O quinto de seu nome, A Morte do Demônio: A Ascensão atualiza o cenário original da franquia Evil Dead para a cidade, nos ajudando a imergir ainda mais nas suas duas horas do mais puro terror. Dizer que o novo filme desse universo é brutal ainda não é o suficiente para descrever o quão claustrofóbica e desesperadora é a sua história, que nos prende em uma trama que foca majoritariamente em deixar o seu público com vontade de passar o resto do dia na luz do sol, longe de livros potencialmente perigosos.
A história começa com as duas irmãs, Ellie (Alyssa Sutherland) e Beth (Lily Sullivan), que não se viam há tempos, se reencontrando no apartamento de Ellie, que mora com três filhos – Bridget (Gabrielle Echols), Kassie (Nell Fisher) e Danny (Morgan Davies). Conversas do cotidiano vem, briguinhas bobas se vão, quando o já conhecido “Necronomicon Ex-mortis”, aqui chamado de “Naturom Demonto”, entra em cena. E dizer que essa família vai viver o pão que o diabo amassou nem chega perto. Aliás, o próprio senhor do inferno é capaz de sair do cinema amparado por um bombeiro.
Brincadeiras à parte, A Morte do Demônio: A Ascensão segue as regras estabelecidas do original Evil Dead (traduzido na época para o Brasil como Uma noite alucinante), de 1981: acham um livro maldito, alguém é burro o suficiente para lê-lo/ouvir alguém lendo, caos, desespero, pânico, tudo em uma noite. De certa forma, é uma noite alucinante, sim. Aliás, quando o primeiro filme chegou, ele foi considerado uma das histórias de terror mais aterrorizantes do cinema, entrando para o hall de produções de baixo custo que fizeram milhares de vezes o sucesso de qualquer longa que teve investimento alto para aqueles tempos. Hoje em dia consideramos como tosco e trash, mas na época não foi bem assim.
Em um espaço ainda menor do que uma cabana, essa nova trama se passa dentro de um apartamento, que fica em um prédio condenado que logo será demolido. Essa estrutura decadente é perfeita para a história, pois reforça a sensação claustrofóbica de estar dentro de uma situação impossível de ser resolvida, da qual provavelmente não se vai sair com vida.
Assim que o horror causado pela leitura do livro começa, somos mergulhados nos horrores seguintes sem pausa para fôlego, simplesmente não há um minuto para se respirar, com cena após cena de violência brutal e, mais desesperador ainda, logo o roteiro nos mostra que não há segurança para ninguém. Normalmente, sabemos que um dos personagens vai sobreviver, mas aqui, se eu fosse você, não teria tanta certeza.
Aliás, o roteiro de Lee Cronin, que também atua na direção, é bem eficiente em nos apresentar aos personagens, de uma forma que, quando o horror começar, tenhamos já uma certa empatia para que possamos nos importar com eles. O elenco foi muito bem escolhido e ajuda muitíssimo na criação desse vínculo, principalmente tendo adolescentes (sabemos que muita gente não simpatiza com eles e meio que torce para a morte dos coitados).
A Morte do Demônio: Ascensão revigora o lado mais aterrorizante da franquia, trazendo uma história esmagadoramente alucinante e brutal, que vai revirar o seu estômago algumas vezes, fazer você perder o fôlego e, quem sabe, começar a rezar uns pai nosso só por precaução.
O filme estreia no Brasil no dia 20 de abril de 2023. Vale ressaltar que Sam Raimi, diretor do original, e Bruce Campbell (o Ash da trilogia original) assinam a produção executiva deste projeto.