Sound & Fury Sound & Fury

Sturgill Simpson Presents Sound & Fury (Netflix) Review

Anime musical é um Love, Death & Robots só que melhor

As vezes a gente tá zapeando a Netflix e encontra umas jóias preciosas escondidas. Foi o que aconteceu comigo quando encontrei Sturgill Simpson Presents Sound & Fury. A capa me chamou atenção e fui pesquisar mais sobre o filme, acabei assistindo e me surpreendendo muito.

Confira o review sem spoilers a seguir.

Sound & Fury é um filme de anime conceitual e musical (muitos adjetivos, né?) do cantor de country rock Sturgill Simpson. O longa é como se fosse uma versão audiovisual do seu novo álbum de mesmo nome. Aqui, cada música ganhou um videoclipe próprio que conta uma narrativa de personagens específicos em um mundo pós-apocalíptico. Eu não quero estragar algumas surpresas, pois a graça está em desvendar essa história e o universo onde elas estão inseridas. Mas envolve samurais, robôs, um mundo cyberpunk e muita loucura.

Para contar essa história, Sturgill chama um elenco de peso de diretores de animação famosos, como Michael AriasKôji Morimoto, que trabalham em Animatrix, além de Jumpei Mizusaki – que fez aquela porcaria bonita chamada Batman Ninja, dentre outros. Cada diretor fica a cargo de segmentos que constroem a narrativa, seja de forma mais linear ou mais louca. Alguns segmentos contam uma história principal, enquanto outros desenvolvem o mundo e utilizam muitas técnicas de video-arte, parecendo mais um videoclipe do que um longa metragem.

Todos os segmentos são bem interessantes, nem sempre seguindo o mesmo estilo artístico. Lembra um Love, Death & Robots, só que melhor, pois a animação não se leva a sério, sendo bem menos pretensiosa. Além disso, a música é sensacional. Eu confesso que nunca tinha ouvido falar em Sturgill Simpson, mas curti muito seu som que combina bastante com as animações. O cara não faz nada de novo que já não tinha sido feito no country rock, mas é um bom álbum.

Eu fico muito feliz em ver esse tipo de coisa experimental em serviços de streaming como a Netflix. Seria quase impossível a gente ver isso no cinema e talvez um investimento muito grande para mandar esse tipo de trabalho pro homevideo, mas essas novas plataformas estão dando espaço e dinheiro para a gente ver esse tipo de experimento audiovisual. Esse ano a Netflix também lançou o ótimo Anima, uma parceria de Thom Yorke com Paul Thomas Anderson (Trama Fantasma, 2017).

Espero que mais álbuns audiovisuais (é um bom nome?) como o de Simpson venham por aí.