Marinheiro das Montanhas, novo filme de Karim Aïnouz (A Vida Invisível), marca o retorno do cineasta cearense ao Festival de Cannes em 2021.
Em entrevista ao Deadline, falou sobre o seu mais novo trabalho, que é um documentário sobre sua viagem à Árgelia, país em que seu pai nasceu, mas que ele nunca o conheceu. “É uma história muito pessoal, mas acho que o desafio era também torná-la acessível e interessante para outras pessoas“, fala o cearense.
Revisitando a história de amor de seus pais, o novo filme de Aïnouz traz registros de sua viagem pelo país, além de seu acervo familiar, como fotos, filmagens e suas memórias, passando pela história da Árgelia, como a Revolução Argelina (1954-1962), na qual seu pai participou, e os aspectos visuais e culturais entre sua cidade natal, Fortaleza, no Ceará, e o país que visitou.
Em sua estreia em Cannes, Marinheiro das Montanhas foi uma produção convidada pela Sessão Especial, e acabou sendo ovacionada pelo público, como divulgou o G1.
O último trabalho para os cinemas de Karim foi A Vida Invisível, inspirado no livro de Martha Batalha, sobre a história de duas irmãs inseparáveis. Ambientado no Rio de Janeiro da década de 1950, o roteiro discorre sobre o elo afetivo e sanguíneo de Eurídice (Carol Duarte, na vida adulta, e Fernanda Montenegro, quando idosa) e Guida (Julia Stockler), irmãs e melhores amigas. A primeira é uma jovem introvertida e de promissor talento no piano, enquanto a segunda demonstra uma personalidade forte e um comportamento libertário para a época. Separadas na juventude após a caçula decidir mudar-se para a Europa após se apaixonar por um marinheiro, elas vivem com a esperança do reencontro.
O longa recebeu o prêmio principal na mostra ‘Un Certain Regard’ no Festival de Cannes em 2019.