Um anime bastante aguardado – e bastante pesquisado aqui no Cosmo – é a adaptação de Chainsaw Man, mangá de Tatsuki Fujimoto. Fora do meu radar, pois obras do gênero shonen não são exatamente minha preferência de investimento, acabei despertando interesse pelos elogios e também pela bela capa da primeira edição lançada pela Panini há algum tempo, então acabei fazendo minha compra para ver se é tudo isso mesmo.
Primeiramente, o fato de vir do mesmo criador do mangá Fire Punch é algo bastante positivo, pois se trata de outra obra elogiadíssima de Fujimoto. Segundamente, confesso a você, caro leitor, que não faço ideia do que seja Fire Punch. Desse modo, Minha virgindade está sendo perdida com Chainsaw mesmo.
A história contempla a vida de um garoto chamado Denji, que vivia sozinho e solitário em meio a uma severa escassez de dinheiro (algo excitante para o deputado Mamãe Falei), até o momento em que ele passa a caçar demônios em troca de dinheiro para pagar uma imensa dívida deixada pelo seu pai. Ainda com pouco dinheiro e com a companhia de Poquita, a vida de Denji sofre uma drástica mudança após uma traição sofrida.
O mangá chama bastante a atenção pelo seu visual. Apesar dos desenhos não serem tão rebuscados, devendo até mesmo dentro do seu próprio gênero, o lado criativo da coisa faz a obra ter seus méritos. O grande representante disso é o próprio protagonista na sua condição de metade homem, metade demônio, quando ele se funde com Poquita numa questão de vida ou morte. O resultado é um ser com motosseras no corpo inteiro, com potencial de promover uma chacina a cada aparição.
É a partir disso que surge Makima, uma caçadora de demônios da Segurança Pública com cargo de chefia que ajuda o protagonista, cativando-o logo de cara. Sem muita referência sobre afeto e socialização, ao passo que está num período de puberdade, o garoto se apaixona por Makima que, muito mais madura, acaba se mostrando uma personagem esperta ao lidar com os impulsos de Denji.
Sendo assim, o primeiro volume acaba apresentando mais personagens que irão render para a história geral, como Aki Hayakawa, colega de Denji que deve passar de rival para amigo em algum momento. Outra figura interessante é Power, uma infernal (pessoa possuída por algum demônio) que passa a trabalhar com o garoto.
Mas e aí? Chainsaw Man é bom?
Com mais de 11 milhões de cópias vendidas (dados de junho de 2021, ou seja, esse número deve estar BEM maior agora), a obra é uma boa para quem busca uma história que anda na corda banda entre a inocência shonen, o humor, a ação juvenil e o bizarro.
Não se trata de uma obra prima, no entanto. Quando olhamos para a estrutura narrativa, assim como para as características (tanto físicas quanto psicológicas) do protagonista, fica evidente que Chainsaw Man poderia entregar muito mais. Isso se traduz em pontos como o fato de Denji ter uma obsessão por peitos, evocando aquele público-alvo dos shonen que tem dificuldades em socializar com garotas. Não quero ser o militante chato do rolê, mas isso tá meio batido e não dou a mínima pra quem vier com o argumento de que “isso você encontra em todos os mangás do tipo”.
Claro que isso tudo deve mudar e melhorar de acordo com o andamento da história (lembrando que conferi apenas o primeiro volume lançado pela Panini), mas ao invés de colecionar esse mangá, vou optar por assistir o anime que está sendo produzido pelo renomado estúdio MAPPA (de Jujutsu Kaisen, Dorohedoro, The God of High School). O lançamento irá acontecer ainda no ano de 2022, como noticiamos aqui. A versão animada tem potencial para ser ainda melhor, principalmente pelas possibilidades nas cenas de ação.
Enquanto o lançamento não ocorre, fique com o trailer do anime: