Retornando ao Festival de Cannes desde Bacurau, ainda em 2019, o diretor Kleber Mendonça Filho teve o seu documentário “Retratos Fantasmas” estreando no Festival deste ano.
Em conversa a Veja, Kleber contou um pouco sobre sua vida e revelou que está planejando a produção de seu próximo filme ambientado na época da ditadura militar no Brasil, e com Wagner Moura envolvido.
“Tenho um roteiro de Agentes Secretos, que quero fazer com Wagner Moura. A trama se passa em 1977, mas não é um filme da ditadura: é sobre a lógica do Brasil. É um filme de história que se passa há quase 50 anos. Tinha nove anos na época, o filme vem de lembranças da infância. Retratos Fantasmas me ajudou a destravar esse filme. Sabe aquele momento que você está meio travado com o roteiro? Esses dois filmes têm uma ligação muito forte, pela imersão no passado. Porque você pesquisou muito, e acessando a biblioteca nacional, que inclusive está no filme, eu vendo jornais antigos. E é muito interessante pesquisar o tom do país. O que eu não quero é fazer uma versão adocicada do país, porque é uma tendência, quando o país é visitado, tende a ser requalificado. Nas especificações do presente. Esse filme acho que vai ser um tanto áspero nesse sentido”, disse o diretor.
“Retratos Fantasmas” é o quarto filme do cineasta brasileiro exibido no festival, após “Vinil Verde” (Quinzaine, 2005), “Aquarius” (2016) e “Bacurau” (2019).
Wagner Moura está em alta em sua carreira. Ele esteve na série “Iluminadas” da Apple, estrelando ao lado de Elisabeth Moss, e no filme “Gato de Botas 2”. Além disso, está confirmado no elenco da série “Sr. e Sra. Smith”, e vai estrelar um filme sobre o educador Paulo Freire.