Acredito que poucas pessoas não gostem ou não se interessem por suspense. Um gênero bastante explorado nos cinemas, o suspense quando colocado ao lado de uma história com espionagem deve gerar bastante curiosidade por parte do público em geral, e Um Jantar Entre Espiões, filme com a direção de Janus Metz, é um desses produtos.
Baseado no livro de mesmo nome de Olen Steinhauer, a trama acompanha a investigação do agente da CIA Henry Pelham, interpretado por Chris Pine, sobre a reabertura do caso envolvendo um sequestro de um avião por terroristas, onde mais de cem pessoas foram mortas. Ao ser enviado para avaliar Celia Harrison, interpretada por Thandiwe Newton, ex-agente, ex-namorada dele e também suspeita de fornecer informações aos terroristas, um jantar se torna o último para eles.
Um Jantar Entre Espiões é um dos filmes que Chris Pine assinou como produtor executivo. E não será o último. Pine tem se envolvido em algumas produções e, logo mais, estará estreando tanto na direção quanto no roteiro.
Aliás, quem assina o roteiro do filme é o próprio Olen Steinhauer, que já está familiarizado com os personagens e a história, e a direção de Metz mescla legal o que está no passado, com o sequestro e o trauma em todos os envolvidos, e como a investigação de Henry está na busca por quem será o traidor.
O elenco de apoio do filme, com destaque para Jonathan Pryce como Bill e Laurence Fishburne como Vick, mostra como o ambiente da espionagem é seco e bruto, mas os personagens de Newton e Pine encontram um resquício de amor entre as idas e vindas de seus trabalhos.
Aliás, a química entre os dois atores principais é boa, e Charlotte Bruus Christensen, diretora de fotografia do filme, ajuda demais nas cenas, apresentando cores mais quentes quando Celia e Henry estão juntos, não deixando o clima entre os velhos conhecidos ficar tão para trás, e frias quando envolve o caso da espionagem.
O ritmo do filme não me incomodou tanto. Mas é inegável que a montagem tirou um pouco do brilho da entrega final. A trama é envolvente e os diálogos são o ponto alto de tudo, com a busca pela verdade, de quem está mentindo ou escondendo algo. Mas, ao optarem por não ambientar tudo no começo e abordar a investigação com pequenos flashbacks ao longo do desenvolvimento do filme, Metz retira o peso da virada final.
Não que seja ruim. Longe disso. Mas, ao parar para pensar um pouco sobre o que os personagens poderiam ter feito no dia do sequestro, pois são agentes da CIA, astutos espiões com inúmeros contatos, algumas questões ficam em aberto e isso é um pouco frustrante.
Um Jantar Entre Espiões apresenta boas surpresas, com romance, investigação e tensão nos diálogos, mas perde uma parte de seu charme por não se decidir se está contanto uma história de amor, um thriller de suspense ou apenas nos entregando uma boa história sobre espionagem e conflitos internacionais. O filme está disponível no catálogo do Prime Video.