O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo realiza a mostra VERA CHYTILOVÁ: A GRANDE DAMA DO CINEMA TCHECO, de 24 de abril a 13 de maio. Serão exibidos 20 longas-metragens de ficção e não-ficção, a maioria inédita no Brasil, e 6 curtas, em duas sessões especiais. Com meia entrada em todas as sessões para clientes do Banco do Brasil, a programação conta, ainda, com debates e masterclass com profissionais convidados, além de sessões com acessibilidade (libras e audiodescrição) e gratuitas para alunos da rede pública de ensino. Antes de chegar ao CCBB São Paulo, a mostra passa pelo CCBB Brasília até 14 de abril, e depois pelo CCBB Rio de Janeiro, de 17 de abril a 6 de maio.
De acordo com a curadora da mostra, Rosa Monteiro, “essa é uma oportunidade única para o público conhecer os principais filmes, passando por todos os momentos da filmografia dessa consagrada diretora que, apesar do reconhecimento mundial e relevância artística, teve poucos filmes que chegaram ao Brasil”.
Entre os longas inéditos, destaque para ‘Armadilhas’, vencedor do prêmio Elvira Notari no Festival de Veneza de 1998, ‘O Chalé do Lobo’, que concorreu ao Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1987 e ‘Fruto do Paraiso’, que foi exibido no Festival de Cannes em 1970.
A masterclass com a jornalista, professora e filmaker paulista, Joyce Pais, será realizada no dia 3 de maio (sexta-feira), às 19h. Já no sábado, 4 de maio, haverá debate sobre a obra da diretora, com a participação da curadora da mostra, Rosa Monteiro, de Joyce Pais e da jornalista e editora do site Mulher no Cinema, Luísa Pécora. Ambas as atividades são gratuitas e para participar é necessário retirar senha na bilheteria do cinema, uma hora antes.
Vera Chytilová foi uma revolucionária da cinematografia tcheca. O início de sua carreira foi durante o governo da União Soviética na Checoslováquia e o clima político teve forte impacto em seu trabalho. Seus filmes eram permeados por humor negro, crítica social e sátiras sobre o regime comunista, dando início ao que se chamou posteriormente de Nouvelle Vague Tcheca.
Quando a liberdade artística foi tolhida pelo governo, Vera foi uma das poucas a resistir e continuar produzindo em seu próprio país. O longa ‘Pequenas Margaridas’, de 1966, que poderá ser conferido na mostra VERA CHYTILOVÁ: A GRANDE DAMA DO CINEMA TCHECO, foi o que a tornou conhecida internacionalmente, ao fazer críticas ao regime comunista e à misoginia, temas que a acompanharam tornando-se marcas de seu trabalho.
Os filmes de Chytilová não dissociam a visão subjetiva (e subjetivista) da mulher moderna de uma objetividade crítica feminista. Suas personagens são prisioneiras das palavras dos homens, da linguagem e do julgamento masculinos – nesse sentido, seria uma cineasta antipatriarcal. Com o passar dos anos, suas produções se tornaram menos experimentais, mas nunca perderam as características subversivas e os elementos de paródia do estilo de vida e cotidiano da Checoslováquia. Até o fim de sua carreira, Vera lutou intensamente em sua tentativa de produzir arte dentro de um meio complexo e asfixiante de intensa censura, no qual mesmo os diretores homens mais respeitados do país sofriam. Ela resistia a rótulos e quando questionada sobre o feminismo dizia: “Eu era ousada o suficiente para querer liberdade absoluta – mesmo se isso fosse um erro”.
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