O pioneiro do cinema, Charlie Chaplin, já diria: “a vida é uma comédia vista de longe e um drama vista de perto”, mas a pergunta que fica é: por que algumas pessoas gostam de uma história triste?
Não há uma explicação exata, mas uma pesquisa realizada pela Universidade de Tilburg, na Holanda, concluiu que as pessoas que gostam de filmes tristes tendem a ser, paradoxalmente, mais felizes. Isso porque, biologicamente o choro libera ocitocina, o hormônio do bem estar, nos mesmos moldes que as apostas em cassinos fazem com o nosso cérebro. Já psicologicamente, leva os espectadores a refletirem sobre suas vidas e darem novos sentidos a situações ruins.
Pensando nisso, decidimos selecionar cinco filmes emocionantes do cinema!
Ninguém pode saber (2004)
Excelente para os amantes do cinema, o Ninguém Pode Saber consegue ser emocionante sem usar nenhum recurso adicional como música ou atuação exagerada. Pelo contrário, eles em si não derramam uma única lágrima, mas é capaz de você, espectador, ficar bem emocionado ao assisti-lo.
O filme conta a história de uma mãe com quatro filhos de pais diferentes, e ela leva-os para um apartamento, deixa um bom dinheiro com o primogênito e simplesmente diz que vai sair e voltar no natal. Chega o natal e ela não volta, e as crianças ficam abandonadas no apartamento, precisando lidar diariamente com as dificuldades de sobrevivência. Eles nunca foram a escola.
Como acontece muito no cinema japonês, este filme é excelente para o espectador treinar as sutilezas, já que muitas mensagens ficam no discurso indireto, e às vezes a expressão facial ou então uma palavra “fora de contexto” dá um outro significado para a situação. A própria mãe, por exemplo, dá a entender que é uma prostituta e que abandonou seus filhos por ter se apaixonado novamente.
Toy Story 3 (2010)
Este filmes infantil não foi desenvolvido para as crianças atuais, mas sim os adultos que foram crianças dos anos noventa que assistiram os dois primeiros longas no cinema e hoje em dia são adultos. Sendo o maior sucesso da Pixar em termos de análises no mundo inteiro, o longa também foi uma das maiores bilheterias de animação, arrecadando 1 bilhão de dólares.
Dirigido por Lee Unkrich, o desfecho é bem emocionante sem cair no melodramático, transmitindo uma mensagem bonita. Mesmo sendo uma comédia, ele tem um clima um pouco mais denso que os dois anteriores. Sem dúvidas, um clássico instantâneo.
O túmulo dos vagalumes (1988)
A cultura asiática é, notoriamente, diferente da nossa, e esse filme reflete bem isso. Sendo um desenho animado para adultos, ele é um filme que explora o drama de dois irmãos que perdem tudo durante a Segunda Guerra Mundial: família, amigos, casa, tendo que dar um jeito de sobreviver a fome em um país destruído.
Aclamado pela crítica e pelo público, a ambientação é bem melancólica, há cenas bem grotescas de pessoas mutiladas, assim como exploram a negligência e a falta de empatia da população perante as circunstâncias. Afinal, todo mundo estava sofrendo os efeitos da guerra e em uma circunstância onde as pessoas não tem estrutura emocional ou financeira “nem para si”, não terá para os outros.
Chama a atenção também a sutileza e os detalhes transmitidos ao longo do filme, sendo daqueles que você terá de assistir várias vezes para entender todas as mensagens propostas.
Marley & Eu
Baseado no livro homônimo, sendo este último uma coletânea com artigos de um jornalista que contava seu cotidiano com o “cachorro maluco”, o Marley & Eu surpreende por ser categorizado como filme de comédia, ficando mais emocionante durante a reta final.
Para os amantes dos animais é imprescindível, já que o longa metragem se difere de outros filmes por não explorar o lado fofo, a beleza e a “humanidade” do cão, mas sim sua mais profunda irracionalidade: janelas quebradas, sofás destruídos e sua efusividade que não deixa ninguém “em paz”. No entando, essa é sua graça.
Em algum lugar do passado (1982)
O mais famoso filme de Christopher Reeve exceto a série Super-Homem dos anos setenta, o Em algum lugar do passado entra facilmente na lista de longas mais emocionantes e é adorado por muita gente, tendo uma significativa legião de fãs.
O dramaturgo Richard Collier conhece uma idosa no ano de 1972 que entrega um relógio de bolso e diz: “volte para mim”. Oito anos mais tarde, ele viaja para um antigo hotel e lá vê a foto de uma bela atriz chamada Elise Mckenna de 1912, por quem acaba ficando obcecado e em suas pesquisas ele acaba descobrindo que a senhora que deu o relógio de bolso era ela. A pergunta que fica é: “viajar no tempo para encontrar a sua amada é possível?”.
Belíssimo longa, o desfecho é considerado por muitos um dos mais tristes da história do cinema, além de diversos discursos indiretos ao longo da trama que levam a várias especulações dos fãs até hoje. Destaque também para a música tema. Quem gosta de uma história de amor e se emocionar, deve assistir a este filme.
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