Invocação do Mal 2 é cinema de terror à moda antiga
Já faz algumas semanas que Invocação do Mal 2 estreou, e de lá pra cá muitos sustos rolaram. Sucesso de público, James Wan mais uma vez conseguiu melhorar ainda mais sua reputação com a crítica devido à qualidade técnica do filme estrelado pelo casal Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga).
Mas, assim como no primeiro filme, Invocação do Mal 2 deixa a desejar no desfecho. Antes disso, tudo é excelente: a ambientação londrina setentista, os sustos, as atuações e os ângulos da câmera. Mas na hora de tirar nota 10, ou seja, quando o roteiro precisa daquele desfecho épico… tudo é resolvido com meia dúzia de palavras.
Fica complicado propor uma solução num gênero que se sustenta praticamente com sustos (reação originária de algo repentino, fora do campo de visão – e muito ameaçador). E o desfecho do filme é justamente o momento onde não há muito a se esconder. O principal vilão do filme, o demônio Valik na forma daquela freira medonha, é cercado de muito mistério e pode até ganhar um filme próprio (leia o que achamos disso aqui), e pouco ficamos sabendo de fato sobre esse personagem no longa. Mas e se James Wan levasse a história para limites mais extremos? Havia uma dezena de personagens coadjuvantes a serem usados, seja para os por em apuros ou até mesmo um trágico fim. Vale lembrar do viés “realista” abordado na história, devido aos personagens terem de fato existido (e também os casos). Isso pode ser um limitador para a criatividade caso a adaptação queira ser muito fiel ao nosso mundo chato.
A classificação indicativa impede soluções esteticamente mais chocantes, mas isso não é problema para Wan. A franquia pode se reinventar, saindo um pouco do modelo “família numa casa assombrada”. Não é pedir demais para o diretor, roteirista e produtor que vem mudando o cinema dos sustos ao longo de mais de uma década.
Invocação do Mal 2 está em exibição nos cinemas.
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