito a sério”, diz Zoabi. “Mas acredito que a comédia permite a liberdade de discutir assuntos sérios de uma maneira sutil. Nos meus filmes, tento entreter, mas também falar sinceramente sobre a condição humana de onde meus personagens estão inseridos”, completa.
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